Desespero e poder. A estação 73 traz prantos e esperança, com eles os frutos inesperados de quem subestimou a própria semeadura. Embarquem e se recuperem do susto, o trem vai partir bem devagarzinho.
Patrícia sai da clínica com o envelope em
mãos, entra no Volvo P1800 1970 (...) e vai
feliz para o Jose’s Hotel. Facto inédito, desta vez fez questão de sair
sozinha. Volta (...) cumprimentando todo mundo
pelo caminho, já indo converter para Beverly Hills. Antes que entre, uma
Chevrolet Apache (...) acerta o coupé a toda
velocidade no lado da moça e foge. Os mais velhos ficam congelados, se lembram (...) quando Jose De Lane perdeu o marido,
o filho que esperava e a capacidade de procriar. O Volvo capota e para de pé
quase cem metros adiante. Os populares se dividem entre os que se desesperam e
choram aos gritos, os que correm sem saber para onde, os que vão tentar ajudar
e os poucos que têm a presença de espírito de ligar para Josephine.
Há paparazzi presentes, claro, eles sempre
estão por lá. Photographam alucinadamente, para o caso de ser a última vez que
registram Patrícia Petty Gardner (...) Dentro do sueco severamente
danificado, presa pelo cinto, está um ídolo de milhões pelo mundo inteiro,
inerte e ensangüentada, sem que o público tenha coragem de ver se o pior
aconteceu.
Richard aparece afastando todos do caminho (...) arranca a porta
do motorista com uma fúria animalesca, enquanto Paul Newman segura e ampara
Josephine e Nancy, ambas se desmanchando em prantos e desespero (...) Mesmo enfurecido, Richard tem a frieza e os
conhecimentos necessários para a ocasião. “Ela está respirando”, grita o
mecânico. A ambulância não tarda, os paramédicos atestam que ela está
aparentemente bem, mas escondem os exames, para não haver mais apreensão do que
a já instalada.
O motorista da Apache foi perseguido e
interceptado por fãs, que quase o mataram de pancada (...) é um dos fiéis de uma igreja radical que colocou na figura de
Patrícia a encarnação do demônio. Na delegacia, ele não consegue dizer nada
além dos dogmas que a lavagem cerebral impôs, e cuspir alguns dentes.
A notícia corre o mundo (...) com alguns apressados anunciando o óbito que não
ocorreu, levando meio mundo ao desespero. A frente do hospital fica coalhada de
gente, de jornalistas e de paparazzi. Arthur é levado trêmulo pelos outros
cinco, não menos desesperados (...) Sobem para o apartamento e encontram duas mulheres
com rostos rubros, de tanto chorarem. Rebeca, vendo sua amiga e confidente
naquele estado (...) Se encontrasse o
responsável, ele não teria mais do que cinco minutos de vida, mas está
impotente. É acolhida por Josephine até que pare de soluçar (...) A maquinista do Dead Train está como seus seguidores jamais pensaram em vê-la,
está frágil, inerte, fantasmagórica.
Apesar de a relatividade ter feito seu
trabalho cruél, o desespero não dura muito. No início da noite ela desperta (...) tomando rapidamente consciência do que acontece
à sua volta. Agora se lembra de ter iniciado a conversão e visto a grade da
Chevrolet crescer a uma velocidade assustadora (...) fica aflita, se pergunta por seu filho...
- Hey! Somebody! Please, someone!
Nancy entra tempestuosa pela porta, quase a
arrombando. Seguida de Richard e Josephine. Os outros (...) a ouviram gritar e também se puseram a correr...
- Mommy...
- My baby...
Os quatro se permitem chorar abraçados. Logo
são dez chorando (...) a entrada dos
médicos e enfermeiros. O médico de confiança de Josephine se pronuncia...
- Senhora Patrícia Petty, se realmente existe
algum deus, ele ama os seus fãs. A senhora e seu bebê deveriam estar mortos,
mas estão ilesos. Sim, eu evitei dar qualquer notícia até a confirmação dos
exames (...) Patrícia está grávida.
Agora os choros são de alívio, mesclados com
uma felicidade que causaria um choque perigoso para Arthur, se não tivesse
acabado de tomar uma dose extra do medicamento para controlar a freqüência cardíaca.
Ela ficará em observação por esta noite, mas amanhã cedo poderá voltar para
casa (...) Rebeca voa para o hall, se lembrou do mar de fãs chorosos (...) Alguns juram que se sua líder e musa morrer,
também se matam. Ela aparece, enrubescida, mas com um sorriso enorme que dá à
multidão um fio de esperança...
- Galera! Hey! A Patty tá bem! Ela e o bebê
estão bem!
Voltam a chorar, desta vez reproduzindo em
escala quase astronômica a cena do apartamento. Alguns lamentam que a notícia
não seja a pior, mas mesmo assim vai render muito dinheiro (...) Na manhã seguinte os onze aparecem, Patrícia nos braços do
pai, cercada de gente e cuidados como se fosse uma flor rara e efêmera. Ninguém
diz uma só palavra, além de agradecer o carinho que aqueles fãs demonstraram,
passando frio e fome na vigília. Ela (...) infelizmente não pode abraçar cada um deles como gostaria e
normalmente faria. Eles entendem (...) se aproximando com civilidade e recebendo o carinho de uma
mulher jovem e fragilizada, mas íntegra e com sua beleza rara preservada, que
começa a se assustar com o poder que percebeu ter (...) quer evitar que o fanatismo histérico se instale entre os
maquinistas-fantasmas, como seus fãs ficaram conhecidos.
Já em casa, cuidando da filha, Richard recebe
o relatório. A pick-up usava um compressor vagabundo, com pressão extremamente
alta (...) o que
explica um veículo de carga e com carga ter atingido o Volvo a estimadas 130MPH.
Sua frente com quebra-mato reforçado fez o resto do serviço (...) A intenção era mesmo matar e ter certeza de ter
matado Patrícia. Ele não pensava que fosse tão forte, quando arrancou a porta
de um carro que, fosse outro, provavelmente não teria protegido sua filha, e
mantendo a frieza que a ocasião demandou (...) Agora vai ver a gestante, que (...) entretém
as irmãs com sua gravidez...
- Não, ele ainda é menor do que uma ervilha!
Não vai responder a vocês!
As duas ainda estranham uma mulher grávida
ter aquela barriga tão plana, querem ver por si a evolução da gestação, para
isso pedem que o pai a photographe todos os dias, a começar por agora. Ele
propõe que ela tire sempre a mesma pose (...) Ela fica de
pé e de lado, à janela (...) com as mãos na
barriga exposta, e ele dá uns três cliques (...) Toca a campainha, são os cinco
companheiros com uma garota tímida...
- Irmã, ela estava na praça do trem,
arranjando cara pra vir pra cá – diz Rebeca.
- Ron e eu estávamos discutindo relações
exteriores na chocolateria, quando vimos esta menina agindo estranhamente na
praça, olhando pra direção da sua casa, querendo e hesitando em avançar.
- Depois dos primeiros socorros, ela
contou... É, ela desmaiou quando o Bobby se aproximou.
- Ela contou que veio pra ver se você estava
bem, depois que acordou – diz Renata.
- No, caspita, não desmaia de novo! Encosta
em mim e se segura até a gente terminar de falar! Ela veio de Los Angeles às
escondidas e ficou sem jeito de vir te ver, então a gente a trouxe. É uma das
que iriam se matar, se você morresse. Ei, bambina, parla...
- Oi?
Patrícia balança a cabeça, escancara um
sorriso e estende os braços. A garota vai, chorando escandalosamente, dizendo
que estava com medo de perder sua rainha (...) Rebeca solta...
- Tem quase um milhão de cartas no
escritório, pra gente dar conta. Ah, e obrigada por ter quase morrido, ganhamos
o disco de platina.
- Ra, ra, ra, ra, ra, ra... Falou, mas não se
acostumem. Qual o seu nome, querida?
- Foster. Julia Foster... Tenho dezesseis
anos.
- Ju, você pode me fazer um favor – pede,
secando as lágrimas da fã?
- Tudo!
- Cite cinco defeitos meus.
- Você tem?
- Tenho, minhas irmãs que o digam (...) Eu sou muito
mandona, chego às vezes a ser autoritária. Minha mania de perfeição já irritou
esses cinco um monte de vezes. Tem uma Patrícia carrancuda e mal humorada que
vocês não conhecem, e emerge com freqüência...
- É a mártir – diz Renata. Você tem que ver,
é ela ficar preocupada e parecer que carrega o mundo nas costas.
- General Patrícia às vezes dá no saco – diz
Rebeca. Mas a amamos assim mesmo, droga!
Patrícia tem um sucesso e um fracasso ao
mesmo tempo. Consegue convencer a garota de que tem defeitos e que às vezes é
melhor manter uma boa e segura distância de si. Entretanto, o fascínio por sua
personalidade complexa se soma à paixão de fã (...) gestante...
- Sim, eu tenho qualidades, mas essas vocês
conhecem de cor e o Matt faz questão de exagerar.
- Eu não exagero nada – protesta, chegando de
New York, após apagar o incêndio do atentado. Oi, menina, foi você que veio
sozinha da Califórnia?
- Não joga mais lenha na fogueira, Matt. Foi
ela sim. Matthew, Julia Foster. Quer aparecer no jornal com a gente, Ju?
- Eu posso?? Posso mesmo??!
- Pode, depois de dar o número de sua casa
para a gente avisar seus pais, que devem estar desesperados.
A fazem ligar para casa. Aliás, entrar na
casa onde Patty Petty cresceu e viveu até se casar, é um êxtase! Leva um sabão
da mãe (...) Patrícia pega o
aparelho e explica que é melhor eles virem a Sunshadow do que Julia voltar
sozinha a Los Angeles. Agora algumas perguntinhas básicas...
- Você comeu? Tem algum problema de saúde?
- Comi um sanduíche de atum, na viagem. E eu
sou saudável, só tenho uma miopia leve.
- Deixe comigo, irmã, vou preparar algo para
ela se alimentar direito.
- Rebby é a melhor cozinheira de Sunshadow.
Um dia nós vamos nos casar.
Rebeca sabe que quando alguém diz “sanduíche
de atum”, quase sempre se resume a um pouco de patê (...) o termo “sanduíche” é muito amplo e maleável para ela poder processar
alguém...
- Ju, você gosta de azeitona?
- Eu amo azeitona! Meu pai sempre leva pra
casa, quando volta do supermercado.
A advogada percebe que pode conseguir
informações preciosas (...) com perguntas bastante
triviais (...) ela solta coisas
interessantes sobre sua vida, quase sem perceber. Patrícia agradece pela ajuda.
Faz uma porção grande, para todo mundo poder comer junto e arrancar mais coisas
da visitante, durante a refeição. Fica fácil para Nancy descobrir que ela tem
uma boa vida, mesmo sem luxos, mas fica solta e sem muito o que fazer quando
sai do colégio (...) Concluem que ela já tem idade
para ganhar seu próprio dinheiro, que coincide com a idade para arranjar
encrencas (...) O corpinho rechonchudo,
ainda longe da obesidade, dá pistas do que faz com suas longas tardes livres.
Patrícia olha para o pai. Princess e Brain conversam por sinais secretos,
acertam que algumas coisas ela pode e deve saber, até para verem se muda de
comportamento e assim se torna um alvo potencial a menos para o mundo horroroso
que bate à porta. Vão à praça do quintal, onde Matthew clica a reunião do Dead
Train com a família da líder e sua fã impulsiva. Neta de mexicanos, Julia se
empolga (...) solta tudo o que eles querem saber.
Patrícia e Richard tomam sua vez (...) sobre
transformações perigosas que a civilização sofrerá em poucos anos; a
banalização da violência, crises cada vez mais freqüentes, o assédio agressivo
e cada vez mais precoce à sexualidade, os ataques de neonazistas, líderes comunistas
se fazendo de coitados e outros refugos do gênero. Deixam Julia assustada, mas
muito melhor informada do que o cidadão médio...
- É por isso – diz Patrícia – que nossas
canções têm os teores que têm. Eu não quero que você fique no caminho dessa roda
maldita, por isso gostaria que arranjasse um trabalho para ficar longe das
ruas, quando não for absolutamente necessário. Eu trabalho com meu pai desde
menina, na oficina dele.
- Mas eu não sei fazer nada!
- Seus pais têm uma filha maravilhosa, mas
tentando lhe dar conforto, foram negligentes – diz Richard. O que você gostaria
de aprender? Acho que um curso profissionalizante lhe cairia bem, nós mantemos
vários pelo país.
- Eu só sei comer... E dançar também...
Patrícia acolhe a cabecinha atônita da garota.
É talvez a primeira geração que sofre com o excesso de facilidades (...) Renata faz seu papel de
psicóloga, pergunta se ela realmente quer seguir a banda, se parecer com eles
de alguma forma...
- Quero! É tudo o que eu quero!
- Ok, mas tenho que alertar para as letrinhas
miúdas do contracto. Nós seis sempre tivemos vida dura, o conforto e os
recursos que temos hoje nos custaram caro, você não sabe dos ataques que já
sofremos, a mídia não mostra nem metade deles. Se você quer realmente ser uma
maquinista-fantasma, terá que abrir mão de algumas horas diárias de folga, se
empenhar em coisas úteis, resistir aos apelos das amigas para sair todas as
noites, enfim... Nem sempre é divertido ser uma ghost-driver, nos comunicamos
todos os dias com fã-clubes e sempre temos relatos de gente que desistiu no
meio do caminho, porque a comodidade que esse mundo oferece é muito
conveniente, sempre tem uma propaganda ou um programa de televisão a te cutucar
para você fazer comparações, mostrando garotos aparentemente felizes em horas
de lazer, comendo alguma bobagem ou até fumando. Vai precisar ter uma
determinação talvez maior do que a que teve, viajando sozinha, meu Deus, de Los
Angeles até aqui.
- Parece difícil mesmo! Mas se eu não tentar,
eu não vou saber se consigo...
- Maluquinhas, venham aqui.
- Por que chamou a gente de maluquinhas?
- E por que vocês atenderam? A carapuça
serviu? Patty, empreste suas irmãs para conversarem com a Julia. Vamos deixá-las
aqui por uma hora e cuidar de um assunto pendente. Sim, Julia, é um teste e o
facto de você saber disso, não vai mudar o resultado.
Entram na casa. As meninas olham para a
visitante, a encaram com um olhar de dar medo (...) Renata diz que se metade do que eles falaram lá fora for verdade, a
banda será necessária enquanto os seis estiverem vivos, porque
psicologicamente, ainda que o cronograma apresentado funcione, o efeito manada
fará a população permanecer neurótica por trinta anos ou mais (...) o Dead Train teria oitenta anos de carreira pela
frente, como uma banda relevante. Enzo conclui que precisarão deixar
descendentes (...) falando
sério.
Nancy vai à porta da cozinha, afasta a
cortina e vê as três conversando e brincando. Chama os outros para verem a
cena (...) Renata
observa aquilo pasma...
- Gente, nós temos uma apresentadora de
televisão no quintal! Nós iriamos perder um talento por causa de uma educação
totalmente equivocada!
Ao fim da hora acertada, eles saem já com
idéias do que podem fazer pela garota. Não vão apresenta-la a Tobby, querem que (...) lapide ela mesma sua carreira, a encaminharão ao Dead Train
Fan Club of Los Angeles para que a orientem.
No fim da tarde Richard atende novamente à
porta. É assustadora a visão aquele Hulk branquelo tomando toda a extensão da
porta, mas lá estão os pais de Julia, constrangidos (...) Ele os chama para uma conversa com professora
Nancy, enquanto a garota conhece a cidade com seus ídolos. Conversam seriamente
a respeito (...) das chances de vida
que mostrou estar desperdiçando nas ruas de Los Angeles. Nancy explica de modo
didático os talentos que a ociosidade estava tolhendo, pedindo encarecidamente
que não negligenciem mais a filha. Conseguem sensibilizar o casal (...) um filho de mexicanos típicos e
uma loura de arrasar quarteirões. Fazem questão de que pernoitem lá e sigam
para casa pela manhã, já descansados (...) No
final das contas, a aventura da adolescente serviu aos propósitos da
organização, Josephine fica feliz em saber da actuação dos dois e dos
resultados obtidos.
&
A diva aparece no dia seguinte, reclamando
que Patrícia se agitou demais para o estado de saúde em que se encontra (...) A examina milimetricamente e revê as recomendações por
escrito do médico. Se impressiona com a quantidade de ateus que acabam
amparando a pupila, começando pelo pai, passando por Tobby e agora o médico (...) só para citar os mais expressivos. São
samaritanos, pensa a francesa, bons samaritanos...
- Entenda, chérie, a sua importância para mim
excedeu em muito os limites pessoais. Você é uma agente valiosa para a
organização.
- Tudo o que fiz até agora foi ter algumas
deduções e coordenar três operações.
- Isso não é pouco. Você nem mesmo tinha
acompanhado aquelas operações desde o início e conseguiu uni-las em uma só!
- Acho que foi o meu curso de engenharia
mecânica. Sempre vejo a engenharia dos acontecimentos, a estrutura dos parâmetros,
as linhas de força dos acontecimentos...
- Visão essa que você colocou nos negócios da
banda, facilitando muito a vida de Enzo.
- Me desculpe, Jose, agora eu é que serei
coruja! Minha filha é um gênio! Mas basta de conspirações internacionais, vamos
tratar de estocar gasolina depois.
Passam a simplesmente mimar a gestante. Todos
os dias possíveis Richard e Patrícia vão ao mesmo lugar, à mesma hora, tirar
três poses dos mesmos ângulos, com ela usando a mesma blusa verde de mangas
longas e a mesma saia média preta (...) Não deixa de ser a executiva austera e eficaz que sempre foi, mas os outros
passam a não colocar em suas mãos o que não for absolutamente necessário. A
proeminência abdominal é cercada de cuidados no inverno, com Carolina
aparecendo pelo menos duas vezes por mês para monitorar a evolução do primeiro
neto, aliviando o trabalho de Nancy...
- Não precisa me carregar, Carol.
- Não estou te carregando, estou evitando que
escorregue e caia.
- A neve nem começou a cair!
- Então vamos treinando...
Apesar do exagero, Patrícia não se aborrece (...) apesar da fama de mulher austera e rigorosa que já
corre o país. Quando têm um show, uma entrevista ou uma filmagem, os cuidados
são redobrados. Os fãs precisam ser controlados e os paparazzi devidamente
domados (...) O último compromisso da banda no ano
é festivo, no Boa Noite Mundo...
- Você é a gestante mais linda que eu já
recebi no meu programa, nestes vinte e seis anos no ar! E que susto você nos
deu!
- Susto tive eu, Tobby! Eu, vendo aquela
grade crescendo na minha frente, sem eu ter tempo para reagir! Eu ia contar
para todo mundo sobre a gravidez, fiquei desesperada quando acordei no hospital
e me lembrei do acontecido! Não pensei que meus inimigos pudessem chegar a
tanto!
- Esses inimigos, Patty, como você os ganhou
– como se ele não soubesse?
- Como todos os outros da banda, eu emiti e
sustentei minhas opiniões. Não se impressione com o calendário e a tecnologia
moderna, a mentalidade não evoluiu como parece, especialmente quando o alvo da
discórdia tem uma vagina.
- Ainda mais se essa vagina comanda negócios
prósperos – completa Enzo.
- Sim, tem mais esse ponto. Um fã nos mandou
uma pergunta pertinente, ele nos perguntou se, nos bastidores, uma epidemia de
dor de cotovelo não motivaria a maior parte desses desafetos.
- Aqui! Vejam o tamanho da aliança. Vejam o
tamanho da barriga. Duvido que metade seja por esse motivo, já afrontamos muita
gente com o nosso trabalho. Os que porventura forem, que tomem juízo e procurem
alguém para curar seus cotovelos.
- E já apareceu alguém se declarando?
- Por carta... É uma saia justa... Não fiz
contabilidade, mas já foram vários... E várias.
- Mulheres também?? É só com ela, ou vocês...
- Todo mundo quer uma aventura com uma
celebridade, Tobby – diz Renata. Não que seja a intenção de todos eles, mas faz
bem ao ego.
- Foi bom você ter se manifestado, Renata,
não só pela sua colocação tão oportuna. Matt, saia desses bastidores e venha ao
palco, o assunto te interessa.
Entra sob aplausos (...) Princess olha para o agente Doom, ele
devolve um sorriso cínico e tira um envelope debaixo de sua mesa...
- Bobby, abra um espacinho aí... Matt,
sente-se e abrace sua esposa. Não, não é só isso, já vai saber o que é, você e
os seis também. Nossa eterna diva Jose De Lane não se cansa de olhar por vocês,
por isso os persuade a fazerem exames periódicos, não raro freqüentes de saúde.
Vocês estão todos bem, graças a ela e ao tipo de vida que levam, vocês oito;
Patrícia e seu bebê, Rebeca, Ronald, Bobby, Enzo, Renata e seu bebê...
A perplexidade toma conta do auditório,
Josephine assiste a tudo com um sorriso escancarado, esperando pela reação dos
sete, especialmente do casal...
- Não caiu a ficha, Tamasauskas? Veja os
exames, Renata está grávida.
Só patrícia fica olhando, os outros a
carregam pelo palco, fazendo a festa. Em Sunshadow Eddie acolhe os pais, que
choram abobalhados de felicidade. A pequena quer fazer o mesmo que Richard (...) photographar a irmã e acompanhar o desenvolvimento da
gestação, nos mesmos moldes. Theodore e Emily fazem a fuzarca na sala, era só o
que faltava vir do filho caçula.
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