quarta-feira, 29 de maio de 2019

Dead Train in the rain CCLX

    Agora querem Elias. A estação 260 mostra que o fim de uma conversa nem sempre é o fim da conversa. Embarquem, o trem vai partir.


Melinda mostra o abaixo-assinado com mais de um milhão de assinaturas, acompanhado do pedido de um show (...) Há um depósito de adiantamento equivalente a um milhão de ingressos, só esperando pela confirmação de uma data, para o restante ser depositado. Os doze se entreolham, olham para Rebeca e Ronald, que se eximem de qualquer responsabilidade, também só estão sabendo disso agora. Patrícia liga para Darifa, mas é Derik que atende, ela entrou em trabalho de parto a mais de três mil pés de altitude, o piloto acelera o quanto pode, mas talvez não dê tempo (...) Suha é avisada e arrasta o marido, já ligando para a madrinha, que despenca de Los Angeles no ERJ 190-200, com o Phenom dos Barry-Kelly fungando na quilha. As crianças começam a sair mal tendo aterrissado, a poucos metros do S-600 Maybach. Sandra auxilia como pode (...) O primeiro choro causa euforia, o segundo causa choro, os jatos chegam assim que Darifa se rende ao cansaço ainda no hangar. Hamira anuncia ao Marrocos em tempo real, que mais duas mulheres perpetuam o mito de Hassam (...) por agora a irmã está soltando os bofes para fora, com Adelaide e Nelly satisfeitas, após esgotarem a mãe.

As pequenas adormecem rápido, com a mãe já exaurida e no segundo sono, enquanto o pai, trisavós, avó e madrinha se desmancham por elas. Deixam o casal se desmanchar e voltam à Máquina de Costura, onde outra mãe amamenta seus rebentos, já planejando o retorno. Raimundo e Francisco parecem confortáveis no clima de quatro estações por dia de Michigan, vão estranhar o Brasil. Fabrícia mostra os meninos já querendo andar, mal tendo equilíbrio para se manterem sentados (...) Sandra manifesta à madrinha a estranheza pelo interesse dos dois presidentes pelo seu pai...

- Não, amor da madrinha, duvido que eles suspeitem da colaboração com a CIA, mas sabem do que seu pai é capaz e não vão desperdiçar uma chance de ter a ajuda dele; só isso. Não se preocupe.

- Sai dessa, mulher! Seu pai tá mais vigiado do que o espaço aéreo americano!

- Hey, não é só o Elias – interfere Phoebe. Eles conhecem a sua história, você pra eles é uma lenda! Eu recebi tudo de nascença e só precisei trabalhar, já você se construiu apesar de tudo, você representa tudo o que eles admiram em uma pessoa. Até nesse meio pode haver alguma sinceridade.

- Ok, vou desencanar... Mas com um pé atrás... Vamos mudar de assunto... Vamos falar da Eddie, só falta ela pra aumentar a família.

Mudam de assunto. À noite a encrenqueira medita enquanto dá a devida atenção à família. Concorda com o que Phoebe disse, o que não lhe dá o direito de baixar a guarda (...) Abigail se cansa e dorme pesadamente, Inga não demora muito mais e logo estão ambas encerrando o dia. Elias também estranhou o interesse por si, mas aprendeu com a CIA a não dar alarmes desnecessários. Acorda no horário de sempre, previsível até certo ponto, a rotina é dele e não o contrário. Hoje terá a rara e valiosa companhia da esposa na loja, para onde vão assim que passarem na Máquina de Costura, ver como estão Fabrícia e os meninos (...) Ainda se lembrando das palavras afáveis que ouviu de Putin a respeito do afilhado, ela o olha com mais carinho do que o comum (...) se lembra do rapaz destruído que resgatou e compara com o empresário poderoso e respeitado que é hoje. Richard chega com uma cesta de nozes a avelãs para a mãe e ela puxa conversa, sempre imagina se os dois tivessem crescido juntos...

- Bem, nesta vida dupla eu aprendi a não tirar conclusões antes que elas se apresentem. Se você tenta puxar, só puxa a que mais se enquadra com suas suspeitas, se deixar vir ela se apresenta como realmente é. Dê uma chance, desta vez eles foram sinceros.

- Tal pai, tal filha. Mas eu sei o que é, você ainda se incomoda com a CIA freqüentando sua casa e teme que outros serviços secretos tenham a mesma idéia. Não vai acontecer. Aliás, hoje eles aparecem...

- A terceira visita do ano, Robby já os chama de “tios”, de tão acostumado com eles.

- É um ano difícil, meu querido, uma parte do mundo decidiu desmoronar de uma só vez e eles estão se virando para segurar as paredes. Foi um dos motivos dos shows na Rússia.

Robert tem uma conversa com turistas, antes de ir à Máquina de Costura. Explica que o que foram fazer, tem mais cunho diplomático do que qualquer outra coisa...

- A diplomacia não tem nada a ver com gostar ou se dar bem com o outro, tem a ver com respeito mútuo e preservar convergências. Nós fomos atar os pontos em comum para haver no que nos apegar, quando vier a próxima tensão, porque virá.

Os paparazzi, sempre por perto, anotam e oferecem a citação como bônus aos seus clientes. Ele caminha a passos largos, quando vê a irmã indo com o marido para a loja, gosta daquela cena de dedicação explícita. Deixa-os ir assim que afaga Enya. Eles chegam à loja, liberam os acessos e entram (...) Ele aciona o som ambiente e um jazz suave embala o início do dia. O casal sobe ao último pavimento, onde Elias encontra o que já esperava, a caixa de mensagens da franquia com uma tonelada de mensagens, algumas desesperadas, outras ameaçadoras, a todas já está acostumado. Para esquentar, classifica e separa os tipos, sabendo que vai jogar mais da metade na lixeira.

Quando os clientes começam a entrar, ele está aquecido e trabalhando a todo vapor (...) O alarme de e-mail toca e ela assume, para ele não precisar se desviar de um memorando. É de São Petersburgo, autoridades pedem estudo de viabilidade para uma filial da loja...

- Amor, sobre aquela sua neura com os russos...

Ele olha de lado, larga o memorando e vai ver. Lê com cuidado, medita e manda uma cópia para Patrícia. Não se surpreende, mas não esperava, chama os outros onze para verem também. Chamam Elias, desta vez não vão deixar ele decidir tudo sozinho. Também chamam Yuri (...) o russo assina um contracto formal e tem exclusividade da Vintage Way of Life na Rússia, então ele liga para tios e avós, passando instruções minuciosas, só depois é que as autoridades russas são informadas das pessoas que entrarão em contacto. Enquanto isso, Patrícia conversa com colaboradores russos e os informa sobre as novas bases da organização.

Quando os agentes da CIA aparecem para a visita, são informados a respeito. Eles se olham, quase riem, aquilo não deveria surpreender, mas a rapidez com que aconteceu os surpreendeu (...) Perguntam o que pretendem fazer, então Sandra precisa intervir, porque o pai não tem como falar tudo, mas mesmo falando menos ele diz mais. Passam rapidamente para o que os agentes queriam ter ali, mas sem querer o assunto já foi tratado...

- Então podemos aprofundar um pouco, já que temos tempo?

- Podemos. Vou exemplificar com as cidades subaquáticas com que Sakura sonha...

Sonha tanto que o aquário da casa tem um diorama alusivo. Já perdeu as esperanças de viver para ver o sonho realizado, então está passando o bastão para Nanako e Iroshi (...) Robert aparece, logo cercado pelos netos e com eles nos braços vai à filha. É justamente sobre moradias subaquáticas que quer falar consigo. Pergunta se ela realmente quer pelo menos uma cabana flutuante com cômodos submersos (...) porque Patrícia avisou que isso em breve será necessário e precisa de alguém para iniciar a popularização. A idéia é uma balsa com um módulo habitável que submergiria parcialmente junto com a âncora, a partir dela se poderia construir uma cidade flutuante inteira, mas isso seria para mais tarde...

- Wow! É sério?

- Sua tia Patty recebeu uma idéia bastante viável, com capacidade para seis ocupantes. Se você der o sinal verde, a gente manda construir agora.

Ela nem consegue falar, pula no pescoço do pai e o enche de beijos. Ele liga para os outros e manda começarem a construir. O criador é um colaborador de base, que venceu a timidez e foi falar com Bart sobre como conseguiria financiamento, ele se lembrou de Sakura imediatamente.

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