quarta-feira, 14 de novembro de 2007

E por falar em música...

E por falar em música; ontem tive meu primeiro contato com o novo mega-sucesso momentâneo: Piriquita do Super Pop da Banda Katrina (Super criativo hein?).

JesuisMariaJosé Abençoa!! Abençoa porque é trabalho! E dos bem feitos...

Para quem não conhece, o refrão é mais ou menos assim:

“Quem vai querer, a minha piriquita, a minha piriquita, a minha piriquita...”

O som é contagiante, faz a gente se remexer, a melodia é fácil e gruda mais do que Barbie Girl...

Quando eu fui comentar a novidade com algumas amigas, estas me chamaram de atrasada e desinformada (uma tinha até a música no celular... Mereço??).

Eis que hoje resolvi fazer um teste... Fiz uma roda com as crianças para cantar musiquinhas (Dona Aranha, O sapo não lava o pé e por aí vai) enquanto escolhíamos uma música, cantei (bem baixinho) um trecho desta música (não o refrão,é claro) e para minha surpresa... TODAS as crianças sabiam cantar, com direito a coreografia e tudo.

Fiquei chocada! = /

E para me humilhar de vez ainda soltaram o outro hit “Piripiripiri Pirigueti”...

Estou acostumada a vê-los cantar sucessos sertanejos; músicas gospel e até mesmo Calypso ou axé... Mas gente, o que é isso!

Censura é crime, eu sei... Mas aí já é demais. São crianças com 4 anos!!

Quando eu colocava a mão no joelho, dava uma abaixadinha a putaria não era assim, tão evidente...

Quando a Xuxa cantava: “Ilari, ilari, ilariê ô ô ô” disseram que ela era satânica...

A Eliana foi esculachada por causa dos dedinhos...

Na minha época, criança era criança, e respeitada.

O que me espanta é onde tem chegado a “liberdade de expressão”.

Com tantas coisas bonitas para se falar a tia vem me falar da piriquita dela? Eu sei que é dela e ela faz o que quiser mas eu não preciso ficar sabendo! Minha paciência tem limites.

Infelizmente muitas pessoas gostam deste tipo de música (e até eu curto o ritmo) e não serei eu com este texto que fará com que todo este desrespeito mude.

Mas seria interessante prestarmos mais atenção nas informações que chegam até nossas crianças. Hoje sou professora, um dia serei mãe e não gostaria que meus filhos tivessem acesso à este tipo de expressões.



Será vingança??

4 comentários:

Edu disse...

Como eu já disse, vc está indo cada vez melhor.

Parabéns pelo texto.

Frankulino disse...

Certíssimo Vivi! Outro dia minha mãe comentou que antigamente as pessoas criticavam as músicas de forró por causa das rimas pobres...

Mas era tudo mais inocente... e, se compararmos com os forrós de hoje, eram bonitas.

Hoje há uma apologia ao acool inimaginável... só quem mora na Paraíba, Pernambuco, ou RN sabe exatamente do que estou falando...

As crianças e adolescentes tem um incentivo muito grande, já que as letras tem um eu-lírico (se é que essa palavra bonita pode ser aplicada a esse tipo de música) poderoso e conquistador... e que tem a bebida como principal estimulo...

Algo me faz pensar que as rádios recebem dinheiro de cervejarias pra tocar essas músicas, só pode...

Ou vocês tem outra maneira de me explicar o pq que músicas como "Umbrella" muitissississississississíssimo raramente passou nas grandes rádios de Natal... Falo muitissississississississíssimo pq eu nunca ouvi...

Eu ia fazer um texto sobre isso apontando até uma mini-pesquisa que eu fiz com a programação... uma pesquisa cheia de gráficos coloridos e tal...

mas o tema já foi bastante comentado...


O texto ficou muitissississississississíssimo bom, Vivi.

Bjus

Melissa de Castro disse...

Muito bom texto, Vivis!
É muito triste ver a decadência da nossa música dessa maneira. Uma pena, porque potencial para se fazer boa música existe...

Anônimo disse...

como melzinha disse é muito triste ver esa decadência. A todo dia presenciamos amostras dessa decadência, das crianças cantando essas músicas horríveis... essa semana mesmo eu estava no meu quarto, lendo, quando umas das inúmeras crianças-gasguitas od meu bairro começou a cantar um refrão de uma música absolutamente ridícula, Mainha até comentou comigo: "as crianças não sabem nem o que é ler direito mas já cantam esas músicas"

É nessas horas que eu concordo com Adorno, que , segundo meu prof de filosofia, condenava arduamente a indústria cultural...

Vivi, seu texto foi ótimo, abordou bem o assunto.