Novos tripulantes. A estação 46 mostra a colheita do primeiro plantio; este é opcional, aquela é compulsória. Escolha bem suas sementes e embarque, o trem vai partir.
Verificam os calhamaços para esta turnê (...) São dois volumes para cada integrante
da banda. Cada um pesa umas seis libras, que claro, não poderão carregar nos
braços o tempo todo. Já têm um organograma para estudar no dia seguinte a cada
show e sempre que houver um tempinho.
Enzo se despede de Silvia, que ainda o
preocupa (...) ela tem medo de
se mostrar e ser traída. Ele pede que Matthew tire algumas poses suas com ela,
para mandar por correio enquanto estiverem em turnê. Com prazer ele gasta um
rolo inteiro e deixa para a garota mesma revelar (...) Vão de trem para Detroit
conforme acordo firmado, onde farão o primeiro show do ano.
Os passageiros do trem ficam absortos (...) não demora e logo todos os vagões ficam sabendo que The
Dead Train is in the train. Os seis ficam animados em poder transitar pelos
vagões, algo quase impossível de se fazer em um avião (...) Robert leva ao primeiro vagão, após muito
passeio, uma revista que ganhou de fãs. Uma Mad quase toda dedicada a
esculhambá-los, na capa o título “Exumamos o Dead Train”...
- Ahahahahahahahahah!!!!
Rebeca racha de rir. Matthew photographa
inclusive o contágio de humor que acomete os outros. Eles olham as sátiras, as
charges de cada um, chegam a Detroit chorando de rir (...) A banda realmente cresceu, há uma equipe de
músicos esperando por eles para o ensaio e o show de amanhã. Desde o show em
Dallas que a estrutura pulou para outro patamar, com uma turnê internacional a
coisa fica realmente grande. Mais patrocínio, mais mão de obra, mais cobertura,
mais paparazzi, mais compromissos e muito mais responsabilidade envolvidos. Até
porque, no decorrer da turnê, tratarão de negócios correlatos à sua carreira.
Com pontinhos de protestos em contrário, um
mar de fãs (...) vai ao delírio assim que saem. Mais do que
simplesmente sucesso de mídia, eles projetaram Michigan de forma muito positiva
para o mundo. Vão sob trovoadas de flashes para o ônibus que os aguarda,
enquanto seu equipamento é transferido para o caminhão. O repórter da revista
faz perguntas pontuais, como...
- Ela é sempre assim?
- A Rebeca é sempre assim. Nós somos sempre
assim – responde Patrícia, do alto de seus 5’8½”. Fazemos o possível para o
trabalho não sugar nossa essência.
- E você não vai parar?
- De cantar? Nunca!
- Não! De crescer!
- Hahahahahaha...
O caminho para o hotel está coalhado de fãs,
pais de fãs e simpatizantes que sabem o que eles fazem pelas pessoas. A polícia
está por perto para prevenir novos ataques (...) Na entrada do hotel distribuem abraços entre
os fãs conhecidos e posam para photographias com eles, avisando das sátiras que
viram durante a viagem (...) Rebeca está encurtando
a distância das estaturas, já está alcançando Renata.
Dão mais um aceno para os fãs e vão para
dentro, fazer a lição de casa. É o que os funcionários do hotel dizem a todos
os que perguntam (...)Terão que prestar contas delas quando voltarem a Sunshadow. As actividades
acadêmicas (...) vão para as páginas da revista.
&
Primeiro ensaio com uma equipe grande de
músicos, doze a mais, ao todo. Se o efeito é mais rico, a dificuldade de
afinação e sincronia é maior. Renata pede um foco de luz para o xilofone, outro
para o contrabaixo, mais um para o piano e um último para o saxofone, então
improvisam um jazz para começar de facto o ensaio. A correção e a sincronização
duram a tarde inteira (...) para os músicos
contractados fica claro que a banda não é de estrelas, é uma equipe e como tal
é que trabalha. Uma última afinação com o pequeno coro de três vozes e terminam
por hoje, com a noite se anunciando. São orientados sobre o que não comer, a
dormir cedo e evitar bebidas alcoólicas.
O repórter da revista vai aos músicos, colher
impressões e perspectivas para o show. Eles são unânimes no elogio ao
profissionalismo dos garotos, que poderiam ser filhos de alguns deles. No
começo tiveram medo, porque a fama de rigor e cobrança deles é notória no meio,
mas (...) eles sabem deixar leve o
trabalho árduo, ao qual estão muito bem acostumados. Fora isso, o encantamento
com a beleza das garotas é confesso, especialmente com a líder da banda (...) por conseqüência deles também, pelo menos até
o final do show de amanhã.
No hotel ligam para casa. Tranqüilizam suas
famílias, Enzo tranqüiliza as duas (...) Tomarão um banho, uma refeição leve e vão descansar. Amanhã terão um
dia cheio, e suas paciências precisam estar vazias para receber tudo (...) Richard dá por encerrada a missão de hoje,
pode ir descansar e meditar um pouco.
&
É o que esperavam. O namoro de Patrícia e a
solidão de Robert dominam a coletiva. De vez em quando alguém faz uma pergunta
inteligente, mas as fofocas predominam. Sobre a maratona de shows e
compromissos, Patrícia responde “Por isso passamos meses planejando e nos
preparando”...
- Senhorita Petty, é impressão nossa ou a
senhorita está... Como direi, mais leve?
Os outros respondem por ela, cantando “My
Missing Star”. Ela fica rubra, sem conseguir esconder o sorriso. Quando a
entrevista vai ao ar, Gregory se desmancha. Nancy suspira, vendo sua menina
crescendo rápido e tomando as rédeas da própria vida. Enquanto a matéria vai ao
ar, eles ensaiam (...) membros do fã clube estão lá,
desfrutando de um privilégio que só o fim de semana pode proporcionar, não
estariam com eles se houvesse aulas hoje, é uma das regras da banda.
A cada intervalo, uma conversa com os músicos
e com os fãs, tudo registrado para a edição especial de fim de ano da revista.
Voltam para o hotel, para uma massagem, uma refeição leve e a sesta. Precisam
estar plenos para o trabalho da noite.
É permitido que tirem photos dos garotos,
pelo que tiveram a prudência de vestir pijamas largos e confortáveis. Cortinas
fechadas, ambiente fresco, calmaria e eles adormecem rapidamente, estão
cansados. Aos músicos de apoio foi recomendado o mesmo...
- Eles ainda parecem crianças, Mr. Gardner!
- Dormindo, de guarda baixada, parecem mesmo.
Acordados, a história é outra.
- O General Nelson mandou um abraço, Brain.
- Mande outro para ele, agente. Em que posso
ser útil?
- Já foi (...) você estava
certo, em boa parte os mísseis soviéticos são embustes (...) para exibição nos desfiles militares.
- É isso que me preocupa. Eles sabem que
sabemos?
- Aparentemente, sim, sabem.
- Então vão se apressar em fabricar mísseis
operacionais, para nos intimidar.
- Faremos mais.
- E teremos uma corrida armamentista. Com ela,
os custos das ogivas vão cair e logo qualquer país fuleiro terá (...) sua própria bomba atômica.
- Com o surto de ditaduras que estamos
enfrentando...
- Algumas financiadas por nós, não se
esqueça. Chamem Hollywood, o projecto não pode mais esperar.
O agente se despede e volta para seu posto,
de onde avisa a quem deve (...) Richard
medita, preocupado, enquanto observa a filha ser photographada. Sua única
ambição é deixar um mundo para ela e seus descendentes viverem. Patrícia
acorda (...) e vê o pai. Vai leve e
dengosa a ele, o abraça pelo pescoço e dá um recado...
- Deixa pra pensar em salvar o mundo depois,
tá. Descansa também.
E volta sorridente para a cama (...) e Matthew começa a rir. Ela tem razão, precisam ambos
estar em ordem para a noite. Não dá para dormir, mas ele vai se sentar em uma
poltrona confortável e meditar acerca de outro assunto, como Audrey e Melinda,
que agora engatinham pela casa.
No início da noite, após uma refeição bem
leve, seguem para o estádio. Os fãs já começam a tomar seus lugares, os
paparazzi também, os críticos musicais começam a chegar e os vendedores de
lanches faturam alto. A gritaria começa assim que o ônibus desponta na esquina,
se intensificando quando os seis aparecem nas janelas. Lá dentro eles encontram
a equipe pronta. Não sabem se seguiram à risca as recomendações, mas alguns
testes mostram que seguiram a contento (...) Deborah trata de aquecer
e relaxar todos os dezoito, enquanto eles aquecem as vozes e as mãos. Terminam
e aguardam a hora de subirem ao palco, para onde os músicos de apoio já estão
indo. Meia hora e todos os lugares da plateia estão tomados. Mais cinco minutos
e eles estão à entrada do palco, de mãos dadas. Os músicos tocam uma introdução
para uma música e eles entram, é o cume de dois dias de trabalho.
Deborah (...) tenta imaginar que são crianças brincando no pátio, para tentar simular
o que seria tê-la visto crescer. Por D’us, como se sente burra! Sair ainda
muito jovem, na calada da noite, com uma mala nas mãos e nenhum destino na
cabeça! Não (...) acredita que
saiu do inferno em que estava. Quando cantam Resignation, ela começa a chorar.
Richard a acolhe e ela abraça a única pessoa a quem deveria ter pedido ajuda.
Novamente sente-se burra (...) Estar viva já é um resultado positivo, para quem viu várias garotas
morrerem à mingua, no chão, e depois serem descartadas no compactador de um
caminhão de lixo. Está viva, com uma profissão e uma família que a ampare. Para
de chorar e apenas troca carinhos com o irmão...
- Obrigada pelas sobrinhas, Ritchie!
- Como diria a Renata, você já pagou mais do
que devia, merece alguns bônus.
- “Bônus”?
- Em Sunshadow você verá.
Terminam a primeira parte do show (...) Deborah vai cuidar dos garotos. Da sobrinha cuida como se
fosse um presente caro.
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