terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Dead Train in the rain CXLIII

    Super Phoebe em ação! A estação 143 traz um pouco de pipoca com bom conteúdo, porque o que é nutritivo não precisa ser sem graça. Embarquem e se deliciem, o trem vai partir.


A maldição dos Cadillac (...) Phoebe fez uma prototipadora grande, quase industrial para uma escolinha rural, nas imediações de Madison, para auxiliar tanto no aprendizado quanto nas necessidades da própria escola, utilizando filamentos de PVC, conseguidos com o corte helicoidal de canos (...). A gratidão veio de reboque e na caçamba do GMC 1966 do bisavô, um Cadillac Imperial Custom Sedan 1925 à bordo e o lendário Biarritz Eldorado 1959, pretos (...) Chegam praticamente ao mesmo tempo que o Cadillac Sixteen de Patrícia. É um concept car, não irá para as concessionárias, mas ninguém lhe nega um pedido (...) Há colaboradores da organização dentro da Cadillac, ela soube de conceitos futuros interessantíssimos, alguns ainda no papel, os encomendou também; Só a Lincoln ainda decepciona, já a Imperial é só saudade. Mas antes de deslumbrar os outros, vai ver o que a neta trouxe. Encontra Renata se desmanchando com o gesto dela, dando à mãe a chave do Imperial...

- Assim que eu terminar de restaurar, ele será seu, mom.

Aquela (...) menina perfeita demais para ser deste planeta. Marcia deságua no choro e se agarra à filha, enquanto população e visitantes cercam aqueles carros, e paparazzi tratam de eternizar o episódio. Patrícia e Richard sabem, conhecem a fúria da agente Angel em uma luta, também por isso festejam a manutenção desta face da puerilidade, vitória que em parte devem à sua primeira professora. Buscam Staphanie para ela ver in loco e ouvir “Isto é culpa sua”. Finalmente a imprensa a descobre, “Então foi você que fez ela ser assim” e “Onde você estava, que nunca te descobrimos?” acendem o estopim, e a pacata professora (...) torna-se uma celebridade...

- Tia Patty, me ajude!

- Calma, meu amor, eles não vão te fazer mal... Não na minha presença.

Abraça a sobrinha assustada, a ajuda a lidar com aquela matilha ensandecida, depois a escolta para a Máquina de Costura, onde a apresenta à sua nova aquisição. Audrey vai ver a filha, toda pimpona, mas preocupada com o excesso de dedicação (...) essa paixão desmedida pelo magistério toma-lhe muito tempo. Enquanto Aubrey deslancha e manda todo mundo plantar batatas no sal, Stephanie é a personificação da mulher pacata e sem pretensões para fora de suas fronteiras (...) Em menos de quinze minutos chega Carly, naquele short brim psicodélico, que começa no umbigo e só desce até o estritamente necessário. Ela toca na porta de vidro, tímida, Stephanie a reconhece de pronto e se anima, é sua aluna, pode precisar de sua ajuda...

- Disseram que você estaria aqui... Posso entrar?

- Vem. A tia Patty te trouxe pra Sunshadow, para ela você não é visita, é da casa.

- Falou bonito! Como ela está indo?

- Quando a vovó xinga e quer botar fogo em tudo que é escola comum, acham que é exagero dela! Esta menina estava completamente desperdiçada! Na minha opinião, ela não demora muito a poder entrar no coral da banda pra ganhar experiência.

- E-eu o quê?

- Pensou que eu te deixaria à mercê de agentes picaretas, hum? Quando estiver pronta, você começa a cantar com a gente, como música de apoio. Tem tempo, pode se preparar bastante.

A menina tímida, com sua coragem ainda emergindo sob a batuta de Nancy, começa a rir (...) É levada ao porão, para conhecer um dos lugares de que sua diva mais gosta no mundo inteiro, depois vão à chocolateria, antes que a ausência da chefe transforme aquilo em um ringue de luta livre (...) Phoebe localiza a avó pelo smarthpone, vê a tia-avó e sua amada professora juntas. Lhe vem uma intuição e chama Sandra e Giovanni, que espera haver um bom motivo para interromperem sua boquinha, porque sabe que o pai não perderá a chance de comer seu sanduíche (...) A novata é informada, em sigilo, que passará a ensaiar com os três, lhe oferecem um emprego de meio período para se acostumar a ser realmente uma Dead Train. Patrícia manda mensagem cifrada para os comparsas, ela aceitou o trabalho, agora só faltam dois para completar a nova formação.

&

Elizabeth e Prudence lançam o primeiro livro desde que se casaram. É uma espécie de diário de gestantes, com dramatizações e humor muito apimentado (...) sem qualquer tipo de romantização ingênua. Sabem bem o sofrimento que é ter um bebê em casa, e não têm nenhuma sobrinha desocupada para ajudar de vez em quando, será só com os pais mesmo. Eles foram encaminhados à fundação, para aprenderem a lidar com bebês (...) Enya e Elias ajudam as gestantes a ensaiarem o roteiro, que elas sabem ter grandes chances de ser inútil, para quando chegar a hora.

Longe dali, avisam Matthew sobre a classificação “Premium” de Phoebe pelos paparazzi. A “deliciosa combinação de Hedy Lamarr com Ingrid Bergman” agora é pauta fixa nos tablóides e nas revistas de teorias conspiratórias (...) Ela cuida das filhas, após um dia de treino, estudo, trabalho e ensaio pesados. Está conseguindo com os outros que Carly fique à vontade e se sinta parte da banda, porque ela um dia será...

- Não vai sair?

- No... I’m dead... Trabalhei, estudei, ensaiei, ensaiei, estudei, trabalhei.

- Seus amigos estão ao telephone, o que digo a eles?

- O que vivia dizendo a eles sem me contar: Carly está dormindo e precisa acordar cedo amanhã...

Dorme. Começa a perder o lugar que tinha nas baladas (...) O festival da saudade toma conta da cidade e Carly finalmente tem dinheiro, o seu próprio dinheiro para gastar nas feiras de pulgas. Ela chega feliz em casa, com algumas peças miúdas dos anos 1930, mas encontra a tia pastora radical com a avó (...) É uma inquisição, a garota é atormentada com “Quando Jesus te decepcionou? Quando Jesus te traiu? Por que você o traiu com aqueles anticristos?” e sai correndo de casa. Se refugia em um cinema. Tem a idéia de ligar para desabafar, para Sandra...

- Onde você está? Certo, me espere aí mesmo. Mãe, sabe onde fica o Cine Morning Star?

Dorme em Sunshadow nesta noite. Toda a cidade toma conhecimento em segundos. Os seis lamentam com as mãos nas testas o episódio, ela nem começou a carreira (...) e já foi vítima do mesmo tipo de gente que eles enfrentaram logo no começo da sua. Patrícia liga para a casa dela, a tia atende e começa a pregar, ouve um “Você cale a boca, fariseia hipócrita! Passe agora para a mãe dela!” e passa para a cunhada. Faz algumas perguntas, uma proposta (...) Vai à casa dos Spring comunicar a novidade...

- Falei com seus pais, os tranqüilizei e fiz uma proposta. Eles aceitaram... Agora eu sou sua madrinha e enquanto estiver longe de seus pais, serei sua mãe. Vem, tenho suítes sobrando em casa.

Vai em estado de graça. Aquilo está muito além de seus mais loucos devaneios de ghost driver (...) quer ver o mais cedo possível como sua diva e madrinha começa o dia, mas acorda tarde para ver...

- Como assim?

- Acordamos às cinco para praticar caratê. Phee e Sandra também estiveram aqui.

Vai comer, inconsolável, para começar o dia. Após as aulas intensivas, vai ao seu emprego no cinema do shopping (...) Passa o aspirador, depois um aparelho similar que ensaboa, esfrega e suga a água suja ao mesmo tempo. Informa sobre eventuais danos, cheiros estranhos e objectos perdidos, o que hoje inclui uma dentadura e seis caixas de lego ainda lacradas, mas sem nota fiscal. Volta à casa da madrinha e tem uma refeição bastante substancial, uma sesta e vai ensaiar (...) Quando volta para casa, vê campo livre e põe no armário as roupas que ganhou, para passar a noite e o dia em Sunshadow. A mãe da garota arregala os olhos...

- O que quer dizer? “Todos” todos? Todos mesmo?

- É só terminar um serviço, eu posso entrar em qualquer sala e ver o filme que eu quiser.

Os amigos não tardam a saber e começar com a bajulação, pelas redes sociais. Carly olha para Phoebe, solta um suspiro triste...

- Mais falsos do que nota de cinqüenta centavos com a esfinge do Rasputin.

- Porra, até ontem eles me chamavam de traidora, de “Vai Quem Quer adoptiva”, mais da metade me excluiu dos contactos... Não vou aceitar ninguém de volta!

Vão para as lições de música (...) Happy Moon é nanométrica no rigor e na técnica (...) Os leva a um ensaio da orquestra, um dos poucos em que todos os músicos estão juntos, a intenção é eles refinarem suas audições (...) Lá está Evelyn, comandando todos aqueles músicos experientes como se tivesse nascido entre eles. Happy Moon conseguiu fazer a orquestra se pagar sozinha, é fiel à sua arte, mas sabe que precisa sobreviver para cumprir com sua missão. Na Máquina de Costura (...) os seis relaxam e conversam justamente sobre os quatro, com um olho no Sunshadow Dead Train Fan Week. Mas surge uma emergência para quebrar a toada mansa...

- Angel, preciso de você agora!

Ela não pergunta nada, corre para a Máquina de Costura (...) molhada, de biquíni verde musgo cavado. Princess e Beyond não têm tempo para expressar a surpresa, há um grupo de hackers atacando os principais bancos americanos e ela é a única pessoa capaz de enfrentar todos eles ao mesmo tempo. Primeiro ela identifica retiradas e transferências muito próximas e muito grandes, faz os sistemas entenderem que houve três tentativas com erros de senhas e as operações são bloqueadas. Agora rastreia os destinos dos quase cem bilhões de dólares já sacados (...) É muita coisa para fazer sozinha. A organização aciona as autoridades americanas (...) Agora é entre Angel e os hackers. Eles se gabam, contam vantagem, mas não contam com a evolução genética da garota. Enquanto o mais ágil deles dá um clique, ela dá calmamente três ou quatro. Enquanto eles escrevem uma linha, ela escreve um programa inteiro. Enquanto eles mandam uma mensagem de despiste, ela monta defesas falsas, rastreia a origem e faz os computadores dos criminosos se entregarem e travarem (...) nem vêem a polícia chegar e dar voz de prisão. Ainda estão tentando digerir o “Eu não sou exactamente uma pessoa comum” que ela mandou antes de cortar a comunicação.

Assim que arremata tudo, reestabelecendo as redes bancárias (...) ela dá a missão por concluída. Os avós não se privam de enchê-la de beijos, afagos e abraços repletos de sacolejos. Lá fora uma multidão repete em voz alta o nome da moçoila (...) centenas de photógraphos desesperados para vê-la de novo naquela falta de trajes, e vão todos à loucura quando ela aparece, sem sequer desconfiar que só receberão pelas photos porque ela precisou se expor. Genius termina sua parte e vai com Marcia e as pequenas (...) Pisa duro para denunciar sua presença e abre caminho no mar de paparazzi que nem desconfia da gravidade do que aconteceu. Renata (...) puxa Matthew, pega Naomi e vai ver do que se trata. Patrícia resume com “A guerra fria recomeçou. Ela impediu que roubassem todas as reservas do país”. Não demora para todo o círculo íntimo da banda estar lá (...) Comemoram o primeiro salvamento do mundo pela novata da organização, para os bisbilhoteiros que só sabem de parte do acontecido duas horas depois, dizem apenas “Não há o que vovó peça que Phoebe não faça”.

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