A guerra fria de cada dia. A estação 200 demonstra porém, que não se deve deixar de viver, isso não selaria a paz tão distante. Embarquem, o trem vai partir.
Elias conclui uma negociação e vai descansar.
Anda a passos cadenciados sem perceber algumas câmeras (...) Lembra-se de que tem a visita de mais um casal
disfarçado da CIA, nesta tarde. Está cansado, mas acredita que consegue
conduzir a conversa. Chega em casa praticamente junto com eles, que o
alertam...
- Eu vi centenas de câmeras!
- Este homem, você o viu?
- Estava photographando você. É agente de um
dos países que mais nos odeiam.
- Será que Patrícia sabe dele?
- Sim, eu sei e já dei o recado para ele e
para aquele premier safado. Ninguém toca no meu menino!
Sem amarras burocráticas, sem travas de
protocolos, sem ter a quem prestar satisfações; a organização alertou Princess
e ela foi com Barbarian ter pessoalmente com o agente em questão (...) vai ela mesma monitorar a
entrevista de hoje. A guerra fria recomeçou, mas as pessoas estão mais
preocupadas em defender suas “verdades” do que as necessidades do país. O rapaz
é vigiado há tempos, todos os chefes de Estado acreditam que ele sabe mais do
que parece, alguns que se trata de um membro secreto da organização, uma
espécie de guru interno, apesar de todas as negativas.
A visita dura um pouco mais do que o normal,
por conta das recomendações que os agentes oficiais passam para o rapaz (...) Patrícia conversa
com a organização, avisa que os estão testando para saberem até onde podem ir.
Sandra fica incumbida, para após o parto, de monitorar o pai. O presidente
manda sua solidariedade, quando é informado (...) precisam
deixar bem claros os limites, para evitar encontrar um espião lanchando na
cozinha pela manhã. Na saída da reunião, Albert fica encarregado de proteger
Elias, até Sandra estar em condições...
- Sem problema. Tenho que saber algo
importante?
- Não tolha a liberdade dele. A CIA está de
olho e vai nos avisar de qualquer novidade, então deixe ele tocar a vida do
jeito que gosta enquanto for possível. Sandra, desfranze. Não vai acontecer
nada.
- Claro que não vai... Não com meu pai.
- Nem com você. Seu pai se tornou precioso
para o nosso governo e os aliados, existe uma máquina gigantesca que o quer
vivo, nós não somos os únicos protegendo ele.
Ela mal termina de falar e Amina chega
esbaforida, avisando que Elias arrebentou com a coluna de um agressor que
tentou ameaçar Robert Richard. Às vezes se esquecem de que ele também treina
pesado (...) O encontram na delegacia, prestando depoimento, com o menino
agarrado a si, sempre protegendo o rebento, está visivelmente furioso. E o
agressor é ninguém menos do que...
- O que esse retardado está fazendo em
Sunshadow?
O filho do deputado, que pensou que
conseguiria tratamento diferenciado nos Estados Unidos, por ser “autoridade” (...) O caso é de idiotice fora de escala de um fedelho mimado que nunca
cresceu, mas poderia ter sido um profissional. Em todo caso ele mostrou que não
é indefeso, e a cidade mostrou que ele não está sozinho.
À noite o deputado chega, tenta argumentar para
levar o filho embora (...) Ser tratado como qualquer um é o que ele mais odeia, isso nunca
aconteceria no Brasil, tem muita gente corrompida para evitar isso. Ser
deportado significa nunca mais poder voltar ao país e usufruir da mansão em
Orlando, de que a receita federal brasileira não tem conhecimento... Ainda.
Chuck e Mamma Buzzy ficam estarrecidos com o alto grau de ignorância de um
homem que deveria ser, pelo menos, bem informado, mas só conhece os bastidores
da malandragem institucional brasileira...
- Como é que os brasileiros votam num cara
assim, Ritchie?
- Eles não têm escolha. A política por lá é
um clube fechado, só entra quem esses tipos deixam entrar e só fazem o que eles
deixam fazer. O Brasil nunca foi uma democracia.
- Tipo um sindicato do crime?
- Precisamente, com hereditariedade. Aquele
imbecil que vai sair da cadeia para um
vôo econômico, de volta ao Brasil, é um dos herdeiros dessa máfia.
- Era mais fácil quando eu podia simplesmente
metralhar nazistas.
- Na guerra não há discursos, só ação, é por
isso que tanta gente tem a ilusão de que ela é boa.
- As pessoas estão cansadas de discursos sem
fim, Ritchie. Esses caras com diploma e nariz empinado, querem discursar e
repetir discursos só pra terem razão.
- E fazem parecer que é diálogo, querem que
você pense, mas não aceitam que conclua nada diferente do que eles concluíram.
Eu sei, não tenho diploma e às vezes preciso calar alguns arrogantes. Mas o
pior mesmo é ver historiador fazer merda, defendendo ditadores e atacando
democracias.
Na manhã seguinte (...) o Street Warrior medita sobre a
conversa da noite anterior. Já foi desmentido por acadêmicos sobre factos de
guerra que ele não só testemunhou, como ajudou a executar. Quando disse que
foram recebidos com festa em algumas aldeias francesas, após repelirem os nazistas,
começaram a repetir “A história é contada do ponto de vista do vencedor”, como
argumento para o desmentido. “Nenhum deles estaria vivo pra falar merda, se
aquilo não tivesse acontecido” pensa o veterano. Agradece por viver em
Sunshadow, que considera o último reduto da vida legitimamente americana...
- Chuck, tem uns caras chegando de ônibus, da
estação ferroviária. Acho que você os conhece.
- Pois avisa que eu não devo grana, não fiz
nada e não tenho filhos tortos.
- Puta que pariu, esse vagabundo ainda tá
vivo?
Ele se vira bruscamente para a direita e
reconhece, debaixo de todas aquelas rugas, o tenente John Huston, com quem
revezou o posto de alvo de artilharia, quando desembarcaram na Normandia. Eram
dois malucos que esticavam a cabeça para ver o que estava acontecendo, quando
as ordens eram para ficarem quietos (...) O ônibus é de uma
excursão de veteranos para a cidade dos mil heróis. São todos os vinte
convidados por Daniel para uma conversa na prefeitura, ele mesmo um órfão de
guerra, com a imprensa local cobrindo o acontecimento. São levados para um tour
por conta da prefeitura, pelo que conhecem os outros órfãos, inclusive os mais
ilustres. A população os cerca, quer ouvir suas histórias, suas impressões e
suas piadas de caserna.
Patrícia os recebe em casa, apresenta sua
família e seus comparsas de carreira. Os paparazzi aproveitam para também ouvir
as experiências de guerra (...) Eles ainda conhecem o museu da Culture Train, o museu particular da
diva, a fundação para as crianças, o general Krumb, a cidade subterrânea
altamente resistente a um ataque inimigo. A visita é estendida até a manhã
seguinte (...) Se há os que usam a visita para reforçar seus discursos acusatórios, a
maioria se admira e até agradece pelo tratamento de chefes de Estado que
aqueles homens receberam.
O Pentágono solta uma nota oficial elogiando
a recepção. Uma conversa com Daniel e fica acertada pelo menos uma excursão de
veteranos todos os anos para Sunshadow. Ainda há tempo para as pessoas verem a
história bem à sua frente (...) Na
Máquina de Costura, os seis aproveitam a inspiração e maturam uma ópera rock
complexa, com os recados de um hipotético veterano no leito de morte, em suas
últimas palavras à posteridade. “I Win My War” fica acertado como título (...) Antes da próxima viagem para shows, a canção está pronta.
&
Glenda anuncia aos amigos e parentes a
segunda gestação. Elvira percebeu a diferença e foi a primeira a anunciar,
antes que a mãe contasse aos pais. Morgana será o nome, a pequena já
escolheu...
- Hey, a mãe sou eu, atrevida!
- Mas ela é Morgana!
- “Mas ela é Morgana”, eu sei, cara de
fuinha... Só estou te enchendo o saco. Você vai ter que aprender a trocar
fraldas, pra me ajudar.
- Mas eu não uso mais fralda.
- Mas a Morgana vai usar, e você vai ter que
ajudar. Vem, vamos pegar a sua boneca e treinar.
Sanaa olha para as filhas, diz “Eu deveria
ter feito isso também”, então leva mais a sério a proposta de Billy. Vêem a
menina fazer lambança (...) é claro que ela não vai deixar a pequena usar um alfinete em um
bebê, será só para ela se acostumar a ajudar e cuidar da irmã.
Elas voltam para casa encantadas, tanto com a
fazenda quanto com as duas bruxas (...) Mas o que realmente encantou a adulta foi a relação de
companheirismo das duas (...) Patrícia lhe conta que foi o que fez com os irmãos, todos eles foram
acostumados desde a mais tenra idade a ajudar e cuidar dos menores. Conta como
Richard cuidava de Elizabeth, o que o ajudou a controlar sua força e
disciplinar sua inteligência privilegiada, já que precisava se comunicar com
uma criança bem mais jovem. Sanaa e Suha se olham, olham para as filhas (...) Ligam para seus affaires e os chamam para
a oficialização das relações.
Amina fica com cara de “E eu?” (...) É a mais jovem das três, pouco mais velha do que as
duas filhas solteiras mais velhas de Hassam (...) foi salva de ser entregue a um troglodita e estava assustada,
quando chegou com ele à sua casa. Os empregados foram orientados a trata-la
como uma filha mais velha, até que tivesse o primeiro filho (...) Ela suspira e vai à copa, ou iria, não fosse detida
por Arthur e acolhida no abraço, como uma garotinha emburrada por ver as outras
ganharem um presente e ela não...
- Você já pensou em namorar um artista?
- Artista? Eu não conheço nenhum, além de
vocês.
- Mas tenho um amigo que te conheceu, de
longe, e me confidenciou o interesse.
Ela se anima. O rapaz é ateu, mas é um
discípulo de Richard Gardner, não vai implicar e nem desrespeitar a cultura
dela. O animador digital chega à noite, tranqüilo, mas respeitoso, com as
madeixas negras presas por uma fita de malha metálica (...) Filho proscrito de
neopentecostais, Joshua percebe que (...) toda a família está lá. A conversa do havaiano interessa, ele consegue a chave
mágica, fazendo-a rir. Atam o relacionamento. Imediatamente Itzahk e Billy o
chamam para uma conversa confidencial, ele terá regras a seguir e cuidados a
tomar.
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