quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Dead Train in the rain XV

    Estação quinze; quinze anos. Peguem seus salgadinhos, deixem os presentes à mesa e embarquem, a aniversariante os espera.


Vida dura, a de filha de professora. Pelo menos os outros professores não têm autoridade familiar sobre eles, certo? ERRADO! Eduarda se animou e decidiu se candidatar a uma vaga de professora de idiomas, (...) foi aceita de imediato. Renata quase tem um piripaque ao ver a mãe entrando em sala de aula...

- Crianças, a sua nova professora de francês e português...

- Não pode ser – sussurra Patrícia.

- Meu Deus! Meu Deus! Meu Deus! Meu Deus! Meu Deus - Renata dispara em voz baixa!

Os outros colegas (...) desistem de implicar com eles. O castigo já veio. À Renata, é exigido um português tão perfeito e regular, como só em academias de letras para se ouvir igual.  Dos outros alunos, ela exige um pouco mais do que a média para passar, dos seis ela exige alto grau de domínio, da filha é exigido o pleno domínio da norma culta.

No fim da aula (...) Hot Rebeca vai aos garotos que disseram que teriam vida mansa (...) ...

- VIDA MANSA O CACETE! VIDA MANSA TÊM VOCÊS, QUE NÃO PRECISAM ESTUDAR VINTE E QUATRO HORAS POR DIA, SETE DIAS POR SEMANA, COM TAREFAS MAIS DIFÍCEIS QUE AS DE TODO MUNDO! VOCÊS DEVIAM É TER VERGONHA DE RECLAMAR DE MÍSERAS CEM PÁGINAS PARA FAZER NO FIM DE SEMANA! EU FAÇO DUZENTAS TODOS OS DIAS! TODOS OS DIAS! OLHEM MINHAS MÃOS! OLHEM BEM PARA MINHAS MÃOS! ESTÃO DESTRUÍDAS, ACABADAS, QUASE EM CARNE E OSSO, DE TANTO ESCREVER, DESENHAR, MARCAR, MARGEAR E O INFERNO MAIS! TOME VERGONHA, BANDO DE VAGABUNDOS! O PRÓXIMO QUE SAIR FALANDO QUE A GENTE TEM VIDA MANSA, VAI ENGOLIR O APAGADOR DE QUADRO!

Patrícia trata de acolher a baixinha e arrefecer sua cabeça quente. A garota, não se sabe de quem, herdou um sangue muito quente e um pavio curto, que terá que aprender a domar (...) ela impõe respeito. Não se trata somente de fazer um barraco, ela pega o que estiver à mão e manda na testa de quem lhe afrontou. Robert é voluntarioso, mas é calmo e deixa a vida se levar. Robert, o pai, é casca-grossa em muitos aspectos, mas nas relações pessoais é uma pessoa muito amável. Norma é a boa gente em pessoa, só tem um pouco de pulso demais (...) mas é tranqüila. Rebeca... A quem puxou Rebeca, afinal de contas??? É consenso que se deve manter objectos duros, cortantes, pontiagudos ou pesados longe de suas mãos, quando estiver fora de casa. Às vezes até dentro de casa, quando os adultos saem, objectos potencialmente mortais ficam trancados.

Fester fica feliz com o que vê e ouve. A intervenção da irmã fez muito bem ao grupo. Não vai dizer-lhes que já têm padrão profissional de qualidade, ficou acertado que eles jamais deveriam ser mimados, mas os alegra em afirmar que deram um salto enorme. Para quem se acostumou a receber críticas que, embora honestas, demolem qualquer um, é um prêmio! Mais ainda para o combalido irmão de Nancy, que os vê aceitando as críticas com maturidade, coisa que raramente vê mesmo em adultos.

Com o tempo eles se acostumam, passam a tomar por normal o rigor com que são tratados. E nem é tanto assim, eles têm seus momentos de lazer e vadiagem. Brinquedos? Sim, ainda têm muitos, e eles são boa fonte de inspiração. E Patrícia conta dessas coisas para Mademoiselle Fifi, apelido de Josephine para despistar curiosos que porventura interceptem a correspondência...

- Mamãe, Fifi respondeu novamente.

- Ow! Abra, vamos ler que ela diz!

- Mes amis, como estão? Quero, em primeiro lugar, agradecer à Mamãe Durona pela iniciativa. Eu sei que é menos divertido do que levar injeção na testa, mas é uma dureza necessária. À Patty Solar só tenho que dar minha solidariedade, já passei por isso (...) Na escola eu tinha que ser sempre a mais aplicada, sempre a mais disciplinada, sempre a mais solícita, para não fazer parecer que meu prestígio influenciava os resultados. Eu li as músicas e estou encantada com elas, preciso ter cuidado para não cantarolar em local público, e alguém se apossar de seu trabalho! Mas algumas são tão tristes! Lembram as photographias que meus pais trouxeram de Champagne, onde nasci. Tão lindas, mas tão tristes... Eu lhes mostrarei em nosso próximo encontro. Agora vamos à fofoca...

As seis páginas seguintes são dedicadas à divulgação de segredos notórios, como chamam, para descontrair e reforçar os elos. As cartas estão ficando maiores, quase que acrescentando uma página a cada remessa. Patrícia guarda todas com carinho, encadernadas e paginadas. Aliás, orientou aos outros que o façam também, especialmente Renata, que quebrou o recorde...

- Oi, Rê! Que livro é esse?

- Oi, Patty. É a carta que meu tio mandou.

- Hm???

A brasileira mostra o calhamaço encadernado de cento e três páginas, ricamente ilustrado com desenhos, recortes de revistas e jornais e photographias da família, em Goiânia. É um pequeno livro que a moçoila levará dias para devorar...

- Cara, vocês são doidos!

- Somos goianos, ué! Isso pra nós é elogio. Vamos chamar todo mundo!

Sunshadow é como um subúrbio de cidades próximas. Robert e Rebeca chegam, e a leitura começa, com tradução na medida do possível da destinatária.  “Empurrar com a barriga”, “aos trancos e barrancos”, “no peito e na raça”, “ué”, “bom demais, sio”... Ela precisa fazer muitas pausas para explicar o que querem dizer. “Saudades”, por exemplo, ela explica quase chorando.

&

Debute. Patrícia será apresentada à sociedade de Sunshadow e vizinhanças, em uma... Ah, para com isso! Convidam todo mundo para a festa de quinze anos da Patty Petty, ela mesma vai cantar e animar a festa, com os amigos. Seus pais foram enfáticos, ao avisar que aquela festa seria a passagem formal da infância para a vida adulta. Na verdade a transição da vida mansa (?) para a de responsabilidades, que espera pelos seis.

Embora o tom tenha sido severo, Patrícia não se assusta. Está acostumada a ter responsabilidades e ser cobrada por elas. Cobrança estendida aos outros cinco. Enquanto o mundo insiste em tentar evitar que seus filhos sofram o que quer que seja, a qualquer custo, Sunshadow inteira aprendeu com os Petty Gardner e os Rodrigues Ribeiro Rocha, a técnica de educar sem tiranizar os pimpolhos (...) eles fizeram tudo no peito e na raça, quase rezando para não estarem dando com os burros n’água. Quase, pois Richard não reza nem sob tortura. A resumida juventude da cidade tornou-se rebelde como toda juventude que se preze, mas não sem causa. Não têm James Dean como exemplo, necessariamente, mas como lição. Cidadezinha estranha esta, viu!

A garota pensa bem a respeito. A partir daquela noite, a qualquer momento, estarão saindo pelo país, talvez pelo mundo, compondo, cantando e tocando profissionalmente. Fester lhe disse algo que usará como bússola: “O dia em que vocês estiverem prontos, será hora de parar”.  Para isso ela conta, entre outras cousas, com a diversidade do sexteto. Mas também com a vida dura que tiveram, para manterem os pés no chão e a humildade.

Mais do que uma simples noite de debute, esta será a última da inocência dos seis. Richard esteve em Nova Iorque e Los Angeles, coletando impressões, informações e de lá trouxe publicações periódicas, que os seis terão uma semana para ler e compreender. Depois disso, vão com ele para conhecer ambas as cidades (...) Uma semana e meia para o que ele considera os polos dos Estados Unidos da América. As viagens de cada família, em fins de semana bem escolhidos, ajudaram a amadurecer os seis e as irmãs de Enzo e Ronald. Enquanto os garotos de sua idade ainda brincam de cuspe à distância, eles já têm bem claro em mente o que querem da vida. Enzo passa tanto tempo em Sunshadow, com o grupo, que já é visto pelos cidadãos como gente de casa. Até cogitam se mudar para lá.

Embora os seis, especialmente a debutante, estejam nervosos, seus pais estão tranqüilos. O comportamento de seus rebentos demonstrou o sucesso da formação que estão recebendo. Já é seguro dizer um desaforo à Rebeca sem o risco de ter o nariz afundado, mas um só. Para Renata o momento é especialmente importante, porque saiu do Brasil ainda criança para acompanhar os pais a uma terra desconhecida, da qual só sabia o que os filmes mostravam, e eles mentem muito, onde pretendia arranjar um emprego de secretária executiva e conseguir um bom casamento (...) Ronald vê a chance de devolver à sua família o prestígio perdido na Idade Moderna, para que seu pai deixe de ser um conde com o brasão no chão.  Robert, bem, para ele que vier é lucro. Garantiu ao pai que ele será o motorista oficial da banda, quando comprarem um motorhome com o logo que Renata desenhou, uma lápide de topo redondo com a sombra de uma locomotiva gravada, e o nome “Dead Train” adaptado ao espaço acima. Enzo sonha, devaneia com o futuro sem se cobrar que ele seja brilhante.

Mas chega de reflexão e saudades antecipadas! É hora de ir à casa dos Petty Gardner, a debutante detesta atrasos. Pela natureza da festa, Ronald vai em seu traje de gala, com comendas e o brasão da família bordados. O brasão, um escudo com duas asnas, esmalte violeta e um leão negro ao centro, em posição de ataque, é um dos orgulhos da família. Se orgulham de não terem se vendido, como outros nobres o fizeram. Os quatro entram no Imperial bege e preto com kit continental, e seguem para a casa da princesa da noite, de lá para o salão de festas. A distância é pequena, poderiam ir a pé, mas a ocasião pede pompa e circunstância. A família tem prosperado, é talvez a mais rica da região, embora não exiba mais do que o carro.

Patrícia sofreu para encontrar um vestido. Uma moça de quinze anos com quase seis pés de altura, é alta em qualquer padrão do mundo. Mais uns dias e passa de 1,8m. Fugiu ao tradicional branco. Embora longo, amplo e com cauda, é um lilás discreto com gola bipartida no decote de ombro a ombro, deixando o colo totalmente à mostra. Luvas ¾ e uma tiara simples, cravejada de brilhantes, com três esmeraldas nos extremos e centro. Para completar, a educação disciplinadora que vem recebendo desde que se entende por gente, porque o verniz não dura muito, se a madeira for ruim. Ela evita falar sem necessidade, quer que a voz esteja à altura do visual de princesa que está vestindo.

Robert e Rebeca terminam de se aprontar. Como os outros, seguiram dicas do amigo nobre, mas a garota se recusa a perder mais do que cinco minutos com cada etapa. Cabelos curtos, desta vez os pais deixaram, para não perder muito tempo com penteado. Jóias simples, para não perder muito tempo pendurando-as. Vestido simples, vermelho fogo, de alças finas e decote em “V”, para não perder muito tempo ajeitando-o. O irmão vai de terno preto, para não errar.

Enzo vai de branco. Sem medo de errar, usa uma gravata vinho e lenço no bolso. Está acostumado a ver o pai se aprontar para festas e a ter notícias de seu sucesso, apenas o copia. Dá um último lustro nos sapatos, para que brilhem a ponto de se tornarem espelhados, mesmo com o risco de serem espelhos inconvenientes, em um salão repleto de saias e vestidos.

Renata é mais caprichosa. É paciente, às vezes até demais. Faz um coque minucioso, deixando duas mechas caírem. Ajeita os brincos de esmeralda e o colar de prata de lei com outra esmeralda ao centro. O vestido é vinho, de alças largas, decote profundo e um broche em forma de flor de maracujá.  Deixa a mãe ajudar na maquiagem, bem devagar, milimetricamente. Inevitável notar que a herança brasileira dos glúteos avantajados, na moçoila foi aplicada de forma muito generosa, por isso as costas ficam quase totalmente cobertas.

Richard contractou vários photógraphos e um cinegrafista. Não só para homenagear a filha, mas também para ter material para sua carreira. Tem visão nítida, enxerga longe e confia no taco da herdeira, por isso ele e os outros estão investindo pesado nas proles. Querem que eles façam por merecer o sucesso, mas não querem que se vejam desnecessariamente sozinhos no mundo. Eduarda e Renato são os mais entusiasmados, se esforçam para não contarem para o Brasil inteiro que sua filha será uma superstar da música. Só dizem que (...) ainda terão notícias dela.

Josephine mandou um representante, devidamente informado à Nancy. Ela e ninguém mais  sabe quem realmente é o homem, apenas o fez se passar por cinegrafista profissional... que ele realmente é, também. A francesa também mandou um presente, que o amigo vai entregar à mulher assim que chegar. Chega em uma robusta Ford Panel Wagon Woody 1957, com seu ajudante e o equipamento. Tudo realmente profissional. Richard (...) nem imagina que foi um dos presentes de Jose de Lane. O homem e o estagiário dos estúdios descem e vão ter com o casal...

- Se a debutante for tão bonita quanto os pais, nem vou cobrar, vou vender o material para Hollywood!

O californiano se apresenta como Bartholomew Simpson. Bart, para os amigos. Também seu fiel escudeiro Sancho Pança... Brincadeira. É Gregory Winston, seu tímido e eficiente ajudante. O rapaz de bigodinho ralo e voz titubeante, se limita a acenar, mesmo com duas sacolas pesadas nas mãos.

Conversam sobre o que eles querem, vêem que ambos sabem muito bem o que pretendem que seja registrado. O intelecto de Richard galopa loucamente, à medida em que aprofunda seus conhecimentos técnico-científicos e culturais. Conhece bem a tecnologia de filmagens e photographias, tem conhecimentos profundos de óptica. Ele sabe como conseguir os efeitos que deseja e orienta muito bem o cinegrafista. Praticamente um cientista amador. Esperará Richard sair para entregar o colar com uma clave de sol que Josephine mandou.

Ok, vamos trabalhar. Luzes posicionadas onde devem estar, equipe de photographia orientada a cooperar, alguns testes de luz, equipamento checado, passos ensaiados... Certo. Tudo pronto. Richard vai com o Cadillac Eldorado Brougham Series 75 1959 preto, que alugou para o evento, buscar a filha, está quase na hora.

&

Já chega à residência berrando “Se não estiver pronta, te carrego do jeito que estiver!”. Ela estava pronta há mais de meia hora. Estava se concentrando, lendo um pouco o diário da avó e refletindo sobre as conversas que tiveram. Sonhou com ela, nas últimas três noites. Está serena. Sereníssima. Ela se posiciona no alto da escadaria. Embora unidirecional, há uma plataforma no meio do caminho, para (...) abrigar um pequeno armário embaixo.

Ele entra e se paralisa. É impossível segurar o sorriso de orelha a orelha, bem como nota a forte semelhança da filha com Naomi. A diferença é que a sogra tinha um olhar mais melancólico, o da filha é muito expressivo e penetrante. Está ali, à sua frente, o resultado de quinze anos de educação firme, presente, com toda a dedicação que pôde dar a alguém.

Lembrando de cenas de filmes, Patrícia faz pose e desce com classe, devagar, com um sorriso discreto, olhando para o pai. Ele vê aquela moça encantadora descendo delicadamente, como uma flor lilás flutuando ao vento, tão repleto de felicidade que nem consegue expressar...

- Je suis en retard?

- Une vraie dame n’est jamais en retard.

Lhe dá o braço e a leva ao carro que leva o nome da família Cadillac e da cidade medieval, ambas francesas, e de outra cidade próxima a Sunshadow (...) Como quase todos os caminhos da cidade passam pela praça central, eles avistam a 4-4-4-4 iluminada a partir do solo, em um efeito fantasmagórico, até que os faróis de um De Soto 1951 amarelo a iluminam por completo, por uns instantes. É de um vizinho que, vendo o Cadillac, percebe que ainda dá tempo de ver a chegada da debutante, e acelera.

A família no De Soto amarelo chega, aliviada, vendo os faróis do Cadillac surgindo na esquina. Se posiciona com os outros, mas de modo que as duas filmadoras e os photógraphos possam trabalhar. O Cadillac se aproxima, ronronando suavemente, pára com a mesma suavidade e libera seu chauffeur. Hoje a noite é chique e os flashes já relampejam. Ele abre a porta traseira esquerda e dá a mão para a aniversariante descer, com calma, com classe, com elegância, com tudo a que tem direito.

A primeira parte de uma década sempre traz uma bagagem da anterior (...) vislumbres cinqüentistas estão presentes no salão, seja na decoração, seja nos convidados. A era de ouro de um país que tentou bravamente ser gentil e sofisticado, deixou marcas e saudades em todos os lugares.

Patrícia desce ovacionada (...) distribui um sorriso largo e acenos deliberadamente refinados. Tem gente que descobre que fica mais à vontade fazendo o gênero casual, largadão, ela descobriu que fica mais à vontade sendo uma dama. Talvez ganhe a fama de esnobe, de preconceituosa, mas a quem importa a sua personalidade já é bem conhecida. Mas deixar de ser serelepe e brincalhona, nem pensar!

Acompanha o pai até o palco, onde ele preparou uma surpresa, fará um breve talk show com ela, aproveitando as câmeras. Como diz Renata, ele não dá ponto sem nó. Pelo caminho, photógraphos amadores garantem sua própria recordação da noite e da debutante, alguns com filmes coloridos. A solenidade não durará muito, só o tempo de Nancy e Richard mostrarem toda a exuberância de seu rebento, em plástica e gentileza. Sobem ao palco, onde está Nancy, acenam um pouco para o público e Richard pega o microphone...

- Obrigado! Obrigado! Bem-vindos ao Ritchie Gardner Talk Show. A atração desta noite é a líder de uma banda que está revolucionando a pop music americana. Uma garota que veio de uma cidade nos rincões mais esquecidos de Michigan, e provou com seus cinco companheiros o valor da gente de Sunshadow. Senhoras e Senhores: Patty Petty!

Ele leva a brincadeira às últimas conseqüências. É quase meia hora de entrevista que acaba incluindo os outros cinco. No final Richard pede uma palhinha, Patrícia sussurra algo com os companheiros e vão aos instrumentos...

- I know! My childhood is end, and I’m no more a girl. I know, the world show a new live to me. Was good! Was so good be a girl, but the time dont back. Is just forward what the live work.

I loved every some moment wen I was like a live doll smiling in your arms. Mom and daddy build a dream times, wen I was a girl, but I see my wings so big and strong...

Agora os dois choram. A moçoila trabalhou na música nos últimos dois meses, queria dar um presente surpresa aos pais, por isso só contou para a banda, que ajuda com back vocais e instrumentos. Fester não fica menos emocionado, mas mais ainda por ver que ficaram prontos um ano antes do que previa. Talvez tenham exagerado no rigor, talvez tenham tomado cuidados demais e apressado o amadurecimento, talvez seja melhor deixar de pensar se cometeram algum excesso e começar a replanejar o início da carreira dos seis. Por agora, porém, se limita a colocar a cabeça no ombro de Mary Ann e chorar. Por este choro ela acolhe feliz a cabeça do amado.

Bart confiou no taco da amiga (...) acompanhou com ela, pelas cartas, a evolução e todo o aprendizado. Mas não podia imaginar que a educação dos seis fosse tão intensiva, e que estivessem tão maduros com tão pouca idade. Queria que já houvesse telephones portáteis, para contar a Josephine o que está acontecendo. Profissionalmente, para ele, o grupo está pronto. O facto de todos cantarem constitui uma vantagem e um seguro contra brigas de grande porte.

Cantam “Bla-bla-band” para descontrair e encerram. Patrícia volta a ser a única estrela da festa. Renata (...) a puxa para um canto...

- Descobri uma coisa...

- O quê?

- Sou médium.

- Isso é bom?

- É bom ter a própria mãe como professora?

- Oh, my friend! I’m to sorry! Mas como descobriu?

- Tenho visto vultos, nos últimos meses, que têm se tornado mais nítidos.

- Wow! Tem algum aqui?

- Uma mulher com um vestido branco da bélle époque e um camafeu turquesa... E é a sua cara... É sua avó?

A debutante lacrimeja um pouco, confirma com a cabeça e pede detalhes (...) sorrindo. Pergunta se pode intermediar uma conversa breve, ela promete tentar e consegue, e por isso mesmo se assusta, sabe que a cobrança e a pressão sobre o médium, são proporcionais aos seus atributos. Ela tenta aprofundar e, para seu desespero, consegue intermediar tranqüilamente a conversa interrompida pela tragédia. Vai falar reservadamente aos pais.

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