terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Dead Train in the rain CXVI

    Princess! Agent Princess! A estação 116 desenha mais uma vez os bastidores da geopolítica, com um toque de emoção. Aprendam e embarquem, o trem vai partir.


Com Chopp, Doom, Bird, Brain e Nelson, Star conversa reservadamente com um figurão da CIA (...) Sunshadow tornou a organização mais poderosa do que muitos serviços secretos, a lealdade dos agentes fora de campo que foram para lá é preocupante...

- Compreendo, monsieur. Sua preocupação procede, Grandpa passou por isso, quando os antigos dirigentes da agência descobriram suas actividades.

- Uma organização que poucos conhecem e tem simpatizantes no alto escalão de muitos governos pelo mundo... Agora essa polêmica, mais uma polêmica cercando Princess...

- Ela é tão valiosa quando delicada, entre nós, mas por quê a preocupação com ela?

- Além de sete líderes mundiais estarem apaixonados e prontos para cair de quatro, se ela quiser? Nós sabemos que existe uma legião à parte, ainda desconhecemos o comando, que se reporta directamente a ela. Um exército! O Pentágono ficou de cabelo em pé, quando descobriu.

Bird mantém discrição. Brain alisa o queixo, apontando para baixo, pedindo-lhe calma. Doom (...) afirma que passa de cinco mil, quando na verdade passou de doze mil há algum tempo, mas mesmo que soubessem quem o comanda, não poderiam dizer...

- Princess já tem uma carga muito grande de responsabilidades, já é muito visada pela inteligência internacional, fora os ônus de ser uma super estrela mundial. Há algo que queira nos contar?

- Dois altos oficiais cogitaram matá-la, visando extinguir a organização a longo prazo, mas foram contidos. O presidente pediu que eu viesse avisar, porque confia mais em vocês do que na própria agência... e, sinceramente, eu também.

- Agradecemos pelo aviso, monsieur. Você ficará aqui por mais duas horas, depois sairá com Chopp, Doom e Bird, no carro dele, porque alguém certamente o seguiu.

O Thunderbird preto sai duas horas depois, com o agente abaixado no banco traseiro, ao lado da perigosa Bird, que está furiosa pela nova ameaça à sua rainha, mas não mais do que o pai dela...

- Deixe que eu cuido deles, Ritchie, sei quem são e como lidar com eles.

- Pois preste atenção, Nelson, e dê este recado...

Pega uma robusta esphera de aço escovado, que serve de castiçal, e a esmaga com uma mão. O recado será dado (...) Ele volta para Sunshadow e chama os seus. Genius faz a mesma cara do avô, Barbarian seleciona mentalmente seis armas e Beyond, ainda com o gesso, acolhe a esposa...

- Eles pegaram a senha? Tem mais gente na fila, alguns com prioridade. E esse medo de nós sabermos muito mais coisas do que eles imaginam... Francamente! Já deveriam ter se acostumado! Como Bird reagiu?

- Do jeito dela.

- Meu Deus... Ela está fervendo por dentro. Falarei com ela. Enquanto isso, quero que não dêem um passo neste assunto sem me consultarem, esperem Nelson agir, então decidiremos se e o que fazer. Se tivessem se empenhado tanto em conter aqueles insurgentes, como se empenham em me vigiar...

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Ela fixa tudo, testa para ter certeza, então põe a máscara e começa a soldar, ou começaria (...) tira a máscara, irritada, vai ver o que houve com a máquina de solda e volta a colocar a máscara...

- Explique isso, mocinha.

- Mommy...

- Tire a máscara... Agora explique isso!

- Eu queria fazer um carro...

- Um carro... Este quadro de perfil quadrado não dá nem a bitola traseira do Fusca de sua avó!

- Era pra fazer um carro bolha... pra Proo. Ela não tem ninguém, mommy, eu queria dar um presente pra ela.

- Então é isso. Depois do castigo a gente vai conversar a respeito. Já para o seu quarto.

Noutro dia, a poucas semanas do inverno, uma reunião de baixa privacidade da organização acontece novamente na Máquina de Costura. Elizabeth (...) se esconde detrás de uma cadeira e espera. O silêncio súbito lhe causa estranheza. Ela estica o pescoço e vê os oito lhe observarem...

- Vai ter que acordar mais cedo, Elizabeth.

- Eh... Vocês não vão salvar o mundo?

- Estamos pensando no caso, talvez usando você como isca, bisbilhoteira. Acha que não vimos você entrar?

- Mas eu não fiz barulho!

- Nem precisaria, xereta! Você estava tão preocupada em vigiar seus passos, que não olhou para cima, encaramos você o tempo todo. O que esperava ouvir aqui?

- Eh... Que querem dominar o mundo, que Sunshadow está sob ameaça declarada, que pensam que somos alienígenas e querem nos prender, que tem um monte de segredos que ninguém pode saber, que tem exércitos secretos agindo nos Estados Unidos... Hm?

- Você imaginou tudo isso, mas é tudo verdade. Você sabe demais, mocinha, não podemos te deixar ir assim, sem precauções devidamente tomadas.

Os outros não se agüentam e a biblioteca é tomada pelos risos. Richard se levanta e vai acolher a irmã atônita. A pequena é carregada para o jardim privativo, onde algumas regras são explicadas (...) ela pede algo aos pais...

- A Proo... Ela é tão parecida comigo, que poderia ser minha gêmea bivitelina... Ela pode ser minha irmã? Please...

Os outros esperam. Vão os três à fundação (...) Patrícia se agacha, alisa o rosto da menina com o dorso da mão esquerda. A encara de forma doce até as duas respirações se sincronizarem. Assim a menina que a conheceu com uma lambida se torna irmã de Elizabeth. Está confusa (...) não sabe o que a aguarda. Chega à Máquina de Costura e vê uma multidão à sua espera. A professora de música e agora avó se apressa em tê-la nos braços, com os cuidados de quem conhece como ninguém a fragilidade de sua pele delicadíssima (...) A avó paterna chega no dia seguinte, já conhece a garotinha curiosa e sem noção...

- Vem cá... Como está magrinha, Arthur!

- Ela é magrinha, mamãe. Faz parte da compleição, já te explicamos isso.

- Mas ela não era minha neta, até ontem! Está com fome, Proo?

Nancy aparece dançando, mostrando os punhos e fazendo um sorriso de deboche, alguém concordou consigo e ela vai esfregar isso na cara de todo mundo. As duas acompanham o mais proximamente possível a adaptação da novata (...) O inverno chega e as luzes de natal cuidam de acalmar sua ansiedade pela vida. Quando chega o natal, antes de irem à festinha de Phoebe, Prudence ganha seu próprio P50 amarelo com bolinhas pretas, mas este é eléctrico, 1kWh, muito mais simples e seguro de ser construído; e ainda alimentou o gosto pela graxa da irmã. Ter imposto um castigo por mexer sem permissão em ferramentas muito perigosas (...) não significa que Patrícia não tenha concordado com as intenções da filha.

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Golden Feather leva Happy Moon para ajudá-la por um dia, com a plena aprovação do pai (...) É o contrário de mãe e avô, é calada e com alguns excessos de bom comportamento, chega a ficar irritadiça se insistem para algum passeio, isso torna seu nome um tanto irônico. Com quem respeita sua solidão periódica, ela se dá bem, mas não tem a distribuição farta de sorrisos que se espera de uma criança. Eddie já avisou, após análise, que esse é o temperamento dela, não há absolutamente nada de errado com a pequena. Como diz Crazy Horse, deve ser um espírito ancião repleto de sabedoria, que veio em missão e não vai perder tempo com distrações...

- Ela é feliz, Feather. Não confunda euforia com felicidade, são coisas completamente diferentes.

- Já falei com outros médicos, eles sempre prescrevem medicamentos!

- Eu não ganho um centavo com medicina e psiquiatria, eu não tenho pressa em me livrar do paciente e não tento ser conveniente para ele. Às vezes uma doença controlada é menos danosa do que a cura.

- Quantos colegas seus concordam com você?

- Só os que vêem o paciente antes de sua carteira.

Consegue tranqüilizar a apache (...) Reporta o caso às outras três; Marcia, Renata e Zigfrida. Concluem que o caso se parece um pouco com o de Patrícia, embora o problema seja outro. Olham para a pequena tagarela Phoebe e imaginam o que ela terá que enfrentar. A menina já lê e escreve alguns garranchos, em vários idiomas. Aubrey segue uma rotina mais mansa (...) seu desenvolvimento é mais fácil de ocultar. O tempo faz seu trabalho, a bisneta dos Gardner entra para a escola sabendo muita coisa e torna-se o bebê da classe. Ao fim da aula, Nancy entrega o pequeno prodígio às tias. Elizabeth e Prudence se juntam à gangue e seguem até começarem a se dispersar. A primeira é Stephanie levando Aubrey consigo, depois Kurt com Happy Moon, deixam Giovanni, Nina, Lola, Alice, Belice e Celice com Enzo; Glenda fica com Renata e por último se despedem de Evelyn, já à porta de casa, aproveitanto que Rebeca foi ajudar a salvar o mundo. Patricia de vestido verde escuro rodado, olha para as três, abre um sorriso enorme e as carrega de uma só vez...

- Os amores da mamãe estão ficando mocinhas e responsáveis.

De repente começa a sair gente detrás de carros, caixas de correios, árvores, latas de lixo e até do bueiro. Os paparazzi photographaram a viagem da escola até aqui. O destaque, já nos tabloides vespertinos, é para Elizabeth (...) “GOD! What a georgeous little girl!”. Os pais da menina recebem alguns exemplares...

- “Meu Deus, que menina linda” é tudo o que eles têm a dizer?

- Claro que minha filha é linda, e daí? O que há, o público deles está com preguiça de ler?

- Basicamente sim, honey. Qualquer texto com mais de dez linhas é logo descartado pela maioria dos leitores, pergunte pro Matt.

- Dez linhas mal dão uma introdução, qualé! Que pesadelo é esse? Além de alienada, a população vai ficar analphabeta? Galera, quero todo mundo aqui, agora.

Não vão cinco minutos e estão todos diante da menininha mandona. Ela explica o drama, Rebeca solta alguns palavrões e eles começam a trabalhar. Acostumados ao padrão de Sunshadow, lhes parece que a educação americana está despencando para o terceiro mundo. Ronald, conhecedor do francês mais arcaico, afirma com autoridade que conhecer palavras e as combinações de seus sons, não é saber ler. Decidem que o almanaque vai insistir na importância da leitura (...). Renata chama o marido e as instruções são dadas. Vão à casa de Fester e (...) vêem três adolescentes sendo mimadas e aprendendo as tarefas da casa, uma das resgatadas, uma negra baixinha e uma cadeirante de cabelos curtinhos. Patricia fica de boca aberta, muda, mas logo solta um grito e o casal é carregado pela casa. Após a festa, o recado é dado.

Começam os trabalhos midiáticos do ano um mês antes do previsto. Renata teve a idéia de colocar uma página com três colunas tratando do mesmo assunto. Uma com tipos enormes e superficial, outra com tipos grandes e mais profunda, a terceira com tipos normais e a história completa em todos os seus detalhes. Na página seguinte a mensagem “Viram o quanto perde quem tem preguiça de ler?” (...) vão buscar Nancy para sua primeira colaboração em uma mídia periódica. Impossível não se lembrarem de George Gran Ville, mas a matriarca assinará o próprio nome.

Quando o almanaque sai, gera mais polêmica. Muitos defensores de que só vale a idéia principal, atacam a publicação (...) Do outro lado, 99% da população gostam muito da idéia, principalmente como um recurso para atender a três tipos de leitores em uma só matéria, do mais apressado ao que está de folga e pernas para o ar. Matthew manda fazer imediatamente um teste com os cabeçalhos “resumo”, “geral” e “notícia completa”. Enquanto a polêmica corre e só aumenta a popularidade da banda, os dezoito trabalham em canções que demonstram a importância de saber ler e saber o que foi lido (...) Sai o novo álbum completo em uma tarde, só falta acertarem detalhes e gravar.

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Patricia pensa nos filhos e na neta. De repente se lembra da mãe e precisa segurar o choro. Desta vez terá uma morte nas costas ou será ela a morta do episódio. Apesar das ordens (...) alguém achou que valeria à pena deflagrar uma guerra e devastar um país inteiro para conseguir um momento de regozijo pela vingança, porque a população logo o destroçaria assim que disparasse. Princess olha fixamente para o homem com a pistola automática, saca o mais depressa que pode, mas antes de aperte o gatilho ouve três disparos; um no ombro que segura a arma, no coração e entre os olhos. O sangue começa a escorrer em profusão e acabou, um agente a menos no mundo. Patricia olha para trás e vê justo aquela por quem quase estava chorando...

- Mommy!

- My baby!

Nancy corre para a filha (...) Ela avisou que ninguém se meteria com sua família sem lhe prestar satisfações, prometeu que ninguém lhe faria mal enquanto estiver viva. Não houve tempo para ele apertar o gatilho, e ninguém conseguiu acompanhar os movimentos da mulher ao sacar a pistola, mirar e atirar. Nancy está furiosa, olha com raiva o cadáver ensangüentado no chão...

- Você só vai pro inferno porque não existe lugar pior, desgraçado.

Os paparazzi disseminam a notícia como mágica, o planeta sabe em minutos que Patrícia Petty sofreu um atentado a bala e foi salva pela mãe (...) Sunshadow recebe mais de cinqüenta mil pessoas, entre fãs desesperados, imprensa e agentes que foram tentar salvar o pouco que ainda resta do segredo (...) Pela segunda vez um presidente põe os pés na cidade. A esta altura, todos têm certeza de que ela é uma agente do governo, sem imaginar a imensa crise diplomática que se formou nos bastidores, deflagrada por aquele polonês stalinista. O presidente chega à casa de solteira, de onde Nancy não permitirá que a filha saia até ter certeza de que o perigo passou, constrangido pela falha na segurança, pede licença...

- Com licença... Boa tarde... Senhora Gardner, em primeiro lugar eu quero me desculpar pela nossa falha e agradecer por ter salvo Patrícia. Muita gente, inclusive eu, deve a vida a ela...

Muitos segredos não há mais como manter. A organização e as agências oficiais entram em pane para salvar o que resta, e soltar versões verossímeis que o cidadão possa digerir sem ele entrar em pânico (...) percebem que quem manda no país e no mundo, naquele momento, é Nancy Petty Gardner. Ela não sabe o que a filha fez (...) sabe que ela só sai de seus braços quando estiver em segurança. Foi aquela moça que devolveu ao casal a vontade de viver, e evitou que Richard morresse de depressão. Nancy simplesmente não consegue enxergar vida sem sua primogênita.

Na Europa os bastidores quase desmoronam. A mulher de confiança de doze chefes de Estado sofreu um atentado justo por quem foi ignorado por suas agências de inteligência, por o considerarem inofensivo. Reuniões são marcadas com o pretexto de discutir os rumos da economia (...) para tomarem providências sem que o cidadão perceba. Os jornais começam a rodar manchetes com "Nossa espiã favorita” como chamada, e Matthew precisa de três ou quatro clones para dar conta do recado, Mikomi, Fester e Mary Ann sozinhos não estão bastando. O escritório central busca em casa dezoito candidatos que têm currículos na corporação, é uma emergência. A noite desce e o presidente vai embora, tendo dado à Nancy a certeza de que aquilo não vai se repetir. Mas os trinta mil fãs ficam na cidade até terem eles a certeza disso.

Já em casa, ela acolhe as filhas chorosas e o marido assustado. Deveria estar apavorada, tensa, no mínimo muito assustada, mas nunca se sentiu tão filha de sua mãe como hoje (...) No dia seguinte há uma romaria em frente à Máquina de Costura, dezenas de milhares de pessoas precisando ser tranqüilizadas (...) Sem escolha, a mulher de blusa salmão e saia média preta vai novamente à rádio, porque falar à toda aquela gente sem aparelhagem, e ao ar livre, simplesmente não dá. Os paparazzi não deixam de notar a excelente forma física de quem se aproxima rápido do cinqüentenário.

Encontra na rádio dois amigos de infância, que namoraram por doze anos, até a maioridade, hoje têm trigêmeos e três adoptados. Ela espera “Forgotten” terminar e toma a programação...

- Sunshadow, é Patrícia quem fala. Eu gostaria de não precisar fazer este comunicado, mas é imperioso que eu o faça. Não vou tentar desmentir o que aconteceu na manhã de ontem, aquele homem realmente veio com o intuito de me liquidar. Eu realmente sei muita coisa, infelizmente não posso contar um décimo e mesmo que pudesse, esse décimo tem tanta coisa que eu não saberia por onde começar. O que posso contar tem correlação com o atentado. Aquele homem era membro de uma ditadura, louvada por muitos intelectuais ingênuos que nunca sofreram censura em seus próprios países. A ditadura caiu e eu tive uma pequena influência nisso, por isso ele veio para se vingar. O facto é que essa ditadura e muitas outras pelo mundo, agem de modo desumano e absolutamente egoístico, fazem nossos corporativistas mais idiotas parecerem boa gente. Uma das práticas dessas ditaduras é se aproveitarem da ganância de nossos corporativistas para promoverem a escravidão em países miseráveis, tanto a laborativa quanto a sexual, para assegurarem recursos às suas fábricas e aos seus propósitos, e um deles é se manterem no poder a qualquer custo. Por isso existem miséria e tensões nesses países, não só pelo conceito pueril de que miséria dá lucro, a questão é política e ideológica, e em breve se tornará também religiosa. Meus queridos, esta era de paz e tranqüilidade de que desfrutamos agora, é ilusória. Nestes países explorados existem tensões absurdas em crescimento silencioso, que cedo ou tarde vão gerar rupturas e espalhar estilhaços para todos os lados, inclusive para o nosso. Nenhum país no mundo é páreo para os Estados Unidos da América, nenhum deles é capaz de nos enfrentar por mais de um mês, antes de cair e ver seu território devastado, mas esta regra não se aplica a terroristas, eles não têm nacionalidade, agem como acne, brotam de onde menos se espera e não dá para dizer que pedaço de doce a produziu. Eles têm rancor, sede de vingança e estão dispostos a matar e morrer para se vingarem do que nossos antepassados fizeram, e de muita coisa que nos acusam de termos feito; não acreditem em tudo o que falam contra nós, muito menos de gente exaltada e cheia de discursos ideológicos. O ponto é que essas tensões não tardam a emergir e se alastrar pelo mundo, os atingidos vão procurar um culpado, e nós somos alvos preferenciais de muitos grupos. Por isso eu peço que se preparem para o pior, toquem suas vidas até lá, mas se preparem para agressões inclusive domésticas, porque o americano primou em se alienar e muitos vão acreditar que temos culpa até na condenação de Joana D’Arc. Cerquem-se de bons momentos, de dias proveitosos, vivam o máximo com suas famílias, porque o medo que chegou mais cedo à Sunshadow, vai bater na porta de cada americano. Por agora, compreendam, isso é tudo o que eu posso falar. Obrigada.

Quase cento e vinte mil pessoas na cidade e toda a região ouviram (...) Ela sai altiva e ovacionada da rádio, após medir e comedir as palavras como nunca. Sabe que ainda nesta tarde os jornais vão inundar o país com suas declarações e teorias conspiratórias correlatas. Reconhece alguns ghost drivers, estende a mão e eles vão. Tem consciência de porque estão lá e quer que tenham certeza de suas boas condições, para poderem retomar suas vidas. Alguns passos e lá estão seus pais, eles a acompanham até sua casa de casada.

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