O amor é lindo, não é? É um assunto aparentemente inesgotável, que inspira desde gente chique e importante, como Shakespeare, até gente brega e desnecessária, como Zezé Di Camargo. Desde crianças ouvimos falar dele, nos livros de contos de fada, nas novelas, nas músicas e nas conversas dos adultos, que adoramos ouvir. Sabemos que, quando crescermos, vamos nos deparar com ele. E então, esse dia chega...
Eu tinha treze anos, estava na sétima série em uma escola nova. Naquele tempo, eu era mais feia que um raio: sempre magricela, cheia de espinhas e com uma cabeleira indomável. Estava em fase de crescimento, época em que algumas partes do corpo se desenvolvem antes do que outras, o que acaba dando à pessoa um aspecto bizarro. Parecia que eu só tinha nariz! Agora eu pergunto: uma pessoa nesse estado tem condições de atrair o sexo oposto? O cupido não poderia ter esperado um pouco mais? Claro que não! Imagina se os deuses vão deixar de se divertir às custas dos mortais! Jamais! E quando dei por mim, estava perdidamente apaixonada pelo Felipe.
Felipe tinha 13 anos como eu, mas nenhum defeito. Sim, essa é a primeira coisa se aprende com o amor: cegueira. Era dono de lindos cabelos loiros, olhos possivelmente azuis e uma voz rouca. Não estudava na mesma sala que eu, o que tornou ainda mais difícil ele saber da minha existência. Para completar o quadro da dor, o moço era popular e eu não.
O que nos leva ao lado patético da situação. Como se aproximar de uma pessoa popular, quando se é Betty, a Feia? Eu usei todas as armas que a minha timidez permitia: ficava lançando olhares de soslaio, outros olhares um pouco mais calientes (que ele não notou, ou pensou que fosse dor de barriga), passava umas duzentas vezes na frente dele no recreio e até fui à secretaria da escola para pedir seu telefone. Mas eu nunca liguei...
Enquanto isso, eu fazia planos para nós. Cheguei a escrever no meu diário que eu casaria com Felipe, seria veterinária e nós teríamos quatro filhos! De onde surgiu essa vocação para parideira, não sei. Também planejei exaustivamente o nosso primeiro beijo, ensaiei frases banais para dizer a ele, escrevi cartas de amor... A gente tinha até a “nossa música”, que era “Wind of Change”, dos Scorpions. Fora isso, eu pensava nele sempre que ouvia o Love Songs. Sim, minha gente, eu ouvia o Love Songs! A que ponto cheguei!
Outras conseqüências nefastas desse amor: não dormia direito, não me alimentava direito (devo ter emagrecido ainda mais) e também não queria saber de estudar. Estava sempre nas nuvens. Até fiz algumas tentativas (vãs) de melhorar a minha aparência, mas os cabelos continuaram iguais aos de Maria Bethânia. Droga de anos 90!
Um belo dia, tal qual bolha de sabão, a paixonite se desfez no ar. Não casei com Felipe, ele nunca me notou, se falei com ele, não consigo lembrar. Também nunca mais o vi... A única coisa que ficou foi a lembrança de dias turbulentos, mas divertidos. E uma pontinha de saudade, quando eu ouço “Wind of Change”, no rádio.
Eu tinha treze anos, estava na sétima série em uma escola nova. Naquele tempo, eu era mais feia que um raio: sempre magricela, cheia de espinhas e com uma cabeleira indomável. Estava em fase de crescimento, época em que algumas partes do corpo se desenvolvem antes do que outras, o que acaba dando à pessoa um aspecto bizarro. Parecia que eu só tinha nariz! Agora eu pergunto: uma pessoa nesse estado tem condições de atrair o sexo oposto? O cupido não poderia ter esperado um pouco mais? Claro que não! Imagina se os deuses vão deixar de se divertir às custas dos mortais! Jamais! E quando dei por mim, estava perdidamente apaixonada pelo Felipe.
Felipe tinha 13 anos como eu, mas nenhum defeito. Sim, essa é a primeira coisa se aprende com o amor: cegueira. Era dono de lindos cabelos loiros, olhos possivelmente azuis e uma voz rouca. Não estudava na mesma sala que eu, o que tornou ainda mais difícil ele saber da minha existência. Para completar o quadro da dor, o moço era popular e eu não.
O que nos leva ao lado patético da situação. Como se aproximar de uma pessoa popular, quando se é Betty, a Feia? Eu usei todas as armas que a minha timidez permitia: ficava lançando olhares de soslaio, outros olhares um pouco mais calientes (que ele não notou, ou pensou que fosse dor de barriga), passava umas duzentas vezes na frente dele no recreio e até fui à secretaria da escola para pedir seu telefone. Mas eu nunca liguei...
Enquanto isso, eu fazia planos para nós. Cheguei a escrever no meu diário que eu casaria com Felipe, seria veterinária e nós teríamos quatro filhos! De onde surgiu essa vocação para parideira, não sei. Também planejei exaustivamente o nosso primeiro beijo, ensaiei frases banais para dizer a ele, escrevi cartas de amor... A gente tinha até a “nossa música”, que era “Wind of Change”, dos Scorpions. Fora isso, eu pensava nele sempre que ouvia o Love Songs. Sim, minha gente, eu ouvia o Love Songs! A que ponto cheguei!
Outras conseqüências nefastas desse amor: não dormia direito, não me alimentava direito (devo ter emagrecido ainda mais) e também não queria saber de estudar. Estava sempre nas nuvens. Até fiz algumas tentativas (vãs) de melhorar a minha aparência, mas os cabelos continuaram iguais aos de Maria Bethânia. Droga de anos 90!
Um belo dia, tal qual bolha de sabão, a paixonite se desfez no ar. Não casei com Felipe, ele nunca me notou, se falei com ele, não consigo lembrar. Também nunca mais o vi... A única coisa que ficou foi a lembrança de dias turbulentos, mas divertidos. E uma pontinha de saudade, quando eu ouço “Wind of Change”, no rádio.
8 comentários:
Fiquei imaginando a historinha ao som de Wind of Change (agora vou ficar com essa música na cabeça!).
Ai, que fofa, Luna!
Toda menina fica abobada com o primeiro amor, não tem jeito. Quem nunca passou por pelo menos uma dessas situações que você descreveu não é normal. Muito gracinha seu texto. Adorei!
Perdi a conta de quantos amores platônicos eu tive..rsrs
Sofri tanto algumas vezes... Mas a timidez não me permitia contar para ninguém... Nem mesmo para a melhor amiga..
Ótimo post Luna..
Bjokas.
Lunita,
Uma delícia ler esse relato, viu?
Acho que todo mundo já viveu um amor platônico mesmo...
E que dorzinha boa de se sentir. Enriquecedora, eu diria.
O problema é quando a gente leva essa dor à sério. XD
Bjo no tcheu olho.
O problema, Dave, é que aos treze anos tudo é muito sério!
Obrigada pelos elogios, gente!
Eu achei seu texto horrivel. Mentira!
Tá show, Dé.
depois vc vem dizer pra mim que não sabe escrever? Vai te catar.
Vc tava escondendo o ouro, isso sim... :P
Aii q liindo..
shahsuahsauhsauhs
eu tbem era +/- assim,
acho q tdo mundo ja foi né?!
.Aff, aos 13 anos ser linda é praticamente impossivel.
ameei o post,
adooro o blog!!
bjos
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