Ligações antigas. A estação 165 tem um guichê para explicações onde nossos protagonistas passam algum tempo, mas já voltam. Todos à bordo, o trem vai partir.
As lices grandes ensinam as irmãs a lidarem
com a academia, mostram as diferenças básicas para com as outras e a ausência
de bobos fazendo poses para selfies, em vez de se exercitarem (...) Cada uma
com uma irmã, Alice fica com Felice, o que significa mais foco na
administração...
- Nossa aparelhagem foi comprada para ser
utilizada, aparelho parado é prejuízo, por isso eu gosto mais de fazer
manutenção constante ou troca, do que tirar ferrugem por falta de uso.
- Eles colocam moedas nas máquinas, que nem
pescador de brinde?
- Não, eles pagam mensalidades... Mas pay per
use não é uma má idéia...
Depois conversa com as outras lices e com os
avós, agora quer mostrar a lida por vezes áspera com os fornecedores (...) Karen
aplaude a iniciativa das filhas, mas pede que não exagerem. Antes de ir
descansar, Alice tem mais um compromisso, na Máquina de Costura, desta vez a
mãe vai com ela. Espera a conversa secreta terminar e vai ter com a tia Patty,
quer que ela seja sincera...
- Não, nunca. Ela tem treinamento militar, é
boa de tiro, mas nunca precisou matar. Por que essa aflição?
- Medo. Se ela precisar matar alguém, outro
jura vingança...
- Não vai acontecer. Karen, Alice é uma
mulher, ela sabe o que está fazendo e não está só. Quem é dos nossos nunca está
só.
- O mundo está ficando muito perigoso, tia
Patty.
- É por isso que ela é necessária. Ela já
ajudou a evitar ataques como os de onze de Setembro, sua filha não é uma
amadora. Confie nela e em mim.
A jovem e discreta agente Window aguarda o
término da conversa (...) Patrícia
faz o que pode para acalmar a moça, mas liga para Enzo assim que elas saem.
Explica em síntese o aumento das semelhanças entre Karen e Silvia, neste ponto.
Alice é quase invisível, passa facilmente por uma multidão sem ser
reconhecida...
- Mas neste ponto você tem que dar razão, é a
filha dela que está no meio de um mundo em que ela nem sabe o que realmente
existe.
- Eu sei. Conheço esse mundo e também me
preocupo, quando mando o Ricky em missão... Não demora para Phee e Sandra
também receberem incumbências mais sérias... Mas eles são tão úteis e remoer
isso é tão inútil...
Conversam os seis no dia seguinte. Rebeca
facilita a conversa, explica que tem sim porrada, de vez em quando, já chegou a
dar tiros, mas que quase sempre é tranqüilo (...) Lá fora, Luppy dá ração a Lady Spy e volta a polir a jukebox,
imagina o que estariam conversando de tão sigiloso. Lá dentro pesam os
documentos já vazados sobre Patrícia (...) É uma das
conseqüências da disseminação da tecnologia, e de gente que banca o herói sem
investigar tudo o que deveria...
- Por exemplo, com base nos documentos de
1988, eles poderiam ter chegado facilmente aos radicais que queriam uma
terceira guerra mundial, mas para eles
os vilões da história e responsáveis até pela extinção dos dinossauros, somos
nós, então o que mostraram lhes basta. Sacaram? Mostrar um mundo pior do que o
real é o mote da imprensa de hoje... Luppy?
Ouviram o grito da diarista, mas nenhuma reação
de Lady Spy. Abrem a porta e vêem Josephine diante de uma fã em prantos (...) Há
anos afastada das telas, mas não do cinema, suas aparições públicas são cada
vez mais raras e concorridas. Lá fora, enquanto Nelson conversa com os
Richards, um paparazzo reconhece o general e logo deduz que a diva talvez
esteja lá. Não demora para a frente da casa ficar novamente intransitável.
Com a diarista já socorrida (...) Parícia conta à madrinha os assuntos em pauta desde ontem.
Ela esperava por isso, não tão cedo, mas esperava. Tem tranqüilidade para
explicar que a função que os colaboradores exercem é similar à dos serviços
secretos (...) consegue tranqüilizar o avô a ponto de ele poder
tranqüilizar a mãe da agente. Luppy não entende patavinas do que falam, se
limita a exceder voluntariamente suas funções de diarista e servir um lanche.
A casa não demora a encher-se de afilhados da
diva. Ela verifica milimetricamente cada um, ouve com atenção e dá as devidas
réplicas, depois se dá o direito de abrir o mar de paparazzi e (...) logo ver Nancy e conhecendo os três novos pupilos...
- Os filhos da Luppy?
- Sim, meus novos alunos. Eles ainda não
estão em idade escolar, isso facilita muito. Ano que vem começam na fundação.
Cercam as crianças com cuidados e monitoram o
que já aprenderam. Happy Moon chega após abrir caminho por entre aqueles
bisbilhoteiros, com a barriga já aparecendo e se dando o direito de não
responder perguntas idiotas, como “Você está grávida?” e outros excessos de
obviedade...
- Ainda são muito jovens, terão muito
proveito na fundação. O que você ensinou até agora?
- Nada. Até agora só os estudei e corrigi
alguns pontos.
Nancy lhe passa seus pareceres, alerta para o
gênio da menina, que é também a mais carinhosa com Beef. Luppy quase surta
quando sabe que Jose De Lane esteve com seus filhos e participou da aulinha de
hoje. Aliás, a respeito do nome...
- Minha bisavó era filha de mexicanos, se
chamava Lupita. Minha mãe quis me dar o nome dela, mas meu pai encrencou e o
pessoal do registro entrou no meio pra apaziguar. O nome agradou aos dois e
ficou assim.
- Patrícia, onde você arranjou esta contadora
de histórias?
- Plastic Village. A gente acabou ajudando
quem hoje me ajuda. Meio cármico, não?
- Dharmico, eu diria. Tenho o dia inteiro
para ouvir mais histórias, chérie. Conte mais.
Convida-se para passar a noite na Máquina de
Costura (...) Quando estão a sós com os quatro moradores remanescentes da
casa, Josephine explica o que fazia na estrada para Summerfields, naquela fria
manhã de 1961 (...) estava
desviando de emboscadas das quais Grant a avisou...
- Era para eu pegar um carro no aeroporto de
Quebec e começar o laboratório, mas fui avisada de que os mentores do atentado
que sofri queriam terminar o serviço, então mantive a viagem agendada e parti
uma semana antes, naquele Alfa Romeo C6.
- E você se esqueceu de abastecer porque
estava em uma ligação, recebendo instruções.
- Precisamente, chérie. Grant me avisava a
qualquer novidade, mas na época não tínhamos celulares, eu tinha que parar de
vez em quando para comunicados. Dormi seis vezes em casas de colaboradores, mas
em Michigan ainda não tínhamos nenhum...
Pormenoriza sua aventura, antes e depois de
conhecer Patrícia. Chegou ao local das filmagens já pronta para o papel. Patrícia
comenta “Era um belo carro!” no que voltam à discussão sobre a falta de
personalidade crônica da indústria mais poderosa do mundo, especialmente a
automobilística. Na casa em frente, Renata leva mais um susto com Naomi, a
menina se agarra ao pescoço da mãe e solta “Desculpe ter te matado, eu fui
estúpida”. Matthew fica com os grisalhos arrepiados até a barba. Vão os três
logo de manhã bem cedinho à casa religiosa (...) Encontram Phoebe com os pais,
ela os arrastou para lá assim que terminaram com o treinamento diário, essa
menininha mandona...
- Acho que vocês sabem por que estamos aqui.
- Mamãe e eu sabemos. Vem pra sobrinha, vem!
A menina (...) corre para o abraço. Marcia explica um acontecimento dado na Guerra do
Peloponeso, onde e quando as duas eram soldados e não tinham escolha, um tinha
que morrer (...) não houve crueldades...
- E cuidou bem da gente. Era um soldado
solteiro, que tinha perdido os pais em um naufrágio, quando viu na viuvez da
tia Patty a chance de se redimir um pouco e ainda ter uma família.
- A Patty? A nossa Patty? Ela era minha
esposa?
- Essa amizade de vocês duas vem de looonge! Vocês
não estão nos falando coisas demais, não?
- Não. Não para vocês. E por agora é só, sua
mãe vai saber lidar com isso, com a sua ajuda.
- Vocês dois levem minha irmã pra brincar com
as meninas, vou ter uma conversa com meus pais.
Matthew dá mais trabalho do que Renata, como
Marcia previu (...) Mas o
que conversam coloca as coisas nos trilhos e evita qualquer constrangimento.
Não sabem por que revelaram isso a esta altura da vida, mas pode ser um bom
presságio. Renata chega à Máquina de Costura a tempo de se despedir da madrinha.
Começa ver sua turma com outros olhos, imagina que todos lá têm uma ligação
comum de longa data, no que ouve “Mais longa e forte do que imagina, imperadora”
por uma voz suave e gutural.
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