quarta-feira, 22 de maio de 2019

Dead Train in the rain CCLIII

    A dureza cotidiana. A estação 253 dá um tempo nas atrocidades e foca a rotina de nossos protagonistas. Embarquem, o trem vai partir.


Os pais desnaturados de Adele expõe um cenário de horror psicológico (...) Acreditam que estão dando um exemplo de moral e educação familiar, mas só o que conseguem é fazer um muçulmano próximo ligar para a filha e lhe pedir desculpas. Não tem conversa, o juiz horrorizado mantém a guarda e o novo sobrenome da garota. Eles se vão com protestos e juras de vingança divina. O advogado de Elias e Enya não precisou dizer absolutamente nada, o colega fez besteiras suficientes para garantir o ganho de causa (...) Enquanto isso a jovem aprende a fazer cálculos que vão muito além das operações elementares, com a ajuda da irmã...

- Uma reta, cálculo nenhum. Um plano, um lado vezes o outro. Um prisma, multiplique pelo lado que falta. Agora treine...

É paciente, usa sua experiência com Inga para lidar com ela. Com os dias ela aprende cálculos práticos para a vida comum (...) A actividade na casa religiosa também ajuda, as perguntas sobre seu trabalho na fundação a fazem se sentir útil (...) Enya é interpelada a respeito, enquanto auxilia nas edições de ensaios que fez para uma campanha de biscoitos finos...

- Ela era mantida quase totalmente alheia ao mundo. O que sabia era o que via pelas ruas e mesmo assim aprendeu a ter medo de saber demais... Este biscoito está meio perdido na cena.

- Eu ainda não entendi por que vocês pegaram ela, se era mais fácil deixar na fundação.

- Você não gosta da idéia de ter filhos, então não tente entender... Isso, ficou perfeito... No hospital ela não pediu por si, pediu para a gente cuidar da filha dela. De cara eu me identifiquei com ela, o Elias você já conhece bem, não se nega a responsabilidades... Ela tem corpo de moça, mas na cabeça é pouco mais do que uma criança.

Uma criança que pela primeira vez ganha uma coleção de bonecas com roupas de praia, presentes do tio e sua esposa (...) Norma vê com alguma preocupação a cena, não imaginava que essas coisas ainda acontecessem (...) Satisfeita, sai da piscina com suas sete Momokos e vai se trocar, tem hora para cumprir, há uma visita marcada para ela se acostumar às relações sociais. Dá uma olhada em Hope, dormindo como se não houvesse mais o que se fazer na vida. A matriarca não reclama, tornou-se rotina acréscimos indirectos à família (...) Sua índole discreta e silenciosa a ajuda a estudar a neta incidental sem interferir em seu comportamento.

Manda o relatório periódico às partes envolvidas, dá especial detalhamento à cena com as bonecas na piscina, Mikomi ama saber disso (...) Ela brinca bem com Robert Richard, fica feliz da vida quando Joan, Inga, Zsa-Zsa, Elvira, Colleen, Natasha, Rose e Serena enchem a casa; é a mais alta da turma (...) O espetáculo das cerejeiras no jardim de Mikomi a emociona. Está ansiosa pelo recomeço da temporada de festivais da cidade, todos em gestação desde o fim da anterior.

Alguns deles passam pelo crivo da banda. Os doze analisam candidatos a patrocinadores da convenção de fãs, alguns dos quais precisam forçar bastante para saberem o que estão fazendo nessa fila (...) Ainda não sabem o que uma marca de sex shop pode fazer na convenção, mas prometeram estudar o caso...

- Posso sugerir que eles façam uma campanha, desde já, para saúde e prevenção de gravidez?

Acatam, mandam a sugestão prontamente aceita, então confirmam uma barraquinha para o fabricante...

- “Barraquinha” – indaga Robert?

- É, uma barraquinha, um espaço para eles se apertarem, porque não vai ter espaço à vontade pra ninguém – diz Sandra.

- Você falou “barraquinha” e eu já imaginei uma barraca de campanha para testar os productos...

Uma pausa para as gargalhadas. Fim dos risos, retornam ao trabalho, agora com teores mais graves (...) Começam como sempre, pela América do Sul, que tem feito o oriente médio parecer um happy hour, mas sem chamar tanta atenção. Patrícia, Rebeca, Phoebe e Sandra sabem que algumas cabeças vão rolar, mas só podem dizer aos comparsas que cuidados devem ter por agora. Eles, acostumados a confiar, confiam; claro que é um caso excepcional, é Parícia, nenhum deles recomenda isso em condições normais.

Não prolongam o trabalho mais do que o necessário, amanhã viajam para mais um show e querem estar de bom humor. Antes porém, uma emergência. Alice quase esquartejou dois grandalhões que se candidataram ao “estupro correctivo” para desposar Karen e Claudett, como seu pastor lhes prometera (...) Correm para Lansing, antes que Enzo e Silvia explodam em supernova. Quando chegam, a imprensa está à espera, a luta foi filmada e já começou a rodar na internet. Quando entram, lá está Alice, a agente Window, contando com frieza e detalhismo o que aconteceu (...) abraçada pela mãe e sua consorte. Assim que são liberadas, Silvia abraça as três e Enzo as quatro, em prantos, enquanto as comparsas da moça falsamente frágil vão ter detalhes do acontecido, para tomarem as devidas providências.

Desta vez conseguem um vídeo de acesso restrito, hackeando a conta de rede social de um deles, capaz de incriminar pastores e alguns políticos, por apologia e incitação ao estupro. Vão ao show aliviados pela capacidade que ela demonstrou (...) Claro que a imprensa explora isso na coletiva. Na volta, com tempo, dão a devida atenção à agente de golpes explosivos e bem calculados. A imprensa continua lá, tentando como pode chama-la para programas bobos e sem sentido (...) Sem chance, sua revelação foi incidental e não quer passar disso. É chamada à Máquina de Costura, onde também Star aguarda tratar a respeito dessa fama inevitável. A conselheira da organização faz uma suave massagem no peito, como sinal de que ela pode soltar tudo o que tem preso (...) então ela desaba nos braços da diva. Os comparsas não se cansam de elogiar sua disciplina e seu nível técnico.

Quando abrem as portas, Karen corre para a filha, atropelando o genro. Silvia e Enzo vêm logo atrás e os quatro fazem montinho na moça. Não é difícil verem que ela chorou e Josephine explica o motivo, afirma que ela se tornou uma agente de nível profissional (...) Agora ela faz parte das reuniões com agências de inteligência oficiais. A CIA, mesmo com o crescende descontentamento da organização com a política externa do governo, também fica feliz, tem acompanhado a evolução de Window (...) quando da primeira tentativa de invasão.

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Chega o dia de Fabrícia voltar a São Paulo. Os colaboradores e os simpatizantes de dentro da ABIN já estão alertas. Ficou combinado que as crianças serão afilhadas de Enya e Elias (...) Eddie vê um caso muito delicado entrar no Boeing e partir para um país de periculosidade subestimada pelo mundo, mas vê de cabeça erguida o resultado de seu trabalho. Continuará a acompanhar a brasileira, mas ela consegue tocar a vida sozinha (...) Olha para Elias, já esperava ver aquela cara de preocupação, mas não em Sandra. Vai falar consigo, quer saber de algo que ainda não lhe tenham contado...

- Não posso te contar o que é, só que ela pode precisar da sua ajuda novamente a qualquer momento. Não vai acontecer nada a ela, mas vão tentar de novo e a gente pode ter que trazê-la de volta emergencialmente, por isso fica ligada.

- Agora você me assustou! Risco de morte?

- Alto. Pelo menos pelos próximos cinco anos, por isso não deixo meu pai ir sozinho pro Brasil. Ela também não está, mas não podemos evitar sustos e cenas traumatizantes. Fica esperta.

- Vou ficar, valeu.

Com esse ultimato ela volta para a fazenda com a família. A Juan diz que está preocupada com a paciente, mas Glenda não é só a agente Tiamat, é a bruxa, a imortalizada, a que não deixará cadáver, a maga mestra e regente dos destinos, a implacável...

- Tá, tá, eles já entenderam! Fica fria, mom, a gente tá de olho.

- Outro trauma daquele é perigoso, Glee!

- Quando eu digo “a gente”, não é só gente viva. Ela vai ser desviada das armadilhas, confie em mim e desfranze esse cenho.

- Eu posso saber do que vocês estão falando ou é perigoso pra mim?

- Muito perigoso, cara! Muito mesmo! Muito perigoso pra quem se meter a besta e achar que vai sair impune.

Passam por um dos trens de Patrícia, que leva em doze vagões de alto luxo (...) Nunca sai mais de um trem de cada vez.

Fabrícia desce em Guarulhos e encontra uma mulher estranha à sua espera. Ela se apresenta, cumprimenta e avisa que vai acompanhá-la o mais próximo possível por um bom tempo. A mulher (...) explica que é médica, o que Sandra lhe pediu e como vai ajudar a protegê-la até o perigo passar. Dá todas as garantias possíveis por agora, a leva ao Impala preto e nele para a casa de seus pais, no Bixiga, devidamente preparada para amparar sua gestação como se deve.

Em Sunshadow, sabendo que seria incapaz de tanto por também estar preocupada, Sandra pede Lídia que tranqüilize seu pai...

- Decerto que sim, mas depois falarei com você a esse mesmo respeito.

Chega àquela casa de mureta ricamente pintada por seu marido, saúda os presentes e pede para falar em particular com Brave Bear. Adele faz cara de “Quem?” e descobre algo engraçado sobre seu pai adoptivo. Ela é directa, pede paciência e que faça exercícios para se acalmar (...) Feito o que deveria, volta a ter com Sandra, que precisa de um pouco mais de severidade.

Voltam à vida normal com uma novidade. Os seis caem sentados quando são avisados de que aquele rapper malvadão, depois de meses em um reality bruto no Alasca, se descobriu um cantor de country dos mais sentimentais (...) John Little, que abandonou o apelido Bad Black, vai se mudar para kansas City, formar uma banda e embalar sentimentalidades em seus shows (...) Eles começam a rir e se congratular mutuamente, aquele parecia ser um caso perdido, mas ficou seis horas pendurado em uma sequóia até conseguirem resgatá-lo e foi salvo.

Voltam a conversar sobre o álbum conjunto com Lady Gaga, que enfrenta o mesmo problema de fãs radicais que se sentem traídos, desde que ela fez dueto com Tonny Bennett (...) A Dead Train simboliza tudo o que eles odeiam na sociedade, ou o que pensam que sabem da sociedade e da Dead Train. Dão graças a Deus pelos fãs que conquistaram com muito trabalho e muitos riscos (...) Vêem a receptividade dos ghost drivers pela internet, enquanto rascunham tudo, embora saibam que na hora vão simplesmente chegar e cantar.

Ela chega no dia seguinte bem cedo, mas não para os padrões de Sunshadow. É carregada até o ônibus da banda e conhece a cidade, então vai com eles para a Máquina de Costura, para o entrosamento indispensável. Lá fora os paparazzi, cansados de falsas Gagas tentando chamar atenção, se deliciam com a verdadeira formando laços com as lendas vivas do pop rock mundial. Ela se encanta com as marroquinas (...) Luppy e Consuelo são integradas à conversa, enquanto servem os acepipes, tudo muito simples, mas farto e sem cerimônias. Antes do almoço ela conhece o estúdio da banda, por conseqüência também a cidade subterrânea. À tarde ensaiam um pouco e gravam na hora, sem artifícios (...) Eles podem, são seus próprios empresários, donos de suas canções, não devem satisfações a nenhum picareta do show business.

As horas que passam lá dentro são usufruídas pela convidada, pelos vinte e quatro integrantes e sua equipe. Ninguém mais. Os vídeos serão divulgados para promoção do álbum, mas só quando estiver pronto para lançar.

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