O mundo está louco. A estação 111 mostra o que pode ser grande parte das reportagens, que se revoltam, gerariam o caos se mostradas na íntegra. Compreendam que nem tudo pode ser dito de imediato e embarquem, o trem vai partir.
A rotunda figura de Marcia acompanha Richard
à casa bucólica de onde ela saiu (...) saudades da mãe, pela oitava vez na semana. Mudanças de humor constantes
abalam o emocional da gestante. Melinda, pelo contrário, está mais tranqüila que
de costume, muito ajudam os paparicos da gêmea. No auge das risadas, Audrey
retribui a correria (...) como manda a tradição, bem antes do esperado. O Ford Taurus
preto voa e já encontram o pai da criança à espera. A situação é a mesma,
Aubrey nasce pequena e gulosa, volta com a mãe dois dias depois. Novamente
Nancy e Josephine viram manteigas mornas, diante de um pedaço de gente que mal
dá o tamanho de um braço (...) mesmo com o humor oscilante, Marcia faz questão de trabalhar. E Phoebe
nasce na virada de 24 para 25 de Dezembro (...) É uma menina pequena,
com quase 2,5kg que fez questão de nascer em casa, não dando tempo nem para
descerem a escadaria (...) Avós e bisavós cercam com cuidado aquela pequerrucha
mandona. Carolina, ainda forte e bem cuidada, se vê bisavó e chora, contagiando
as outras. Os jornais alardeiam “Patricia Petty e Renata Rodrigues são avós” (...) Josephine, como de
praxe é madrinha, pela 138ª vez. Desta vez Naomi é acompanhada por Joaquim,
embora a felicidade reinante contagie, ambos têm reservas sobre o futuro da
pequena.
O ano novo começa com Renata sendo “eleita” a
vovó mais sexy do mundo (...) o colunista estava atipicamente inspirado e
fez um trabalho excepcional, que rendeu notas correlatas em muitas outras
mídias, inclusive revistas masculinas, uma delas com o título “Oh, Grandma!”
com o lobo mau de Tex Avery editado na photo da moça. A banda inteira se
amontoa para ver a reportagem, no intervalo do ensaio, com a jovem avó ficando
rubra...
- Não riam, eu tive trabalho pra segurar o
Matt e impedir que ele pulasse no pescoço do autor.
- Uh! O Matt tá ficando com ciúme de gays?
Não que eu concorde, mas entendo o lado dele.
- Tomara que não, Mascote! Ele tá estressado
com encrencas judiciais contra o jornal, não quero que ele fique careca em vez
de grisalho.
- Sai dessa, mulher! Vovô Matt vai tirar essa
de letra! Esses babacas são os mesmos que processam a gente todo dia pelos
mesmos motivos e sempre levam no rabo! Agora, bicha te passar uma cantada, aí é
dose mesmo!
Voltam a rir. No centro da polêmica, Matthew entrega
o último pacote de provas disponíveis ao advogado (...) Longe da polêmica, a
filha única amamenta a pequenina, com o marido cuidando sozinho da casa até ela
poder trabalhar de novo. A poucas quadras do sobrado está a Máquina de Costura,
onde uma menina suspira e escreve poeminhas para a sobrinha. Nancy, bisavó
ainda findando os cinqüenta, descobre sua veia literária e também começa a
tecer letras para as novatas da família. A prática caligráfica é interrompida
justo pela neta, que foi lhe mostrar o que escreveu para a sobrinha. Deixará
para corrigir a caligraphia depois, se limita a escancarar o sorriso com os
versinhos pueris de Elizabeth (...) Também há para a “little Bee”, como chama Aubrey...
- Oh, meu Deus... Você fez isto sozinha?
- Sozinha, nesta manhã, depois que mamãe foi
ensaiar.
Richard chega da fábrica (...) Lamenta que a esposa tenha se revelado tão
tarde, mas incentiva as duas. Liga para a primogênita...
-
Mommy and my baby? Oh, I need see it now! Galera, por hoje chega, vamos pra casa da mamãe, há
duas escritoras desabrochando seus talentos por lá.
Lidera os dezessete em seu conjunto de calças
teal com camisa bordada com tulipas e lenço florido ao redor do pescoço (...) parece prestes a flutuar de tão
empinada (...) Não se furta de abraçar e sacolejar as duas, liga para o filho e as
irmãs (...) A casa fica lotada, no que Fester se apressa
em ver que bagunça é aquela na casa da irmã. Arthur liga para Josephine, que vê
na literatura um bom auxiliar para a amiga controlar seu nível de
periculosidade (...) é claro que Patricia quer todas aquelas páginas
transformadas em livros, quer que a mãe e sua filha não percam o embalo.
Manterão não segredo, mas discrição até elas terem material suficiente para
publicar.
&
A toada alegre acaba de forma trágica.
Tentaram matar Karen, Elon conseguiu evitar, mas está na UTI com a vida por um
fio. Os elementos se empregaram no hotel (...) até ele finalmente levar “a pecadora renascida do inferno”. A
perna direita dele já era, talvez fique cego do olho esquerdo entre outras seqüelas,
se sobreviver. O humorista é filho de atletas, de uma família de pessoas
grandes e fortes, mas por complicações durante a gestação e após o parto, os
genes não puderam fazer muita coisa (...) mas consegiu ser brutalmente espancado e quase esquartejado até a
segurança do hotel chegar, seguindo um colaborador de base, que desconfiou ao
ver três empregados subindo juntos para o andar onde eles se hospedaram.
Richard (...) vai à delegacia no mesmo
estilo do avô, atravessando o mar de imprensas, fãs e curiosos, empurrando
portas e ignorando amigos e advogados dos criminosos...
- Boa tarde, comissário. Onde estão eles?
Genius se faz respeitar. Acompanha o
comissário e três policiais até a carceragem, visivelmente aborrecido, com seu
peso dando ressonância aos passos duros e largos. A cara de mau, o olhar duro,
o porte físico e aquele gigante encarando como se fosse atravessar as grades
para destroçá-los. Pela primeira vez o filho de Princess e Beyond se torna tão
amedrontador quanto Brain (...) e cada apresentado
fica com a impressão de que sua vida já não vale mais do que a última visita ao
sanitário (...) agora ele tem pistas sólidas de quem seriam os mandantes do
crime...
- Só direi uma coisa a vocês, vagabundos, lá
fora há uma turba de fãs furiosos, que sabem quem são vocês e têm contactos
pelo país inteiro. São todos seus, comissário.
Vai ao hotel colher mais informações com o
colaborador, e transmitir a gratidão de toda Sunshadow, especialmente de Silvia
e Enzo, que se concentram em acolher sua filha desesperada. Na Máquina de
Costura uma reunião fechada da organização decide os próximos passos. Décadas
de investigações finalmente apontam para mandantes de vários crimes, desde
Elizabeth Short até a tentativa contra Karen (...) alguns foram gente influente e admirada pelo país. O FBI
quase chora ao saber...
- Puta merda... Eu recebi minhas primeiras
condecorações das mãos dele!
- Adulação é uma das táticas do mal,
monsieur. Por isso não temos hierarquia formal na organização. O facto é que já
sabemos quem são ou foram, o problema é: como vocês vão agir?
- Vamos ser profissionais. Vamos deixar para
chorar depois e tratar de deter agora essa máfia dogmática. Vou mudar as
rotinas de alguns agentes, para eles estarem a postos na hora certa, e só vou
dar as instruções na hora de agir in loco...
Ele consegue convencer. A CIA também está
agindo de dentro para fora (...) Marina e Victoria aguardam na sala,
porque o irmão está completamente voltado para a filha, os cinco saem e
Patricia as tranqüiliza (...) Elon ainda
sobrevive com ajuda de aparelhos. Se pode haver algo de bom no episódio, os
pais dele finalmente deixaram o orgulho de lado e estão na cidade, não querem
perder o filho que nunca conseguiu ser o que eles sonharam. A visão (...) os faz chorar. No final das contas, ele teve mais coragem do
que todos os irmãos fortões juntos. Só teve tempo de pedir Karen em casamento,
mas ela não teve tempo para dizer “sim”. No que lhe diz respeito, se considera
casada.
Sai com Sakura na manhã seguinte ao hospital,
como tem feito todos os dias. Pela primeira vez coincide de encontrar os pais
dele. O velho Macbeth fica encantado ao ver aquela figura altiva, saudável e
bem tonificada se aproximando, é a chance de o filho lhe dar netos fortes (...) O que vêem por Sunshadow, aliás, é um colírio para os dois professores e
instrutores de educação física, ambos com cinco anos de exército (...) especialmente ao verem o impávido colosso avatar de Richard Gardner, que beirando
sessenta anos exibe uma arquitetura muscular quase surreal. Ele os vê e vai ter
com eles, os tranqüiliza com relação ao filho, afirma que está nas mãos de
médicos que já serviram em fronts e que o risco maior passou.
Do hospital Karen sai com o semblante um
pouco mais iluminado, sempre acompanhada da fiél amiga de todas as horas. A
serenidade herdada e sempre reforçada pelos pais, faz de Sakura a própria
personificação da calma (...) a imprensa fatura alto com sua tragédia. Josephine e Nelson concluem a
maratona entre agências oficiais e vão ver o rapaz...
- Ele vai se recuperar, vai levar uma vida
praticamente normal, mas terá que aprender a viver com um terço da visão
esquerda e com uma prótese na perna direita.
- Ele vai aprender. Vai até começar a fazer
piadas da perna mecânica! Jeremy, vamos ver Karen.
Se despedem do cirurgião e vão à casa de
Enzo, arrastando uma multidão. Lá encontram os pais do rapaz, que ficam
imediatamente em posição de sentido e prestam continência (...) A diva trata de acolher os
três, porque a dor da moça se ramifica nos pais, especialmente Enzo, que
novamente não estava lá para proteger sua filha e sente-se culpado. Laura e
Maria (...) agradecem pela visita,
melhorou muito as carinhas de seus rebentos. De lá vai ter com Patricia, mas tratará
de um assunto feliz...
- Hoje mesmo eu a peguei no colo, a levei
para um passeio pelo bosque, com uma penca de paparazzi atrás de nós. Ela terá
que se acostumar.
Conta as alegrias de ser uma avó ainda jovem,
e de como Nancy está feliz de ser bisavó ainda cedo (...) Aos poucos a rotina se aproxima da normalidade,
Elon se recupera com os meses, e os mandantes são indiciados por delitos sem
qualquer ligação com o crime (...) Todos
eles testemunham, por manchetes, a melhora súbita de sua vítima. Elon despertou
depois que o médico autorizou um beijo de Karen, e Sunshadow rapidamente passou
a se chamá-lo de Elon Adormecido. E ele chorou ao ver os pais, após doze anos
sem sequer se falarem. No dia em que recebe alta, recebe também uma prótese
provisória, até Patricia e os Richards terminarem a definitiva. É vestido a
rigor, lhe dizem (...) que Karem o está
aguardando.
Os pais o levam para a casa da moça, eles
também impecáveis. Lá o rapaz encontra dezenas de colegas do cinema, inclusive
alguns brutamontes com fama de maus, mas que choram em ocasiões como esta. Revê
seus irmãos marombados pela primeira vez (...) É levado ao quintal, onde um pequeno coreto foi construído
para a ocasião, nele estão Renata, um padre e uma juíza de paz, mas ainda não
viu Karen em parte nenhuma. O posicionam em frente aos três e a ficha cai (...) Ele faz uma cara muito
engraçada. Interrompem a música e começam a tocar uma marcha nupcial. Elon se
vira para trás e vê Enzo de braços com a filha vestida de noiva. Agora é tarde,
entrou feliz na armadilha e ela se fechou.
Como a moça pediu, é tudo bem simples e
privativo (...) O padre começa, o
rapaz sua frio. Renata segura as alianças e auxilia na celebração, que dura
pouco. Karen já escolheu e equipou a casa onde vão morar e, já disse ao amado
muitas vezes, quer encher de crianças, quer precisar de um ônibus para passear
com todas. Ele mal se vê assinando seu nome e ser carregado pelo sexteto, com a
esposa, pelo ambiente da festa...
- A gente casou mesmo? Sério?
É um homem sério, paradoxalmente um humorista
nato e involuntário. Eles saem ao aeroporto no Cadillac Fleetwood 75 Series
1954, com Richard de chauffeur (...) para Nice. Mas antes de a festa
acabar (...) Silvia pega o microphone e
faz uma surpresa até para Enzo...
- Enzo, amore, esta cena se repetirá em mais
ou menos vinte anos. Estou grávida.
Grávida, como Karen volta da lua de mel. A
senhora Macbeth se esgoela quando sabe que terá um irmão caçula para pegar no
pé. O ano deixa o inverno chegar sem a tensão que o marcou (...) Há um assunto
a ser tratado pela organização, descobriram e estouraram o que podem chamar de
fazenda de reprodução, onde mulheres eram mantidas como animais desde que
nasciam até a morte, sendo os meninos doados a famílias cristãs brancas
selecionadas, tudo mantido por uma “entidade religiosa” revoltada com o
projecto genoma, querendo “melhorar” a humanidade por meios naturais (...) resta agora o
que fazer com cento e sete mulheres e meninas que nem sabem que são humanas (...) elas são extremamente caucasianas, reforçando a
suspeita de ligação com neonazistas.
&
Elizabeth dormiu mais cedo, após o dia
atipicamente lotado. Também acordou bem mais cedo, com o sono já terminando
quando ouviu sons estranhos. Vai ainda de pijama e vê sua mãe, pai, avô, irmão,
tia Rebby, Jeep e Marie treinando caratê, no jardim privativo...
- Pausa na porrada, gente. Olha quem está
aqui, Vovó Broto.
- Desculpe, meu amor, te acordamos!
- Mommy... Então é isso que vocês fazem antes
de eu acordar?
- É algo mais pesado do que eu te ensino, mas
já que acordou, vem com a gente.
Prende os cabelos da menina, a põe para
aquecer, se alongar, depois ministra com cuidado lições mais avançadas (...) Ao
fim, está exausta, mas não o suficiente para não pular no pescoço do irmão e
ficar lá até se dar por satisfeita. Após o banho, como Patricia previu, ela
desaba na cama de novo (...) Consegue
acordar a tempo de comer e ir para a escola, onde conta a história de hoje para
a avó. Nancy se ilumina, vendo a neta quebrar um círculo vicioso e ter uma
infância tão bonita. Até agora as netas têm sido poupadas da perversidade,
embora elas saibam o que se passa pelo mundo.
Princess e Barbarian viajam à tarde para
Memphis. É uma cena triste, mas muito melhor do que a vida que aquelas mulheres
levavam (...) elas simplesmente não aprenderam a segurar o sistema excretor,
mal estão aprendendo a andar erectas. Nunca tomavam sol, então suas peles são
quase transparentes. Há a possibilidade de serem levadas a Time Travel, mas não
do jeito que estão. Os bebês e as meninas mais jovens (...) têm condições de convívio social imediato, as adolescentes serão muito
mais difíceis, das adultas eles não esperam grandes resultados (...) os
bebês serão levados para adoção agora mesmo, as crianças esperarão até tomarem
consciência de sua humanidade, já as adolescentes precisarão ser praticamente
adestradas...
- E eu sei quem pode fazer isso, mas teremos
que tratar de uma exceção às regras.
- Tá pensando no quê, mulher?
Ela descobre assim que chegam a Los Angeles.
Star fica de cabelos em pé, mas Princess explica que será um modo seguro de a
opinião pública saber da notícia, antes que vaze. Ela olha para Nelson, fica
confusa, Nancy mesma pediu para não saber do que não fosse necessário...
- Mas infelizmente agora é necessário...
Doom, venha e traga Bird, tenho uma missão para vocês.
Eles tratam de como forjar informações para o
povo saber de tudo sem saber de absolutamente tudo (...) Nancy é avisada do que um bando de machões
misóginos e racistas fizeram com mulheres com quem nem eram casados...
- Pode contar comigo, honey, mas não deixe um
desses canalhas na milha frente, eu o mato.
Levam muito à sério sua ameaça. Alertam toda
a organização e informam a inteligência oficial dos planos (...) Estupro de menores, cárcere privado,
infanticídio e omissão de socorro, são só alguns dos piores crimes, a
constituição praticamente inteira foi violada pelo grupo preso. Mal Matthew
solta a bomba de seis páginas e já há congressistas tremendo nas bases. Não é
toda a verdade (...) mesmo
assim gera revolta na opinião pública. Não há registros precisos de quando nem
como tudo começou, o jornal informa que a CIA presume que alguém teve a idéia
ainda antes da guerra (...) A tese de que a mulher seria a causa de
todos os pecados, arregimentou a simpatia de igrejas que interpretam tudo ao pé
da letra. Nancy é levada ao quartel que agora serve de albergue para “mulheres
pré-históricas”. Ela observa aquelas sessenta pessoas, caminha entre elas
causando espanto (...) Tenta estabelecer comunicação com pouco sucesso...
- Então, Mrs. Gardner?
- Vamos por partes, tenente. Primeiro vamos
separar as que respondem melhor das outras, provavelmente teremos três ou
quatro grupos. Aquelas garotas naquele canto, tragam-nas.
A dificuldade é grande, mas menor do que com
as outras, elas (...) são estudadas pela
professora, que pede à tenente algum instrumento da banda marcial. Ela traz uma
guitarra e toca “Resignation”. Parece que música era proibida para elas, porque
todas páram com o que faziam, exceto expelir (...) Será
com música que vai ajudar todas elas. Liga para a filha e dá seu diagnóstico...
- Yes, mom... Podemos providenciar tudo hoje
mesmo... Temos, quem sabe até façamos uma apresentação ligth para elas, quando
estiverem prontas...
Nancy volta para Sunshadow convicta de que
está voltando para a civilização (...) vai abraçar as filhas, as netas e a bisneta, jurando a
cada uma que ninguém lhe fará mal enquanto estiver viva. Na fundação os bebês,
todos do sexo feminino, chamam atenção pela uniformidade de traços, o que
reforça a hipótese de incesto e assim também a da eugenia. As meninas estão
aptas e são transferidas em duas semanas (...) Elizabeth as estranha, mas seus pais lhe esclareceram o suficiente (...) Em todo caso, só se
encontram esporádica e rapidamente...
- Evy, elas parecem bebês! Uma tentou comer
meu pager!
- Foda, isso! Que dá na cabeça de um cara pra
trancar alguém no confinamento, feito vaca?
- Tem gente que se acha melhor do que os
outros, você sabe.
- Gente cheia de sorrisos de plástico, que o
povo adora – completa Glenda.
- Mas isso é ridículo... Tem uma vindo...
A menina de seis anos e nenhuma cor se
aproxima, se senta perto delas e as observa com uma curiosidade pueril. Não
solta uma palavra, alisa as três, brinca um pouco com suas roupas, dá pequenos
puxões nos cabelos de Evelyn...
- Diferente... Cabelo...
Finalmente diz algo. Elizabeth tira um livro
da pasta e lhe mostra, para testar a reação. O encantamento com tantas imagens
até então desconhecidas é nítido, mas ela só consegue soltar sons de satisfação
e tocar nelas com o dedo médio. Zigfrida chega logo em seguida, atrás da
fujona...
- This is a book, dear. Obrigada por terem
sido interessantes para ela, queridas.
- Isto... Isto...
A sueca se senta e decide continuar com o
trabalho ali mesmo (...) Prudence se demora, mas elas
têm que voltar para a próxima aula. Contam para suas mães na primeira
oportunidade...
- Fez uma amiguinha nova, honey?
- Eu não diria que alguém que acabei de
conhecer é uma amiga, ainda mais alguém que me lambeu.
- Pra ela, vocês são. Você mostrou um livro e
ela ficou encantada, amanhã ela vai te procurar de novo, para ver mais. Você
tem alguns catálogos de moda sobrando, não tem?
Ela leva um deles na manhã seguinte, novamente
lá está Prudence (...) Elizabeth lhe entrega de cara o catálogo da moda primavera-verão do ano passado...
- Ah!... Ah!... Roupa... Que isso?
- Ah... É um carro – diz Evelyn.
Elas se olham, será um ano muito estranho.
Não muito menos do que o caçador de marajás que o Brasil elegeu para
presidente, o país se torna definitivamente um manicômio. Elias vê novamente um
emprego ir para o beleléu, porque o empreendedor teve sua poupança bloqueada
pelo governo (...) Patrícia fica furiosa, desta vez
interfere por meio de colaboradores, concede ao homem o empréstimo de que
necessita e acaba salvando mais trinta empregos. Ainda põe a empresa em
contacto com potenciais parceiros nos Estados Unidos, para quando se decidir a
exportar, pelo que sabe será a única tábua de salvação da maioria das empresas
brasileiras, quando a bomba explodir. Ela sai para espairecer, instintivamente
se dirige para a casa dos pais, onde tem a cota de afagos de sempre.
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