segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Dead Train in the rain LXXIII

    Desespero e poder. A estação 73 traz prantos e esperança, com eles os frutos inesperados de quem subestimou a própria semeadura. Embarquem e se recuperem do susto, o trem vai partir bem devagarzinho.


Patrícia sai da clínica com o envelope em mãos, entra no Volvo P1800 1970 (...) e vai feliz para o Jose’s Hotel. Facto inédito, desta vez fez questão de sair sozinha. Volta (...) cumprimentando todo mundo pelo caminho, já indo converter para Beverly Hills. Antes que entre, uma Chevrolet Apache (...) acerta o coupé a toda velocidade no lado da moça e foge. Os mais velhos ficam congelados, se lembram (...) quando Jose De Lane perdeu o marido, o filho que esperava e a capacidade de procriar. O Volvo capota e para de pé quase cem metros adiante. Os populares se dividem entre os que se desesperam e choram aos gritos, os que correm sem saber para onde, os que vão tentar ajudar e os poucos que têm a presença de espírito de ligar para Josephine.

Há paparazzi presentes, claro, eles sempre estão por lá. Photographam alucinadamente, para o caso de ser a última vez que registram Patrícia Petty Gardner (...) Dentro do sueco severamente danificado, presa pelo cinto, está um ídolo de milhões pelo mundo inteiro, inerte e ensangüentada, sem que o público tenha coragem de ver se o pior aconteceu.

Richard aparece afastando todos do caminho (...) arranca a porta do motorista com uma fúria animalesca, enquanto Paul Newman segura e ampara Josephine e Nancy, ambas se desmanchando em prantos e desespero (...) Mesmo enfurecido, Richard tem a frieza e os conhecimentos necessários para a ocasião. “Ela está respirando”, grita o mecânico. A ambulância não tarda, os paramédicos atestam que ela está aparentemente bem, mas escondem os exames, para não haver mais apreensão do que a já instalada.

O motorista da Apache foi perseguido e interceptado por fãs, que quase o mataram de pancada (...) é um dos fiéis de uma igreja radical que colocou na figura de Patrícia a encarnação do demônio. Na delegacia, ele não consegue dizer nada além dos dogmas que a lavagem cerebral impôs, e cuspir alguns dentes.

A notícia corre o mundo (...) com alguns apressados anunciando o óbito que não ocorreu, levando meio mundo ao desespero. A frente do hospital fica coalhada de gente, de jornalistas e de paparazzi. Arthur é levado trêmulo pelos outros cinco, não menos desesperados (...) Sobem para o apartamento e encontram duas mulheres com rostos rubros, de tanto chorarem. Rebeca, vendo sua amiga e confidente naquele estado (...) Se encontrasse o responsável, ele não teria mais do que cinco minutos de vida, mas está impotente. É acolhida por Josephine até que pare de soluçar (...) A maquinista do Dead Train está como seus seguidores jamais pensaram em vê-la, está frágil, inerte, fantasmagórica.

Apesar de a relatividade ter feito seu trabalho cruél, o desespero não dura muito. No início da noite ela desperta (...) tomando rapidamente consciência do que acontece à sua volta. Agora se lembra de ter iniciado a conversão e visto a grade da Chevrolet crescer a uma velocidade assustadora (...) fica aflita, se pergunta por seu filho...

- Hey! Somebody! Please, someone!

Nancy entra tempestuosa pela porta, quase a arrombando. Seguida de Richard e Josephine. Os outros (...) a ouviram gritar e também se puseram a correr...

- Mommy...

- My baby...

Os quatro se permitem chorar abraçados. Logo são dez chorando (...) a entrada dos médicos e enfermeiros. O médico de confiança de Josephine se pronuncia...

- Senhora Patrícia Petty, se realmente existe algum deus, ele ama os seus fãs. A senhora e seu bebê deveriam estar mortos, mas estão ilesos. Sim, eu evitei dar qualquer notícia até a confirmação dos exames (...) Patrícia está grávida.

Agora os choros são de alívio, mesclados com uma felicidade que causaria um choque perigoso para Arthur, se não tivesse acabado de tomar uma dose extra do medicamento para controlar a freqüência cardíaca. Ela ficará em observação por esta noite, mas amanhã cedo poderá voltar para casa (...) Rebeca voa para o hall, se lembrou do mar de fãs chorosos (...) Alguns juram que se sua líder e musa morrer, também se matam. Ela aparece, enrubescida, mas com um sorriso enorme que dá à multidão um fio de esperança...

- Galera! Hey! A Patty tá bem! Ela e o bebê estão bem!

Voltam a chorar, desta vez reproduzindo em escala quase astronômica a cena do apartamento. Alguns lamentam que a notícia não seja a pior, mas mesmo assim vai render muito dinheiro (...) Na manhã seguinte os onze aparecem, Patrícia nos braços do pai, cercada de gente e cuidados como se fosse uma flor rara e efêmera. Ninguém diz uma só palavra, além de agradecer o carinho que aqueles fãs demonstraram, passando frio e fome na vigília. Ela (...) infelizmente não pode abraçar cada um deles como gostaria e normalmente faria. Eles entendem (...) se aproximando com civilidade e recebendo o carinho de uma mulher jovem e fragilizada, mas íntegra e com sua beleza rara preservada, que começa a se assustar com o poder que percebeu ter (...) quer evitar que o fanatismo histérico se instale entre os maquinistas-fantasmas, como seus fãs ficaram conhecidos.

Já em casa, cuidando da filha, Richard recebe o relatório. A pick-up usava um compressor vagabundo, com pressão extremamente alta (...) o que explica um veículo de carga e com carga ter atingido o Volvo a estimadas 130MPH. Sua frente com quebra-mato reforçado fez o resto do serviço (...) A intenção era mesmo matar e ter certeza de ter matado Patrícia. Ele não pensava que fosse tão forte, quando arrancou a porta de um carro que, fosse outro, provavelmente não teria protegido sua filha, e mantendo a frieza que a ocasião demandou (...) Agora vai ver a gestante, que (...) entretém as irmãs com sua gravidez...

- Não, ele ainda é menor do que uma ervilha! Não vai responder a vocês!

As duas ainda estranham uma mulher grávida ter aquela barriga tão plana, querem ver por si a evolução da gestação, para isso pedem que o pai a photographe todos os dias, a começar por agora. Ele propõe que ela tire sempre a mesma pose (...) Ela fica de pé e de lado, à janela (...) com as mãos na barriga exposta, e ele dá uns três cliques (...) Toca a campainha, são os cinco companheiros com uma garota tímida...

- Irmã, ela estava na praça do trem, arranjando cara pra vir pra cá – diz Rebeca.

- Ron e eu estávamos discutindo relações exteriores na chocolateria, quando vimos esta menina agindo estranhamente na praça, olhando pra direção da sua casa, querendo e hesitando em avançar.

- Depois dos primeiros socorros, ela contou... É, ela desmaiou quando o Bobby se aproximou.

- Ela contou que veio pra ver se você estava bem, depois que acordou – diz Renata.

- No, caspita, não desmaia de novo! Encosta em mim e se segura até a gente terminar de falar! Ela veio de Los Angeles às escondidas e ficou sem jeito de vir te ver, então a gente a trouxe. É uma das que iriam se matar, se você morresse. Ei, bambina, parla...

- Oi?

Patrícia balança a cabeça, escancara um sorriso e estende os braços. A garota vai, chorando escandalosamente, dizendo que estava com medo de perder sua rainha (...) Rebeca solta...

- Tem quase um milhão de cartas no escritório, pra gente dar conta. Ah, e obrigada por ter quase morrido, ganhamos o disco de platina.

- Ra, ra, ra, ra, ra, ra... Falou, mas não se acostumem. Qual o seu nome, querida?

- Foster. Julia Foster... Tenho dezesseis anos.

- Ju, você pode me fazer um favor – pede, secando as lágrimas da fã?

- Tudo!

- Cite cinco defeitos meus.

- Você tem?

- Tenho, minhas irmãs que o digam (...) Eu sou muito mandona, chego às vezes a ser autoritária. Minha mania de perfeição já irritou esses cinco um monte de vezes. Tem uma Patrícia carrancuda e mal humorada que vocês não conhecem, e emerge com freqüência...

- É a mártir – diz Renata. Você tem que ver, é ela ficar preocupada e parecer que carrega o mundo nas costas.

- General Patrícia às vezes dá no saco – diz Rebeca. Mas a amamos assim mesmo, droga!

Patrícia tem um sucesso e um fracasso ao mesmo tempo. Consegue convencer a garota de que tem defeitos e que às vezes é melhor manter uma boa e segura distância de si. Entretanto, o fascínio por sua personalidade complexa se soma à paixão de fã (...) gestante...

- Sim, eu tenho qualidades, mas essas vocês conhecem de cor e o Matt faz questão de exagerar.

- Eu não exagero nada – protesta, chegando de New York, após apagar o incêndio do atentado. Oi, menina, foi você que veio sozinha da Califórnia?

- Não joga mais lenha na fogueira, Matt. Foi ela sim. Matthew, Julia Foster. Quer aparecer no jornal com a gente, Ju?

- Eu posso?? Posso mesmo??!

- Pode, depois de dar o número de sua casa para a gente avisar seus pais, que devem estar desesperados.

A fazem ligar para casa. Aliás, entrar na casa onde Patty Petty cresceu e viveu até se casar, é um êxtase! Leva um sabão da mãe (...) Patrícia pega o aparelho e explica que é melhor eles virem a Sunshadow do que Julia voltar sozinha a Los Angeles. Agora algumas perguntinhas básicas...

- Você comeu? Tem algum problema de saúde?

- Comi um sanduíche de atum, na viagem. E eu sou saudável, só tenho uma miopia leve.

- Deixe comigo, irmã, vou preparar algo para ela se alimentar direito.

- Rebby é a melhor cozinheira de Sunshadow. Um dia nós vamos nos casar.

Rebeca sabe que quando alguém diz “sanduíche de atum”, quase sempre se resume a um pouco de patê (...) o termo “sanduíche” é muito amplo e maleável para ela poder processar alguém...

- Ju, você gosta de azeitona?

- Eu amo azeitona! Meu pai sempre leva pra casa, quando volta do supermercado.

A advogada percebe que pode conseguir informações preciosas (...) com perguntas bastante triviais (...) ela solta coisas interessantes sobre sua vida, quase sem perceber. Patrícia agradece pela ajuda. Faz uma porção grande, para todo mundo poder comer junto e arrancar mais coisas da visitante, durante a refeição. Fica fácil para Nancy descobrir que ela tem uma boa vida, mesmo sem luxos, mas fica solta e sem muito o que fazer quando sai do colégio (...) Concluem que ela já tem idade para ganhar seu próprio dinheiro, que coincide com a idade para arranjar encrencas (...) O corpinho rechonchudo, ainda longe da obesidade, dá pistas do que faz com suas longas tardes livres. Patrícia olha para o pai. Princess e Brain conversam por sinais secretos, acertam que algumas coisas ela pode e deve saber, até para verem se muda de comportamento e assim se torna um alvo potencial a menos para o mundo horroroso que bate à porta. Vão à praça do quintal, onde Matthew clica a reunião do Dead Train com a família da líder e sua fã impulsiva. Neta de mexicanos, Julia se empolga (...) solta tudo o que eles querem saber. Patrícia e Richard tomam sua vez (...) sobre transformações perigosas que a civilização sofrerá em poucos anos; a banalização da violência, crises cada vez mais freqüentes, o assédio agressivo e cada vez mais precoce à sexualidade, os ataques de neonazistas, líderes comunistas se fazendo de coitados e outros refugos do gênero. Deixam Julia assustada, mas muito melhor informada do que o cidadão médio...

- É por isso – diz Patrícia – que nossas canções têm os teores que têm. Eu não quero que você fique no caminho dessa roda maldita, por isso gostaria que arranjasse um trabalho para ficar longe das ruas, quando não for absolutamente necessário. Eu trabalho com meu pai desde menina, na oficina dele.

- Mas eu não sei fazer nada!

- Seus pais têm uma filha maravilhosa, mas tentando lhe dar conforto, foram negligentes – diz Richard. O que você gostaria de aprender? Acho que um curso profissionalizante lhe cairia bem, nós mantemos vários pelo país.

- Eu só sei comer... E dançar também...

Patrícia acolhe a cabecinha atônita da garota. É talvez a primeira geração que sofre com o excesso de facilidades (...) Renata faz seu papel de psicóloga, pergunta se ela realmente quer seguir a banda, se parecer com eles de alguma forma...

- Quero! É tudo o que eu quero!

- Ok, mas tenho que alertar para as letrinhas miúdas do contracto. Nós seis sempre tivemos vida dura, o conforto e os recursos que temos hoje nos custaram caro, você não sabe dos ataques que já sofremos, a mídia não mostra nem metade deles. Se você quer realmente ser uma maquinista-fantasma, terá que abrir mão de algumas horas diárias de folga, se empenhar em coisas úteis, resistir aos apelos das amigas para sair todas as noites, enfim... Nem sempre é divertido ser uma ghost-driver, nos comunicamos todos os dias com fã-clubes e sempre temos relatos de gente que desistiu no meio do caminho, porque a comodidade que esse mundo oferece é muito conveniente, sempre tem uma propaganda ou um programa de televisão a te cutucar para você fazer comparações, mostrando garotos aparentemente felizes em horas de lazer, comendo alguma bobagem ou até fumando. Vai precisar ter uma determinação talvez maior do que a que teve, viajando sozinha, meu Deus, de Los Angeles até aqui.

- Parece difícil mesmo! Mas se eu não tentar, eu não vou saber se consigo...

- Maluquinhas, venham aqui.

- Por que chamou a gente de maluquinhas?

- E por que vocês atenderam? A carapuça serviu? Patty, empreste suas irmãs para conversarem com a Julia. Vamos deixá-las aqui por uma hora e cuidar de um assunto pendente. Sim, Julia, é um teste e o facto de você saber disso, não vai mudar o resultado.

Entram na casa. As meninas olham para a visitante, a encaram com um olhar de dar medo (...) Renata diz que se metade do que eles falaram lá fora for verdade, a banda será necessária enquanto os seis estiverem vivos, porque psicologicamente, ainda que o cronograma apresentado funcione, o efeito manada fará a população permanecer neurótica por trinta anos ou mais (...) o Dead Train teria oitenta anos de carreira pela frente, como uma banda relevante. Enzo conclui que precisarão deixar descendentes (...) falando sério.

Nancy vai à porta da cozinha, afasta a cortina e vê as três conversando e brincando. Chama os outros para verem a cena (...) Renata observa aquilo pasma...

- Gente, nós temos uma apresentadora de televisão no quintal! Nós iriamos perder um talento por causa de uma educação totalmente equivocada!

Ao fim da hora acertada, eles saem já com idéias do que podem fazer pela garota. Não vão apresenta-la a Tobby, querem que (...) lapide ela mesma sua carreira, a encaminharão ao Dead Train Fan Club of Los Angeles para que a orientem.

No fim da tarde Richard atende novamente à porta. É assustadora a visão aquele Hulk branquelo tomando toda a extensão da porta, mas lá estão os pais de Julia, constrangidos (...) Ele os chama para uma conversa com professora Nancy, enquanto a garota conhece a cidade com seus ídolos. Conversam seriamente a respeito (...) das chances de vida que mostrou estar desperdiçando nas ruas de Los Angeles. Nancy explica de modo didático os talentos que a ociosidade estava tolhendo, pedindo encarecidamente que não negligenciem mais a filha. Conseguem sensibilizar o casal (...) um filho de mexicanos típicos e uma loura de arrasar quarteirões. Fazem questão de que pernoitem lá e sigam para casa pela manhã, já descansados (...) No final das contas, a aventura da adolescente serviu aos propósitos da organização, Josephine fica feliz em saber da actuação dos dois e dos resultados obtidos.

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A diva aparece no dia seguinte, reclamando que Patrícia se agitou demais para o estado de saúde em que se encontra (...) A examina milimetricamente e revê as recomendações por escrito do médico. Se impressiona com a quantidade de ateus que acabam amparando a pupila, começando pelo pai, passando por Tobby e agora o médico (...) só para citar os mais expressivos. São samaritanos, pensa a francesa, bons samaritanos...

- Entenda, chérie, a sua importância para mim excedeu em muito os limites pessoais. Você é uma agente valiosa para a organização.

- Tudo o que fiz até agora foi ter algumas deduções e coordenar três operações.

- Isso não é pouco. Você nem mesmo tinha acompanhado aquelas operações desde o início e conseguiu uni-las em uma só!

- Acho que foi o meu curso de engenharia mecânica. Sempre vejo a engenharia dos acontecimentos, a estrutura dos parâmetros, as linhas de força dos acontecimentos...

- Visão essa que você colocou nos negócios da banda, facilitando muito a vida de Enzo.

- Me desculpe, Jose, agora eu é que serei coruja! Minha filha é um gênio! Mas basta de conspirações internacionais, vamos tratar de estocar gasolina depois.

Passam a simplesmente mimar a gestante. Todos os dias possíveis Richard e Patrícia vão ao mesmo lugar, à mesma hora, tirar três poses dos mesmos ângulos, com ela usando a mesma blusa verde de mangas longas e a mesma saia média preta (...) Não deixa de ser a executiva austera e eficaz que sempre foi, mas os outros passam a não colocar em suas mãos o que não for absolutamente necessário. A proeminência abdominal é cercada de cuidados no inverno, com Carolina aparecendo pelo menos duas vezes por mês para monitorar a evolução do primeiro neto, aliviando o trabalho de Nancy...

- Não precisa me carregar, Carol.

- Não estou te carregando, estou evitando que escorregue e caia.

- A neve nem começou a cair!

- Então vamos treinando...

Apesar do exagero, Patrícia não se aborrece (...) apesar da fama de mulher austera e rigorosa que já corre o país. Quando têm um show, uma entrevista ou uma filmagem, os cuidados são redobrados. Os fãs precisam ser controlados e os paparazzi devidamente domados (...) O último compromisso da banda no ano é festivo, no Boa Noite Mundo...

- Você é a gestante mais linda que eu já recebi no meu programa, nestes vinte e seis anos no ar! E que susto você nos deu!

- Susto tive eu, Tobby! Eu, vendo aquela grade crescendo na minha frente, sem eu ter tempo para reagir! Eu ia contar para todo mundo sobre a gravidez, fiquei desesperada quando acordei no hospital e me lembrei do acontecido! Não pensei que meus inimigos pudessem chegar a tanto!

- Esses inimigos, Patty, como você os ganhou – como se ele não soubesse?

- Como todos os outros da banda, eu emiti e sustentei minhas opiniões. Não se impressione com o calendário e a tecnologia moderna, a mentalidade não evoluiu como parece, especialmente quando o alvo da discórdia tem uma vagina.

- Ainda mais se essa vagina comanda negócios prósperos – completa Enzo.

- Sim, tem mais esse ponto. Um fã nos mandou uma pergunta pertinente, ele nos perguntou se, nos bastidores, uma epidemia de dor de cotovelo não motivaria a maior parte desses desafetos.

- Aqui! Vejam o tamanho da aliança. Vejam o tamanho da barriga. Duvido que metade seja por esse motivo, já afrontamos muita gente com o nosso trabalho. Os que porventura forem, que tomem juízo e procurem alguém para curar seus cotovelos.

- E já apareceu alguém se declarando?

- Por carta... É uma saia justa... Não fiz contabilidade, mas já foram vários... E várias.

- Mulheres também?? É só com ela, ou vocês...

- Todo mundo quer uma aventura com uma celebridade, Tobby – diz Renata. Não que seja a intenção de todos eles, mas faz bem ao ego.

- Foi bom você ter se manifestado, Renata, não só pela sua colocação tão oportuna. Matt, saia desses bastidores e venha ao palco, o assunto te interessa.

Entra sob aplausos (...) Princess olha para o agente Doom, ele devolve um sorriso cínico e tira um envelope debaixo de sua mesa...

- Bobby, abra um espacinho aí... Matt, sente-se e abrace sua esposa. Não, não é só isso, já vai saber o que é, você e os seis também. Nossa eterna diva Jose De Lane não se cansa de olhar por vocês, por isso os persuade a fazerem exames periódicos, não raro freqüentes de saúde. Vocês estão todos bem, graças a ela e ao tipo de vida que levam, vocês oito; Patrícia e seu bebê, Rebeca, Ronald, Bobby, Enzo, Renata e seu bebê...

A perplexidade toma conta do auditório, Josephine assiste a tudo com um sorriso escancarado, esperando pela reação dos sete, especialmente do casal...

- Não caiu a ficha, Tamasauskas? Veja os exames, Renata está grávida.

Só patrícia fica olhando, os outros a carregam pelo palco, fazendo a festa. Em Sunshadow Eddie acolhe os pais, que choram abobalhados de felicidade. A pequena quer fazer o mesmo que Richard (...) photographar a irmã e acompanhar o desenvolvimento da gestação, nos mesmos moldes. Theodore e Emily fazem a fuzarca na sala, era só o que faltava vir do filho caçula.

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