Senhora Atlas. A estação 92 está toda sobre os ombros de nossa protagonista. Sejam gratos e embarquem, o trem vai sair em segurança, graças a ela.
Richard repete em
parte um feito da mãe. Um pastor novato, mas muito erudito, foi à escola para
uma palestra sobre o bem e o mal, quando teve a idéia de chamá-lo à frente (...) não demorou a discordar do sacerdote, às
vezes tentando se esquivar com “Desculpe, mas eu não me baseio nem em minhas
próprias opiniões, eu me guio por parâmetros”. Melinda grava tudo, orgulhosa do
sobrinho, sabe que o pai amará ver isso. Em dado momento, questionado sobre o
diabo, ele solta...
- Se eu fosse o
diabo e fosse mau, eu não puniria os maus.
- Mas por quê?
Não é lógico que os maus sejam punidos?
- Não por quem
dissemina o mal. Eu, no lugar dele, transformaria o inferno em um paraíso para
os canalhas, para mostrar aos bons que o mal compensa e que eles sofreram à
toa. Não é sabotar o bem que o seu diabo quer? Então é o que ele deveria fazer!
Me desculpe, não sou ateu, mas nesse deus e nesse diabo eu não posso acreditar.
- E por que Deus
Misericordioso nos obrigaria a voltar tantas vezes a este mundo horrível?
- E por que Deus
Misericordioso obrigaria criaturas inocentes a nascerem em países miseráveis e
terríveis, alguns dos quais proíbem terminantemente toda e qualquer
manifestação religiosa, especialmente o cristianismo, punindo até mesmo com
fuzilamento sumário?
É aplaudido de pé
por colegas e professores. A tia (...) vai abraçar aquele meninão lindo e genial que viu do tamanho de um antebraço, e
de quem trocou fraldas várias vezes. Richard, quando vê a gravação...
- É O MEU GAROTO!
ESTE É MEU NETO! MINHAS FILHAS SÃO DISSEMINADORAS DE GÊNIOS!
O gigante corre e
pula pela casa, rindo como se fosse uma criança. Ele faz cópias da fita e manda
para todo mundo. Patrícia e Arthur se desmancham pelo rebento (...) Josephine vê várias vezes, fica pasma com a lucidez de um menino tão jovem, que
ainda não entrou na puberdade. Carolina se desmancha, vê a fita até ela
estragar e precisar pedir outra. Ana Clara passa a paparicar o sobrinho como se
fosse seu filho, no que a mãe interfere...
- Sem exageros,
Claire! Ele precisa de um grau de dificuldades para se desenvolver. Avise que
há pudim pronto na copa e convide-o para comer.
- Foi mal. Eu
empolguei! Mas eu tô embasbacada com esse menino!
- Eu também. Meu
menino está crescendo rápido, mas não imaginava que tivesse crescido tanto por
dentro... Maturidade precoce é uma faca de dois gumes, Claire...
- Desfaz essa
cara de mártir, ô de cima!
Ela não pode
simplesmente dizer o motivo de sua preocupação (...) O encontra debruçado em tantos livros, em uma mesa da
biblioteca, que eles a forram completamente. Em um caderno ele faz anotações e
rascunhos, enquanto ouve uma fita da banda. Não teve os traumas do avô (...) mas sabe que não será
suficiente para poupá-lo das agruras que esta década reserva aos nerds.
Descobre que ele está planejando uma aula de iniciação científica para sua turma,
para o quê está resumindo e unindo várias áreas do conhecimento em um artigo...
- Só não exagera,
tá?
- Tá. Eu só vou
terminar esta página, guardar os livros e pronto. Mãe... É impressão minha ou o
mundo está ficando mais burro?
- Está, Ricky.
Infelizmente está. Burro e intolerante, inclusive com gente realmente
intelectualizada como você. Tome cuidado com quem divide o seu cabedal.
- Salvou o mundo,
hoje? Está com uma cara!
-
Me dá um abraço.
Melhor do que
ninguém, ele conhece os efeitos terapêuticos daqueles braços (...) Não há no mundo lugar
melhor do que aquele abraço. Rebeca observa do umbral da porta, encostada e de
braços cruzados (...) deve ter
acontecido algo grave, ou talvez esteja só preocupada com o mundo horroroso que
aguarda seu rebento. É também isso...
- Meu pai ficava
assustado com minhas deduções acerca do que ele fazia.
- E você está
assustada com as deduções que o Ricky está fazendo.
- O mundo está
ficando muito idiota, Mascote. É um lugar muito perigoso para ele.
- Sai dessa,
mulher! A gente vai proteger ele até ter o tamanho do seu pai e distribuir
sopapos!
- Rá, rá, rá, rá,
rá, rá, rá... Ele já está quase do seu tamanho!
- O que não
configura exactamente uma vantagem. Mas ele tá lindo, Hein!
- Sou suspeita
pra falar disso... Mas que menino lindo, meu Deus! Parece um deus grego! Lindo,
inteligente, carinhoso, prestativo... Ele vai me dar trabalho!
A mudança de
rumos da conversa surte efeito, o rosto dela se acende e fica rosado, os olhos
brilham e o sorriso escancarado exibe quase todos os dentes (...) vai torná-lo forte para enfrentar o que
o espera.
&
O garoto tem a
chance de esclarecer alguns pontos nebulosos sobre a mãe, em uma visita a
Josephine. Enquanto ela e os parceiros vão resolver negócios que ele e os
outros não podem acompanhar...
- No começo eu
desconfiei, mas sua mãe foi tão atenciosa e o tom de voz foi tão sincero, que
eu deixei ela ver meu carro. Fiquei chocada vendo aquela menina tão linda e
delicada mexendo com tanta intimidade naquele motor! Motor italiano não é para
quaisquer mãos, precisa ser muito habilidoso!
- Ela sempre foi
assim?
- “Assim” como,
Ricky?
- Essa cara de
preocupação que ela faz, sabe? Me dói, eu vejo que ela está sofrendo!
- Então ela
voltou a fazer aquela cara...
Ela imagina os
motivos, explica resumidamente os dissabores que Patrícia enfrentou desde muito
nova (...) Infelizmente ela não pode dizer tudo, mas o que diz dá ao menino a noção
precisa da carga de responsabilidades e traumas que sua mãe carrega. Richard
tem curiosidades sobre a bisavó, mas teme que perguntar sobre isso cause
sofrimento à mãe e à avó...
- Você não
precisa ter medo, Patrícia é uma mulher forte e madura. Ela superou a perda de
Naomi ainda criança, até lê o diário dela, de vez em quando!
- Eu não sabia
desse diário! Você já viu?
- Que menino
curioso! Pior do que a mãe! Eu assumo, Jose. Quer conhecer sua bisavó? Te
empresto o diário dela, mas é para você ler todas as noites, antes de dormir,
ele me ajudou muito nos piores momentos. Um dia eu vou poder te contar tudo,
filho, não me pergunte quando, mas eu vou. Acho que dos apuros pelos quais
passamos durante a carreira, você já tomou conhecimento, faltam os detalhes
mais sórdidos. Foi uma época muito dura, mas também foi muito bonita e é por
isso que nós preservamos pra vocês... Meu Deus, como você é lindo!
- Meu Deus, como
você é linda! E obrigado pelo que fez com o meu pai.
- O quê?
- Foi você que fez
ele ter autoconfiança.
Ela olha para a
diva (...) ele entendia
rápido o que Josephine dizia. A anfitriã os acompanha até os demais (...) Patrícia quer fomentar com ele a mesma
cumplicidade que tem com o pai. Marcia, Sakura e Karen o puxam para a piscina,
enquanto os adultos aproveitam um momento de descontração (...) Iniciar os trabalhos para o próximo álbum foi mole, a música é
a parte mais fácil do trabalho dos seis. Marie e Jean Pierre ficam perto dos
pais, ainda são muito crianças para se aventurarem na água sem um adulto
responsável. Se bem que se Ricky se prontificar...
- Tome, mas
cuidado com eles, ainda não têm boa noção de perigo.
- Quem te viu,
quem te vê, Mascote. Boa tarde a todos.
Zigfrida se
aproxima vislumbrando aquela cena de mãe cuidadosa. A maternidade ajudou a
disciplinar um pouco a impulsividade, porque desaparecer com ela são outros
quinhentos.
Em Sunshadow,
Laura leva Greta para o hospital. A menina definhou rapidamente após tossir
muito e cair na cama. Proibiu Daniel de contar a alguém (...) sabe o quanto a filha é ocupada e
esses momentos de folga são escassos. Os médicos ficam alarmados quando a
menina começa a tossir sangue e a internam imediatamente. Como nada acontece em
Sunshadow sem o conhecimento da organização, exceto o desenvolvimento das
habilidades belicosas de Nancy, ela e Richard chegam (...) encontrando o casal em lágrimas...
- Minha filha
está morrendo...
Enquanto ela
acolhe o casal desesperado, Richard conversa com os médicos. Eles estão
atônitos (...) Acreditam que
seja um mal congênito e que alguma coisa o desencadeou, provavelmente o esforço
intenso, já que ela estava apostando corrida com a irmã. Na UTI a menina
respira com auxílio mecânico, o pneumologista ainda teme que qualquer tentativa
de melhorar a respiração natural cause uma hemorragia interna, que a mataria em
minutos. Fizeram exames preliminares, mas...
- Ela é uma
criança! Uma criança pequena, não deveria ter esses sintomas!
- Quem diz que
doenças teremos ou não é a natureza, doutor. Encontraram algo na literatura?
- Nada! Nada que
se enquadre no caso dela, uma criança saudável, feliz, acostumada a exercícios
físicos freqüentes, com alimentação saudável, actividade intelectual intensa...
Foi tudo muito rápido, segundo a primeira dama! Em menos de meia hora o quadro
evoluiu de uma tosse para este que temos agora.
- Eu não sou
médico, mas...
- Claro, Brain.
Vamos.
Richard (...) dedilha os seios da menina e encontra algo (...) Ele pede que uma enfermeira refaça o exame de
toque de mama e ela confirma, também chocada. Richard sai depressa para dar uma
notícia menos grave do que Laura espera...
- Não, ela não
vai morrer! Já sabemos o que ela tem! Sentem-se, os dois... Não sabemos como,
mas Greta está com um nódulo mamário, provavelmente um câncer de mama.
- MINHA FILHA É
UMA CRIANÇA!
- É por isso que
os médicos estão chocados. A boa notícia, já que a pior não veio e NÃO VIRÁ, é
que eles já sabem o que fazer, mas provavelmente ela precisará de cuidados
especiais pelo resto da vida. Talvez haja um cancro em um dos pulmões, em
decorrência disso, eu disse “TALVEZ”, mas ele provavelmente pode ser extirpado.
Silvia e Enzo
chegam na tarde seguinte com Karen. Ela liga para a casa da mãe e é Myrtle quem
atende, a criança solta tudo e a moça voa para o hospital. Em uma semana eles
conseguem um diagnóstico confiável e uma perspectiva consoladora, mas a perda
da capacidade pulmonar pode ser irreversível (...) Orientada por Nancy, Laura se dirige à
outra menina...
- Myrtle, ajude a
mamãe. Preciso que você cuide da sua irmã, para eu ajudar seu pai na prefeitura.
- O que ela tem?
- Ela está muito
doente. Talvez nunca mais consiga correr com você. Vai precisar ser uma
mãezinha pra ela. Me ajuda.
Apesar do peso
que sabe que está colocando nos ombros
da filha, as conseqüências são infinitamente menores do que gerar ciúmes (...) Silvia chega por detrás, buscando notícias, acaricia a cabecinha
preocupada da irmã...
- Nós duas vamos
cuidar dela. Primeiro teremos que conseguir uma ajudante para a casa...
Enzo dá notícias
aos outros (...) o simples facto de ambas poderem comemorar o próximo aniversário
já é um alívio enorme para a sogra...
- Ela vai ficar
mais fraquinha, com menos fôlego, mas vai crescer, quem sabe casar e ter
filhos.
- Que bom! Não
desejo nem aos três jumentos que pensavam que fossem cantores, a dor de
enterrar um filho. Seu pai merece um prêmio, Patty.
- Ele não quer
saber disso. Ele sempre diz que não espera pela providência, a toma. Ele não
faz as coisas esperando por recompensas, faz porque sabe que precisam ser
feitas. Assim que ela sair do hospital, vamos fazer uma festinha para as duas,
o que me dizem?
Fazem-na (...) a menina está bem. Ficou um pouco
diferente da irmã por causa da longa internação, já não parecem ser gêmeas univitelinas.
Karen se junta à tia, para ajudar a amparar a fragilizada Greta. Ela se
reestabelece com rapidez, mas a força e a velocidade que tinha ficaram na
saudade. Tomar medicamentos todas as manhãs, após o desjejum, é um incômodo que
levará pelo resto da vida, ou até que encontrem uma alternativa para o
tratamento.
&
Dão uma pausa involuntária
no afastamento das câmeras. Um promotor convidou o sexteto para uma conversa
sobre declarações controversas. A quantidade de processos que dão em nada
chamou sua atenção (...) Eles explicam
mostrando dados de alguns dos que moveram os processos, todos eles tiveram uma
boa exposição na mídia, o que ganharam pagou com lucro as custas judiciais (...) Os outros são de
lunáticos que (...) pegaram a banda,
especialmente Patrícia, para anticristo da vez. Terminada a conversa, que
nada teve de formal, saem sem dar
detalhes do que foi conversado, até porque tudo ficou por lá mesmo. Ainda assim
Patrícia é abordada, perguntam sobre suas irmãs...
- Elas não pensam
em aproveitar a sua fama e iniciar uma carreira também?
- Até o momento,
não. Elas querem se dedicar aos estudos.
- Mas elas estão
lindas, fariam muito sucesso!
- Estão! E pensar
que eu amamentei aquelas duas...
- Já soube que
tem uma revista sondando elas, não soube?
Ela faz a cara de
“Me explique isso, mocinho” e o repórter desembucha. As revistas para as quais
elas recusaram ensaios sensuais estão de olho em suas irmãs (...) Eis que Audrey encontra
uma correspondência (...) de uma revista
masculina. As gêmeas já são mulheres feitas, altas, bem proporcionadas e em
perfeita forma física. Uma cidade cheia de paparazzi não as deixaria passar
incólumes...
- Patty, é esta a
revista?
- É uma delas. Eu
não vou impedir, se vocês quiserem, mas conhecem a minha posição.
- A gente
compartilha dela. Por que não fizeram a proposta pra você?
- Primeiro porque
ele acham que mulher com mais de trinta anos está acabada, segundo porque eles
já nos assediaram antes e tiveram um “Não” cada vez maior e mais redondo,
terceiro porque a gente passou a patrocinar mais do que ser patrocinado.
- Tia Patty, com
licença... Minha mãe está te chamando...
Pela cara de
choro, ela deduz a gravidade. Acompanha Marcia e encontra Matthew se
desmanchando em lágrimas pela primeira vez. Theodore não acordou (...) Emily enfarta e também morre. “The
Journalist of Stone” agora é um menino inconsolável. Pedem Julia emprestada até
ele poder voltar ao trabalho. Richard e Chuck cuidam para que seja um funeral
digno de um herói de guerra. Daniel e Leila viajam para a última despedida, e
para também ajudar a consolar Matthew e os dois irmãos. Algumas coisas boas saíram
do episódio, além do reconhecimento que o veterano recebeu; Daniel e Charles
ficam amigos, lamentando não terem se encontrado no front; A família de Matthew
finalmente deu as caras em Sunshadow (...) Julia conheceu um rapaz que fez seu jovem coração balançar, mas não deu
bandeira, só o manteve por perto e colheu informações a seu respeito.
O verão chega
inclemente, mas secando as últimas lágrimas de Matthew. Julia volta a Los
Angeles com a missão cumprida e um anel de compromisso. Ele se recusa a
conversar com estranhos acerca de seu luto (...) simplesmente volta ao trabalho, começando por ver o que Julia
lhe deixou...
- A garota
trabalhou bem... Almanaque encaminhado... Pautas para os próximos três meses,
ok... Galeria do fã em dia...
- Matt, tem
visita pra você...
- Manda entrar...
Lennon, meu chapa! Cara, valeu mesmo o apoio...
Algumas coisas
estão como antes, os ciúmes e a inveja ainda cercam sua sala. Os dois conversam
sobre coisas boas, planos, perspectivas (...) olham para o lado e
vêem o lavador de janelas com uma fantasia de Homem-Aranha... Realmente, tudo
voltou ao normal. Renata fica de coração leve ao ter notícias pelo próprio
Lennon (...) De Marcia e da
sensível Eddie ela cuida.
Do outro lado da
rua, quase em frente, Patrícia pratica caratê com o filho (...) Tem que administrar uma
quantidade muito grande de acontecimentos que se deram em um só semestre.
Queiram seus entes ou não, é sobre seus ombros que tudo acaba se apoiando (...) não precisa ter pena de
ninguém quando é agente, mas na vida civil as coisas se complicam muito.
Findado o treino, ela só quer um abraço do rebento, mesmo ambos suados (...) Conhecer os bastidores da guerra fria a
torna uma paciente preferencial para Zigfrida. Arthur faz idéia muito precisa e
lamenta muito não poder ajudar mais. Não só mais o amor que tem por aquela
mulher e a adoração que tem pela artista, o que ela já fez pela humanidade lhe
desperta uma devoção nobiliárquica pela esposa.
Em Beverly Hills
Josephine dá a má notícia, ela voltou a fazer aquela cara que há anos estava
engavetada. A sueca confirma, sim, Patrícia é depressiva...
- Primeiro ela
viu e ouviu a avó ser queimada viva, poucos dias após seu aniversário, ainda
criança. Precisou sair da cidade para continuar com os estudos e encontrou uma
hostilidade maior do que o sunshadower sofria na época. Encontrou inimizades
gratuitas ainda na escola, por inveja, preconceito e dores de cotovelo. Sofreu
um atentado logo no início da carreira, sabendo paralelamente dos riscos que
seu primeiro amigo corria. Sofreu um atentado gravíssimo em Dallas, se
colocando entre os outros e o tiroteio. Sofreu o assédio de um maníaco que a
perseguiu por anos, limitando sua liberdade, como se a fama já não o tivesse
feito. Quase morreu em um atentado covarde, após ter a alegria de saber que
estava grávida. Ela toma as rédeas de tudo, consola todo mundo, protege todo
mundo... Preciso citar os desgostos que já teve desde que se uniu a nós?
- Non. Eu fui
origem de pelo menos um deles... O que fazemos?
- Antes que me
chame de louca, eu também cogitei tratar essa depressão e curá-la de vez, mas...
Você notou bem o modo como ela acolhe as pessoas, quando está com esses
sintomas?
- Está me dizendo
que essa depressão, essa coisa horrorosa faz bem a ela?!
- Faz. De alguma
forma ela transformou a depressão em uma aliada. Aos poucos ela convergiu essa
tristeza crônica para a introspecção productiva, como nos momentos em que quer
ficar só e em silêncio. Ela consegue mais foco do que o microscópio mais
poderoso do mundo. Patrícia tem uma personalidade muito complexa. Se ela fosse
má, seria péssima, mas é uma pessoa boa e é incrivelmente maravilhosa. Não será
simplesmente tirando uma coisa e colocando outra no lugar, que vamos aliviar o
peso nos ombros dela.
- Me dói o
coração, Frida...
- Mamãe Broto
reclamou do mesmo. Também me desagrada vê-la assim, mas não é por aí que vamos
ajudar.
Ela acaba de sair
de um desses momentos, em que ficou praticamente catatônica (...) Ela entra na sala e é interceptada
pelo marido, que lhe arranca o primeiro sorriso do dia. Tem os olhos vendados e
é levada à copa, onde odores começam a atiçar suas lombrigas. Ele tira a venda
e revela um jantar italiano à luz de velas, então ela se derrete toda (...) Arthur consegue que ela seja, pelo menos por
esta noite, apenas a sua linda e cobiçada esposa.
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