A dureza cotidiana. A estação 253 dá um tempo nas atrocidades e foca a rotina de nossos protagonistas. Embarquem, o trem vai partir.
Os pais desnaturados de Adele expõe um
cenário de horror psicológico (...) Acreditam que estão dando um exemplo de moral e educação familiar, mas só o que
conseguem é fazer um muçulmano próximo ligar para a filha e lhe pedir
desculpas. Não tem conversa, o juiz horrorizado mantém a guarda e o novo
sobrenome da garota. Eles se vão com protestos e juras de vingança divina. O
advogado de Elias e Enya não precisou dizer absolutamente nada, o colega fez
besteiras suficientes para garantir o ganho de causa (...) Enquanto isso a jovem aprende a fazer
cálculos que vão muito além das operações elementares, com a ajuda da irmã...
- Uma reta, cálculo nenhum. Um plano, um lado
vezes o outro. Um prisma, multiplique pelo lado que falta. Agora treine...
É paciente, usa sua experiência com Inga para
lidar com ela. Com os dias ela aprende cálculos práticos para a vida comum (...) A actividade na casa religiosa
também ajuda, as perguntas sobre seu trabalho na fundação a fazem se sentir
útil (...) Enya é interpelada a
respeito, enquanto auxilia nas edições de ensaios que fez para uma campanha de
biscoitos finos...
- Ela era mantida quase totalmente alheia ao
mundo. O que sabia era o que via pelas ruas e mesmo assim aprendeu a ter medo
de saber demais... Este biscoito está meio perdido na cena.
- Eu ainda não entendi por que vocês pegaram
ela, se era mais fácil deixar na fundação.
- Você não gosta da idéia de ter filhos,
então não tente entender... Isso, ficou perfeito... No hospital ela não pediu
por si, pediu para a gente cuidar da filha dela. De cara eu me identifiquei com
ela, o Elias você já conhece bem, não se nega a responsabilidades... Ela tem
corpo de moça, mas na cabeça é pouco mais do que uma criança.
Uma criança que pela primeira vez ganha uma
coleção de bonecas com roupas de praia, presentes do tio e sua esposa (...) Norma vê com alguma preocupação a cena,
não imaginava que essas coisas ainda acontecessem (...) Satisfeita, sai da piscina
com suas sete Momokos e vai se trocar, tem hora para cumprir, há uma visita
marcada para ela se acostumar às relações sociais. Dá uma olhada em Hope,
dormindo como se não houvesse mais o que se fazer na vida. A matriarca não
reclama, tornou-se rotina acréscimos indirectos à família (...) Sua índole discreta e silenciosa a ajuda a
estudar a neta incidental sem interferir em seu comportamento.
Manda o relatório periódico às partes
envolvidas, dá especial detalhamento à cena com as bonecas na piscina, Mikomi
ama saber disso (...) Ela brinca bem com Robert Richard, fica feliz da vida
quando Joan, Inga, Zsa-Zsa, Elvira, Colleen, Natasha, Rose e Serena enchem a
casa; é a mais alta da turma (...) O espetáculo das cerejeiras no jardim de Mikomi a
emociona. Está ansiosa pelo recomeço da temporada de festivais da cidade, todos
em gestação desde o fim da anterior.
Alguns deles passam pelo crivo da banda. Os
doze analisam candidatos a patrocinadores da convenção de fãs, alguns dos quais
precisam forçar bastante para saberem o que estão fazendo nessa fila (...) Ainda não
sabem o que uma marca de sex shop pode fazer na convenção, mas prometeram
estudar o caso...
- Posso sugerir que eles façam uma campanha,
desde já, para saúde e prevenção de gravidez?
Acatam, mandam a sugestão prontamente aceita,
então confirmam uma barraquinha para o fabricante...
- “Barraquinha” – indaga Robert?
- É, uma barraquinha, um espaço para eles se
apertarem, porque não vai ter espaço à vontade pra ninguém – diz Sandra.
- Você falou “barraquinha” e eu já imaginei
uma barraca de campanha para testar os productos...
Uma pausa para as gargalhadas. Fim dos risos,
retornam ao trabalho, agora com teores mais graves (...) Começam como sempre, pela América do Sul, que tem feito o
oriente médio parecer um happy hour, mas sem chamar tanta atenção. Patrícia,
Rebeca, Phoebe e Sandra sabem que algumas cabeças vão rolar, mas só podem dizer
aos comparsas que cuidados devem ter por agora. Eles, acostumados a confiar,
confiam; claro que é um caso excepcional, é Parícia, nenhum deles recomenda
isso em condições normais.
Não prolongam o trabalho mais do que o
necessário, amanhã viajam para mais um show e querem estar de bom humor. Antes
porém, uma emergência. Alice quase esquartejou dois grandalhões que se
candidataram ao “estupro correctivo” para desposar Karen e Claudett, como seu
pastor lhes prometera (...) Correm para Lansing, antes que Enzo e
Silvia explodam em supernova. Quando chegam, a imprensa está à espera, a luta
foi filmada e já começou a rodar na internet. Quando entram, lá está Alice, a
agente Window, contando com frieza e detalhismo o que aconteceu (...) abraçada pela mãe e sua consorte. Assim que são
liberadas, Silvia abraça as três e Enzo as quatro, em prantos, enquanto as
comparsas da moça falsamente frágil vão ter detalhes do acontecido, para
tomarem as devidas providências.
Desta vez conseguem um vídeo de acesso
restrito, hackeando a conta de rede social de um deles, capaz de incriminar
pastores e alguns políticos, por apologia e incitação ao estupro. Vão ao show
aliviados pela capacidade que ela demonstrou (...) Claro que a imprensa explora isso na coletiva. Na volta, com
tempo, dão a devida atenção à agente de golpes explosivos e bem calculados. A
imprensa continua lá, tentando como pode chama-la para programas bobos e sem
sentido (...) Sem chance, sua
revelação foi incidental e não quer passar disso. É chamada à Máquina de
Costura, onde também Star aguarda tratar a respeito dessa fama inevitável. A
conselheira da organização faz uma suave massagem no peito, como sinal de que
ela pode soltar tudo o que tem preso (...) então ela
desaba nos braços da diva. Os comparsas não se cansam de elogiar sua disciplina
e seu nível técnico.
Quando abrem as portas, Karen corre para a
filha, atropelando o genro. Silvia e Enzo vêm logo atrás e os quatro fazem
montinho na moça. Não é difícil verem que ela chorou e Josephine explica o
motivo, afirma que ela se tornou uma agente de nível profissional (...) Agora ela
faz parte das reuniões com agências de inteligência oficiais. A CIA, mesmo com
o crescende descontentamento da organização com a política externa do governo,
também fica feliz, tem acompanhado a evolução de Window (...) quando da primeira tentativa de invasão.
&
Chega o dia de Fabrícia voltar a São Paulo.
Os colaboradores e os simpatizantes de dentro da ABIN já estão alertas. Ficou
combinado que as crianças serão afilhadas de Enya e Elias (...) Eddie vê um caso muito
delicado entrar no Boeing e partir para um país de periculosidade subestimada
pelo mundo, mas vê de cabeça erguida o resultado de seu trabalho. Continuará a
acompanhar a brasileira, mas ela consegue tocar a vida sozinha (...) Olha para Elias, já esperava ver aquela cara de preocupação,
mas não em Sandra. Vai falar consigo, quer saber de algo que ainda não lhe
tenham contado...
- Não posso te contar o que é, só que ela
pode precisar da sua ajuda novamente a qualquer momento. Não vai acontecer nada
a ela, mas vão tentar de novo e a gente pode ter que trazê-la de volta
emergencialmente, por isso fica ligada.
- Agora você me assustou! Risco de morte?
- Alto. Pelo menos pelos próximos cinco anos,
por isso não deixo meu pai ir sozinho pro Brasil. Ela também não está, mas não
podemos evitar sustos e cenas traumatizantes. Fica esperta.
- Vou ficar, valeu.
Com esse ultimato ela volta para a fazenda
com a família. A Juan diz que está preocupada com a paciente, mas Glenda não é
só a agente Tiamat, é a bruxa, a imortalizada, a que não deixará cadáver, a
maga mestra e regente dos destinos, a implacável...
- Tá, tá, eles já entenderam! Fica fria, mom,
a gente tá de olho.
- Outro trauma daquele é perigoso, Glee!
- Quando eu digo “a gente”, não é só gente
viva. Ela vai ser desviada das armadilhas, confie em mim e desfranze esse cenho.
- Eu posso saber do que vocês estão falando
ou é perigoso pra mim?
- Muito perigoso, cara! Muito mesmo! Muito
perigoso pra quem se meter a besta e achar que vai sair impune.
Passam por um dos trens de Patrícia, que leva
em doze vagões de alto luxo (...) Nunca sai mais de um trem de cada vez.
Fabrícia desce em Guarulhos e encontra uma
mulher estranha à sua espera. Ela se apresenta, cumprimenta e avisa que vai
acompanhá-la o mais próximo possível por um bom tempo. A mulher (...) explica que é médica, o que Sandra
lhe pediu e como vai ajudar a protegê-la até o perigo passar. Dá todas as
garantias possíveis por agora, a leva ao Impala preto e nele para a casa de
seus pais, no Bixiga, devidamente preparada para amparar sua gestação como se
deve.
Em Sunshadow, sabendo que seria incapaz de
tanto por também estar preocupada, Sandra pede Lídia que tranqüilize seu pai...
- Decerto que sim, mas depois falarei com
você a esse mesmo respeito.
Chega àquela casa de mureta ricamente pintada
por seu marido, saúda os presentes e pede para falar em particular com Brave
Bear. Adele faz cara de “Quem?” e descobre algo engraçado sobre seu pai
adoptivo. Ela é directa, pede paciência e que faça exercícios para se acalmar (...) Feito o que deveria, volta a ter com Sandra, que precisa de um pouco mais de
severidade.
Voltam à vida normal com uma novidade. Os
seis caem sentados quando são avisados de que aquele rapper malvadão, depois de
meses em um reality bruto no Alasca, se descobriu um cantor de country dos mais
sentimentais (...) John Little, que abandonou o apelido Bad Black, vai se mudar para
kansas City, formar uma banda e embalar sentimentalidades em seus shows (...) Eles começam a rir e se congratular mutuamente, aquele parecia ser um caso
perdido, mas ficou seis horas pendurado em uma sequóia até conseguirem
resgatá-lo e foi salvo.
Voltam a conversar sobre o álbum conjunto com
Lady Gaga, que enfrenta o mesmo problema de fãs radicais que se sentem traídos,
desde que ela fez dueto com Tonny Bennett (...) A Dead Train simboliza tudo o
que eles odeiam na sociedade, ou o que pensam que sabem da sociedade e da Dead
Train. Dão graças a Deus pelos fãs que conquistaram com muito trabalho e muitos
riscos (...) Vêem a receptividade dos ghost drivers pela
internet, enquanto rascunham tudo, embora saibam que na hora vão simplesmente
chegar e cantar.
Ela chega no dia seguinte bem cedo, mas não
para os padrões de Sunshadow. É carregada até o ônibus da banda e conhece a
cidade, então vai com eles para a Máquina de Costura, para o entrosamento
indispensável. Lá fora os paparazzi, cansados de falsas Gagas tentando chamar
atenção, se deliciam com a verdadeira formando laços com as lendas vivas do pop
rock mundial. Ela se encanta com as marroquinas (...) Luppy e
Consuelo são integradas à conversa, enquanto servem os acepipes, tudo muito
simples, mas farto e sem cerimônias. Antes do almoço ela conhece o estúdio da
banda, por conseqüência também a cidade subterrânea. À tarde ensaiam um pouco e
gravam na hora, sem artifícios (...) Eles podem, são seus próprios empresários, donos
de suas canções, não devem satisfações a nenhum picareta do show business.
As horas que passam lá dentro são usufruídas
pela convidada, pelos vinte e quatro integrantes e sua equipe. Ninguém mais. Os
vídeos serão divulgados para promoção do álbum, mas só quando estiver pronto
para lançar.
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