A vez do Brasil. A estação 78 mostra que o avesso, às vezes, é o lado certo. Não tenham medo de trocar de vagão, embarquem, o trem vai partir.
O Opala é sorteado e vai para uma professora
do primário da rede pública, que não sabe dirigir (...) Com o dinheiro ela compra um
Fusquinha 1968 e dá entrada na casinha onde mora com a família (...) Na próxima semana será sorteada
a viagem com uma semana de férias, com tudo pago, para Sunshadow. Com as
feridas da carne já curadas, Bobby trama com os outros as travessuras que farão
com os vencedores. Fica difícil decidir, porque o sunshadower é travesso por
natureza, e a incorporação de mais de vinte motoqueiros renegados à força
policial, não ajudou a mudar a índole de descendentes de trapaceiros. Decidem
que uma semana de estrelato, alardeando que eles são os vencedores da promoção
exclusiva para o Brasil, em uma cidade cheia de paparazzi, dará diversão
suficiente. Claro que acordar bem cedo, com o barulho de gente treinando
caratê, vai acrescentar mais diversão...
- A gente pode pegar os P50 e fazer uma
zoeira na frente deles – sugere Rebeca.
- Boa! Meu pai pode acompanhar a gente com o
caminhão. Vamos nos Peels, damos umas voltas pra parecermos malucos e depois
voltamos com eles no ônibus – conclui Patrícia.
Tramam enquanto os brasileiros fazem bolsas
de apostas e promessas para o sorteio. Os patrocinadores contabilizam os
dividendos de seu investimento, enquanto um taxista conclui o registro de seu
Fusca novinho e começa a trabalhar.
A semana é dividida entre o trabalho
ordinário e o monitoramento da campanha promocional (...) Até quem não quis saber da campanha quer saber quem vai viajar
para os Estados Unidos, de graça, e ainda ganhar presentes. Quase ninguém ainda
entendeu o que a banda ganha com isso, só focando o lado financeiro da
empreitada de uma banda que já não precisa tanto da música para viver.
O grande dia é marcado pela polarização da
imprensa, que manda gente de todos os veículos possíveis para cobrir o sorteio.
A auditoria checa os últimos detalhes, a polícia trata de organizar os
populares que chegam e os apostadores esperam levar a bolada. A Praça Cívica lota rapidamente na tarde de
sábado, em que as dezenas de campanhas paralelas são encerradas e seus lucros
contabilizados. São primeiramente sorteadas as muitas viagens para vários
destinos do país (...) Alguns
casais sem grana para a lua de mel soltam foguetes (...) Mas vamos ao que interessa, finalmente o último cupom é
sorteado, e o narrador faz os procedimentos...
- Tudo em ordem?
... deixando milhares de pessoas roendo as
unhas...
- Confere, auditor?
... gerando um suspense que, se dá emoção, é
absolutamente necessário para garantir a lisura do sorteio...
- Nome completo, endereço completo,
identidade válida, acompanhante já escolhido...
... deixando até Sunshadow tensa. Rebeca
quase pula pela sala, tamanha ansiedade, mas sabe que a reputação das
instituições brasileiras é das piores, toda garantia é pouca...
- Então temos uma vencedora! Tatiane
Madureira de Recife, Pernambuco!
Alguém em Recife quase tem um piripaque (...) depois começa a correr e gritar pela casa feito
uma louca, puxa o marido que estava lavando o Gordini, leva para o quarto, onde
fazem sexo pelo resto da tarde inteira, só depois ela conta o que aconteceu (...) Mas no fim da
tarde uma equipe da campanha bate à porta da ganhadora, com um caminhão de prêmios (...) uma equipe de televisão e um telephone móvel em
uma mala; um assombro tecnológico. Ele toca e...
- Alô? Patty? Está aqui, na minha frente...
Oxe! Tremendo feito vara verde, não sabe! Posso passar pra ela? É a Patrícia
Petty...
- Isso aí funciona de verdade, é?... Alô?
- Oi, Tatiane, meus parabéns! Você e seu
marido são nossos convidados para uma semana com tudo pago em Sunshadow!
- Patty! É você mesma, é?
- Claro que sou eu! Ah, é porque estou
falando em português? Aprendi ainda menina, a Rê ensinou pra gente. Não vou
perguntar se tá feliz, seu tom de voz denuncia. Pronta pro curso de inglês?
Sim, tem um curso de inglês preparado pra vocês dois, até as próximas férias de
Julho, para poderem se virar e fazerem amigos aqui também. Prepare-se, a partir
de hoje começa uma maratona para vocês dois, e vocês vão adorar! Começando
pelos passaportes que já estão sendo providenciados...
Ela fala e deixa a pernambucana mais
encantada, mais excitada, mais próxima de um infarto (...) Frederico ainda custa a
entender o que está acontecendo, vendo os móveis velhos e quebrados irem embora
para darem lugar a uma mobília e equipamentos novinhos em folha, até luxos como
batedeira, linha telephônica, aspirador de pó, televisor de tela grande,
frigobar e até um Corcel quatro portas verde e preto...
- Mas, me fala, é verdade que você passou a
lua de mel no Brasil, em segredo?
- Sim, é. Foi quando descobri a família do Arthur.
Curiosa? Então se prepara, teremos uma semana inteira para fofocar e colocar
Sunshadow de pernas pro ar.
A vizinhança inteira fica ao redor da pequena
casa, erguida com muito sacrifício, vendo a Tati do Fred ter sua vida virada
pelo avesso (...) terão que engolir cada desaforo que lhe dirigiram por
gostar de “música de rico besta”. Assim que todo mundo se vai (...) os dois olham para a casa renovada, bem equipada, com telephone e
abajur, ela deixa o marido cair morto de exaustão na poltrona reclinável, liga
o toca-discos novo em folha e começa a dançar pela casa...
-
Bla-bla-bla, bla-bla-bla on the radio...
Está feliz, não cabe em seu corpo esquálido
de tão cheia que está (...) Agora ninguém a segura.
&
Mesmo ciente de que será demitida Julia joga
o pano de prato para o lado, empurra um colega e vai à entrevista em curso. A
repórter, oferecendo publicidade à lanchonete, conseguiu um cenário perfeito
para forjar uma entrevista (...) Josephine avisou
Patrícia (...) ambas vêem uma garçonete mau encarada
se aproximando...
- Julia?! Mas o que ela vai fazer?
Patrícia vê, pasma, a fã puxar a repórter
pelo colarinho, mandá-la calar-se e ameaçar bater no cinegrafista, se ele
desligar a câmera...
- Boa tarde, eu sou Julia Foster e esta é a
papagaiada forjada para denigrir Patrícia Petty Gardner. Patrícia, a moça
mimada que se recusa a dar entrevistas a quem não lhe interessa? Vamos
refrescar a memória? A banda Dead Train estreou em 1962, em uma instituição de
caridade, desde então tem arregimentado fãs e desafetos por suas posições
firmes e sua postura de vida coerente com o que canta. Sua líder Patrícia Petty
é famosa por comprar brigas com gente muito influente. Não falo só de
apresentadores canastrões e colunistas tendenciosos, como esta aqui. Ela
conseguiu a inimizade de chefes de Estado e ditaduras, por se recusar a baixar
a cabeça para os caprichos de uns e não ceder às chantagens de outros. O que
incluiu se recusar a fazer shows em um país onde Ronald de Marselha e a cantora
de apoio Rita Shenney teriam que ser ocultados, por serem negros. Patrícia é
uma moça mimada que trabalhou com o pai desde criança na oficina mecânica dele,
onde está o Cadillac 1931 que ela mesma restaurou; só deixou de trabalhar com o
senhor Gardner porque os compromissos da banda, que é uma empresa, hoje tomam
quase todo o tempo dos seis, especialmente o dela. Patrícia, a moça mimada que
atravessou agressões graves, incluindo um atentado que quase a matou e ao seu
filho, e mesmo assim não se furtou de amparar Robert Spring quando de sua
tragédia. Patrícia, moça mimada que cuidou de cerca de cinqüenta pessoas em
Dallas, enquanto havia um tiroteio às portas do hotel. Uma parcela relevante do
faturamento da banda vai para as obras de assistência que eles mantêm,
inclusive para a Naomi Petty Green Children Foundation, que hoje é também um
orfanato. Patrícia, a moça mimada que tem contactos e relações freqüentes com
diplomatas e chefes de Estado amigos, às vezes em reuniões a portas fechadas, e
sempre que isso acontece alguma notícia boa aparece nos jornais. Coincidência?
Essa moça “mimada”, como alguns a chamam, já fez por este país mais do que
todos eles juntos, que só a chamam de mimada por se recusar a dar audiência
fácil para programas torpes, com artistas de quinta que arrotam fama e dinheiro
que não têm. Já Patrícia, “a mimada”, participa activamente da educação de suas
irmãs, vivendo muito aquém do que poderia, dando a elas o exemplo de vida, que
para a formação de uma criança vale mais do que qualquer compêndio de
pedagogia. Eu desafio qualquer um a passar por metade do que ela passou e
continuar com a sanidade mental intacta. Quando eu tiver filhos, meu Deus, que
cresçam tão mimados quanto ela! Aqui é Julia Foster se despedindo,
literalmente. Agora corta, paspalho!
- Boa noite, mundo! Eu sou Tobby McGinnes e
esta é uma gravação especial para o seu talk show preferido. E esta é a minha carismática
aprendiz, caçadora de encrencas justas e fã apaixonada do Dead Train, Julia
Foster. Ela acaba de desmascarar uma farsa montada contra a pessoa de Patrícia
Petty, líder do Dead Train, colocando no fio da navalha o seu antigo emprego.
Para quem não sabe, ela viajou sozinha, e sem grana para Sunshadow, só para se
certificar de que Patrícia estava realmente bem, poucos dias após o atentado. Diga,
Julia, como se sente tendo inimigos fortes na imprensa, mal tendo começado no
meu programa?
- Quer dizer que eu tô empregada? Então me
sinto bem...
Ela vai ganhar uma bronca por isso, ah se
vai, mas depois será enchida com afagos e dormirá nos braços de seu ídolo (...) Ela viaja para Los Angeles e faz
exactamente isso...
- Você não deve se expor assim, dando
combustível para essa gentalha...
Mas o tom de voz muda rapidamente...
- Ah, encrenquinha! Foi tão lindo ver você
colocar a corda no pescoço por minha causa!
Então a mima até que cochile diante dos pais
e do novo chefe...
- Não, Tobby, eu não vou liberá-la até ela
acordar. Sente-se e aguarde. A Rebby costuma ficar meia hora, mais ou menos,
nesta posição.
Vão-se quarenta minutos até ela começar a
despertar e rir abobalhada, ao ver que não foi sonho. Patrícia a trata como se
fosse uma filha, deixando bem claro quem manda (...) aquela colunista não foi a única inimiga
que ela conseguiu, enumera pelo menos quinze, dando nomes, endereços, um resumo
da ficha corrida e nível de baixeza. Passa para Tobby, com quem fala de forma
cifrada sobre Julia. Ela é impulsiva, voluntariosa e não mede esforços para
conseguir o que quer, então pede que lhe ensine a medir conseqüências...
- Eu tenho que ir, estão me esperando no
escritório central, ainda temos detalhes jurídicos da visita dos brasileiros
para tratar. Temos que evitar que sejam deportados sem explicações ainda no
aeroporto... É mole?
- Não, sozinha de novo não! Desta vez nós
vamos te seguir até lá. Venha, assessora, seu turno começa agora.
O massivo Cougar segue o lépido Stingray
azul, até ele chegar ao escritório central. Lá Tobby começa a ensinar as coisas
do show business para Julia (...) os seis não querem a menor hipótese de o casal sofrer um
constrangimento que os jornais ainda não noticiam. Acertam que uma figura
notória deverá acompanhá-los, então resta escolher...
- Ô Tobby! Chega aqui em cima!
Ele (...) recebe as congratulações por ter sido escolhido para trazer os pernambucanos
para os Estados Unidos, para usufruírem de seu prêmio. Não que ele não goste da
idéia, mas não lhe foi dada muita escolha...
- Mais uma lição, Julia: Aprenda a
identificar quem realmente manda, e trate de obedecer.
&
Qual a surpresa para Tatiane e Frederico
quando, prestes a sair para o aeroporto, encontram uma turba de jornalistas à
porta de sua casa, entre eles os mundialmente famosos Tobby e Anita McGinnes...
- Hello, guys! A Patty mandou a gente
escoltar vocês.
A brasileira tem outro ataque e começa a
pular na frente da casa (...) O
que mais estarreceu o casal não foi a pobreza, foi a precariedade, a completa
ausência do Estado (...) O agente Doom vê aqui o
que viu nos confins da África, quando acompanhou Audrey Hepburn disfarçadamente,
a pedido de Star. O governo actual tem a faca e o queijo na mão há quase dez
anos, mas o que fez até agora?
Esperam a premiada se acalmar e vão para o
Cadillac Eldorado 1956, no qual seguem para o aeroporto. De lá vão para São
Paulo, então para Sunshadow (...) Tobby confere a documentação, para evitar constrangimentos,
tudo em ordem então descem e vão ao guichê, com a equipe do programa, e a
imprensa local logo atrás. O casal binacional conversa com o brasileiro sobre
os membros da banda (...) em inglês, para eles já irem
treinando o que aprenderam e se acostumando.
São Paulo, gigantesca para qualquer padrão
mundial (...) Pernoitarão em um
hotel e na manhã seguinte pegam o vôo. Os brasileiros nunca estiveram em um
hotel, muito menos como hóspedes. Anita liga para Los Angeles, enquanto o
marido cuida do planejamento da viagem...
- Personas comuns, señora, não chamam atenção
alguma, exceto pela magreza de Tatiane. Me parece que nunca tinham saído de sua
cidade.
- Algum vício, mania ou desvio de caráter que
tenha percebido?
- Nenhum, além de falarem em volume alto e
pelos cotovelos. Nada que comprometa a semana com os garotos. Ah, si, eles vão
levar alguns discos de artistas brasileños, como presente.
- Tré bien! Eles acertaram em cheio! Já ouviu
algum?
- Por el rádio, tiene mucha cosa buena se
acendo por acá.
- Hm! Estou ansiosa por ouvir também. Agora
vá descansar, aí já é tarde da noite. Durma bem, chérie.
Se despedem e a mexicana vai ver como estão
os brasileiros (...) Nunca pensaram
que houvesse tanto luxo assim no mundo. Um hotel de três estrelas, que nem de
longe vê a sombra do que encontrarão em Los Angeles. Josephine quer conhecê-los (...) passa para Patrícia as
impressões de Anita, mais ou menos o que ela já tinha percebido ao telephone,
mas agora com alguma profundidade. Gostou de saber dos doze discos que estão
levando de presente para a banda.
Bye, bye, Brazil! Agora só param em
Sunshadow. Ainda não se habituaram aos luxos de um serviço de bordo (...) Estão se sentindo estrelas de novela. Não é uma
sensação falsa, voar ainda é um luxo para poucos brasileiros (...) eles dormem, mas dormem com gosto, suas vidas foram reviradas pelo
avesso e descobriram que o avesso é o lado certo. A equipe de filmagem também
descansa. Anita e Tobby olham para eles, se olham...
- Entonces, que te parece?
- Parecem com alguns caras que eu conheço. O
sotaque cantado é bem engraçado, acho que será uma estadia divertida.
- Estoy chocada, Tobby.
- Eu também, querida. O Estado ausente é
muito pior do que a miséria. O Brasil vai pagar um preço alto demais por isso.
Entram em espaço aéreo americano (...) Patrícia checa novamente
cada um dos Peel P50 (...) Aprova e eles
aguardam o telephonema de Los Angeles para irem neles ao aeroporto, seguidos do
GMC de Richard. Matthew vai antes para registrar tudo.
Recebem o sinal e se mandam para o aeroporto (...) seis pequenas
mochilas motorizadas correndo na frente de um imenso caminhão de três eixos.
Turistas e paparazzi não deixam o episódio passar (...) Assim que aterrissa a equipe de terra
começa a filmar, e Matthew prepara os dispositivos de troca rápida de filmes.
Tobby sai primeiro, seguido de Anita, que aponta para o casal extasiado,
recebido pelos fãs da banda com festa. Logo os P50 entram na pista (...) Tatiane reconhece Rebeca, deduz tudo e começa a gritar feito
uma louca. Os seis dão algumas voltas ao redor deles, páram e começam a descer;
Rebeca, Ronald, Renata, Enzo, Robert e, parecendo que nunca vai parar de se
levantar, Patrícia. Até Rebeca é mais alta do que eles, Patrícia lhes parece
uma gigante...
- Oxe – exclama a recifense!
- Vixe! E eu achando que vocês não existiam
de verdade!
Os seis (...) disparam a rir. Dão boas-vindas festivas, enquanto a bagagem é descarregada e
Richard coloca os carrinhos no caminhão (...) Aliás, quando eles o vêem...
- É...
- Daddy! C’mon. Tatiane, Frederico, este é o
maior gênio vivo da humanidade, meu pai, Richard Gardner.
Para todo lado que olham, o homem parece que
não acaba. Aquela mão gigantesca (...) parece uma pá de tão grande. E os seis rachando de rir.
Vão para a cidade em um ônibus, onde a equipe
de divulgação trabalha sem cessar. O casal é estimulado a falar, para
extravasar e se acalmar (...) os olhos
deles brilham, estão na mítica Sunshadow, que há muito deixou de ser
“Vai-Quem-Quer”. Chegam à casa de solteira de patrícia com todo mundo falando
pelos cotovelos, rindo e os seis dando uma olhada nos discos que ganharam. É
onde descem, os dois ficarão hospedados e onde farão uma boquinha (...) Rebeca vê alguns paparazzi
mais conhecidos e aponta para os visitantes, eles fazem sinal de “ok” e ela
desce, rindo da travessura que acaba de fazer.
Nancy os recebe com as gêmeas, curiosas, tratando
de dar-lhes um pouco de aconchego caseiro, para se sentirem mais à vontade; mas
não demais, é claro (...) Aquela sala, onde o Dead Train nasceu, aquela mesinha de centro ao redor da
qual se reuniam, aquela janela para a oficina onde Patrícia formou seu caráter,
a escada onde ela gostava de ouvir os pais em sigilo... Aquela coisa estranha
no canto da sala...
- É o nosso computador – diz Nancy.
A cara que fazem (...) arranca mais risos. Pelo menos até agora tem sido mais divertido do que
imaginaram. São levados para cima, onde se alojam e de onde descem para o
lanche na cozinha. Para seus padrões, a casa é quase uma mansão.
Vão para a oficina onde o Cadillac de
Patrícia repousa. São levados para um passeio, com os paparazzi no encalço (...) Mostra a 4-4-4-4, afirmando que tudo começou lá. Vão à cidade nova,
passando por sua casa, depois indo à fundação, os prédios arrojados, os postos
governamentais construídos sobre bases secretas, só voltam no começo da tarde.
A cidade ainda é pequena, mas (...) a
infraestrutura está muito além dos sonhos dos brasileiros. Mal descem do
Fleetwood e os paparazzi os cercam, querendo saber de impressões e do que
conversaram dentro do carro.
Um ensaio da banda com todos os músicos
presentes. Os recifenses conhecem em primeira mão algumas músicas que ainda
estão sendo gestadas, vêem ao vivo as técnicas e os métodos que garantem o alto
padrão de qualidade do sexteto (...) Ao
fim de algumas horas de ajustes cuidadosos, três minutos de música como
resultado...
-
I’m sorry baby, goes by! I’m young, I don’t want die in live...
Eles e os funcionários presentes do centro de
convenções ovacionam. Ronald desce e pede um dos discos que eles trouxeram. Põe
um de Os Mutantes na vitrola e ficam impressionados com a competência no
experimentalismo (...) Eles não poderiam ter acertado mais no presente
aos ídolos. Ouvem só mais um por esta manhã, de Elis Regina...
- Puta que pariu! Humilhou – exclama Rebeca!
Agora eles é que aplaudem. Saberão tirar o
máximo de proveito desse presente, os dois nem imaginam o quanto será útil.
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