O bálsamo. A estação 220 Traz uma festa com acepipes doces em profusão, mas o amis doce deles é inusitado. Todos à bordo, o trem vai partir.
Glenda se deita, aperta o botão de pânico e
mantém a calma. Em cinco minutos seu santuário está cheio (...) Pela parede de
vidro Patrícia vê sua Chevrolet Veraneio 4X4 1974, que foi do Exército
Brasileiro, passando a toda velocidade. Não há outra em Sunshadow, talvez no
país inteiro. Perdoará por terem pegado um carro de sua coleção, mas agora quer
é pegar a comadre e rumar para a maternidade. O parto placentário é tão calmo
quanto se pode esperar e os bisavós da criança estão lá, prontos para babar.
Elvira admira a irmã ainda de longe, por recomendação médica, apesar de mãe e
filha estarem em excelentes condições.
Lá fora a imprensa quer saber o que Patrícia
e Renata estão fazendo lá dentro, e o que aquela viatura militar estranha tem a
ver com isso. Enquanto os avós paternos saem de Los Angeles, Partrícia mesma
explica o que aconteceu e que aquele carro é brasileiro e ítem de sua coleção.
Não havia tempo e nem clima para pedirem um helicóptero, e uma ambulância comum
teria problemas com a neve (...) Alguns teóricos da conspiração
não se convencem (...) vão aos seus canais alardear que as forçar armadas brasileiras
estão mancomunadas com as americanas, para controle e seleção de fetos para
formar uma super raça, então lembram-se de Phoebe e concluem que chegaram
tarde, a raça aprimorada já existe e está se reproduzindo.
Anita e Tobby chegam pouco antes de as duas
deixarem o hospital, elas estão tão calmas e serenas que até assustam. A nova
protegida de Patrícia só reclama sua mamada periódica, nada além. Glenda não
hesita em dizer “Duas de dezesseis bruxas”. Eddie e Amilton se limitam e mimar
a neta, enquanto Elvira acaricia Morgana (...) Abraça sua assombração mais velha e a acostuma a lidar com a caçula. Happy Moon
Chega com Stanley, Kurt veio de carona, dirigindo. Ela o acostuma desde já à
nova missionária, precisarão manter toda a cooperação possível para o que
precisam fazer.
Em uma semana Carly também aumenta a família.
Barry berra como um condenado, se recusa a sair de perto da mãe (...) Quando ela pergunta o que seus amigos malucos
estão fazendo correndo de um lado para o outro dentro de uma maternidade, Klauss
chega com a novidade...
- Você conhece alguém chamada Francesca ou
Gigliola?
- Que me lembre, não...
São os rebentos de Lola e Nina. Josephine
manda o mundo parar, precisa reivindicar seus afilhados. A neve que se dane,
aterrissa e vai logo à maternidade, entrando como uma aurora boreal dourada no
ambiente controlado (...) Lá fora a imprensa
especializada se delicia com a manchete múltipla, a assessoria de imprensa da
maternidade dá as informações prudentes, que são poucas, ainda assim valem
bastante para o jet set. As divas saem felizes e empacotadas (...) Agora sim, aqueles
bisbilhoteiros polares têm ouro midiático detalhado para vender! Além é claro
das figuras majestosas das divas em trajes ricos e exclusivos. O espólio que
coube a Patrícia influenciou o guarda-roupas de sua madrinha.
Pois mal saem e uma Dodge Journey com pintura
saia-e-blusa camaleão flocado em dois tons quase bate nos outros carros. As
divas ajudam a levar Evelyn para a sala de parto. Mal entram e uma Fat Boy
quase adentra na maternidade (...) Josephine se declara antecipadamente madrinha do
rebento. É um dia glorioso para a imprensa congelada lá fora. Lyonel finalmente
exercita seus acordes cacofônicos. O pai desmaia, acorda minutos depois, já
diante de seu rebento adormecido nos braços da mãe. Alice vem por último, amparada
pela mãe (...) Não consegue não se
lembrar do pai, chama seu rebento de Ana Galice, arrancando sonoras gargalhadas
de Enzo e Silvia.
À noite Belice sente as contrações, Celice
tem as suas por contágio. Aqueles carniceiros midiáticos mal venderam o
material de manhã e já têm mais, vêem Claudett e Karen acompanharem as duas,
obrigando Enzo e Silvia a irem novamente à maternidade. Elas também homenageiam
o pai, respectivamente com Ana Hilice e Ana Jalice (...) “Oh, grandma” ganha mais uma integrante.
A primeira reunião depois do festival de
partos é uma festa. Silvia repete a toda hora que é bisavó e está adorando
isso. Laura não se segura, está redecorando o quarto que foi das gêmeas (...) A lida com os negócios
transcorre nessa toada alegre, chutando traseiros como quem pula serelepe por
campos primaveris. Um pouco longe dali, Elias medita sobre a decisão da filha,
concorda com ela, mas teme que a criança se torne um escape (...) Tão logo Sandra passa para estreitar
os laços e ver como está seu pai, e volta para sua casa, ele liga para Patrícia
e segue à Máquina de Costura. É directo, teme que a filha faça muitas
expectativas e se frustre tentando compensar os cuidados que não pôde dispensar
aos filhos. Quer que ela leve essa idéia adiante, mas o risco existe...
- Você não deixa de ter razão. Contudo eu
acredito que as visitas da Frida e nosso acompanhamento vão evitar isso.
- Eu sei, confio, mas ela não vai demonstrar
esse constrangimento sem ser pressionada.
- Eu tenho autoridade sobre ela, não só como
marinha. Deixa comigo... A propósito de sua presença, você também não está bem
em relação a isso. Queria ter seus netos nos braços agora, não é?
- Queria... Muito... Não deu... Enya também
sente.
- Então é por isso que você está se fazendo
de forte até hoje? Arthur, pegue um carro e nos siga, temos que conversar com
aquela menina... Mascote, pega o Bobby e me encontre na casa de vocês.
Se encontram lá e lá vêem a mulher chorar,
tanto pelo luto quanto pelos sofrimento da filha. Ela, por sua vez, tem na tete
de ir ver as crianças da fundação (...) ela se inteira da situação (...) Uma voluntária tenta acalmar
uma menina, Sandra a reconhece e desfere uma reprimenda épica, mas quando pensa
que a petiz vai chorar de novo, a tem presa firme ao seu pescoço...
- Graças a Deus você apareceu! Era por sua
causa que ela chorava.
- Por que? Hey, o que foi, danadinha?
- Você sumiu...
- Gente não some, meu amor... Para de chorar,
eu já estou aqui e... E... É MINHA! Tota! A gente vai levar ela pra casa! O
quartinho já tá pronto, ela vai ficar com a gente.
- Hey, bevenutta, bambina! Noi siamo tuo
padre e tua madre! O que ela ganhou no natal?
- Toda a tralha dela está no armário. Deixe a
Sandra arrumar as malas enquanto nós tratamos dos papéis. Billie, o
procedimento.
O “Procedimento” é informar Nancy de qualquer
adoção, a qualquer hora. Inga chegou à fundação por militares que a resgataram
de ruínas, após a passagem de um furacão, foi a única sobrevivente da casa.
Sandra se dedicou quase exclusivamente a ela (...) e se deu o
direito de dar-lhe todas as broncas que julgasse necessárias. Agora a moça se
lembra de que só fazia o que o pai lhe fez, nas mesmas condições. Ela chega
puxando a pequena por uma mão e sua mala na outra (...) Toca o smartrain...
- Oi, vó Nancy!
- Meu amor, que alegria! Me avisaram agora há
pouco, você não imagina como eu estou feliz! Traz ela pra cá, antes de mostrar
ao seus pais!
Fazem-no. Nancy e Richard se debruçam sobre a
menina (...) Ela toma
o primeiro chocolate quente fora da fundação desde que ficou órfã. Vai à casa
dos avós, onde sua madrinha previamente auto declarada a espera. Enzo e Silvia
chegam alguns segundos antes, prontos para afagar e sacolejar a estreante.
Quando os três chegam é uma festa só (...) Inga
conhece seu quarto no fim da tarde, que é quando todo mundo já a conheceu como
parte da família. Avisam de cara que um dia vão providenciar uma irmã para
brincar consigo, mas ela precisa ajudar a cuidar do bebê. Moema e Valdomiro
marcam para março a viagem, para conhecerem a neta adoptiva.
Vendo todos felizes e encaminhados, Glenda
volta ao seu corpo e desperta da soneca, com Morgana começando a despertar.
Juan vem lhe contar a novidade e ela faz aquela cara de quem não só sabe de
tudo, como trabalhou nos bastidores para consertar o estrago. Vai dar atenção
às suas pequenas assombrações (...) Começa colocando a caçula no colo e suas mãos
contra mãos com a primogênita, para ela sentir a troca mais sutil de energias e
as diferenças entre a que sai e a que chega (...) O dia seguinte, com a neve mais branda, é de despedida. Fabrícia e
Jomar voltam para São Paulo devidamente instruídos de como proceder diante dos
desafetos que (...) os declararam
inimigos da humanidade. Ele em especial volta com uma alegria para a mãe (...) não vai mais ser motivo de chacota dos primos.
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