O ano começa e o mundo não acabou. A estação 191 retoma a dureza cotidiana com alguns incrementos que darão o tom do ano. Fiquem atentos e embarquem, o trem vai partir.
Phoebe de agasalho bem leve, só para dizer
que está agasalhada, passeia com marido, filhas e seu barrigão. Albert (...) aponta para a praça do trem morto e
Phoebe arregala os olhos, aquilo é a última coisa que esperavam de Alice...
- Ela está beijando...
- Meu D’Us! A All com o Benett!
- Então era a isso que o calendário maia se
referia!
- Mom! Cê não sabe da última!!!
Marcia acredita porque ela manda uma photo.
Karen e Claudett interrompem o namoro para irem ver por si, e vêem. Se
aproximam boquiabertas até quase em cima do casal. A mãe excitada os abraça
delicadamente por trás...
- Vamos conversar em casa ou está difícil?
Ela fica rubra. Vai com o colega de
organização para casa (...) decidiram atar há pouco mais de uma semana. São
ambos chamados pela autoridade à Máquina de Costura...
- Esta cena fofa me comoveu. Cheguei a pensar
que você ficaria pra titia.
- Eu também...
- Eu não vou empatar a alegria de vocês, mas
preciso reiterar as regras. Saibam separar a vida a dois da vida dupla, vocês
nunca se desentenderam seriamente e espero que continue assim, mas se
acontecer, lembrem-se de que há uma causa muito maior do que nós a ser preservada...
Karen está lá fora, curiosa (...) Desta vez é rápido, ela abre as portas e libera o
casal para seu amor invernal (...) Os três voltam à comemoração pelo relacionamento mais improvável de Sunshadow.
Ignoram os paparazzi que se amontoaram em frente à casa (...) Entram na Escalade e vão
comemorar em família. Patricia informa Josephine, logo toda a organização
começa a pegar no pé do casal, mandando piadinhas e confraternizando (...) eles estão acostumados.
As luzes de natal começam a piscar, as
propagandas bobas começam a infestar a televisão, os especiais de natal mais
sem noção pipocam na programação, alguns de boa qualidade passam mensagens
cifradas e subliminares para colaboradores (...) Phoebe e as gêmeas com mais liberdade,
sempre acompanhadas de Albert ou Marcia. A neve começa a cair e elas
acrescentam agasalhos, não que sejam necessários (...) Carly leva uma criança para passar o natal em casa, com o
consentimento dos pais. Joan faz questão de levar sua pequena bolsa de roupas (...) Ela arregala os olhos amendoados, ao entrar
naquele sobrado com vasto sótão, que serve de escritório para a cantora.
O quartinho foi preparado na semana em que a
decisão foi tomada (...) No primeiro dia as duas são vistas no sótão, cantarolando e tocando
os instrumentos, os pais da moça entram na brincadeira, até o natal eles
decidem que ela não vai voltar à fundação (...) No
auge da serelepitude de seus cinco anos, Joan ganha o sobrenome Flint (...) Sigurney
e Bernie começam a encher a nova moradora com os mimos e os rigores sob os
quais Carly cresceu. O natal é uma farra, com direito à presença do alemão
carregando a pretensa pequena cunhada pela sala.
O ano termina, o mundo novamente não acaba e
Richard grava a própria risada cavernosa em um vídeo com slides e trechos de
picaretas apocalípticos pregando o fim dos tempos. Milhares de pequenos drones
liminosos fazem evoluções ao som da orquestra da cidade (...) O ano começa com um
pequeno baby boom, trezentas crianças nascem na alvorada de 2014 e Patrícia se
apressa em reclamar o amadrinhamento de todas, conforme foi prometido.
Josephine dispara a rir. Para alguns isso soa como um modo de controlar a
população (...) Ela pensa e responde ao paparazzo...
- Faz sentido... Eu não pensaria muito
diferente, se uma desconhecida fizesse o mesmo, mas me informaria a respeito
dela antes de fazer julgamentos.
- Mas trezentas crianças?
- Eu sou infantomaníaca, confesso. Queria
poder tomar conta de todas as crianças do mundo, mas não posso.
- Herança do convívio com Audrey Hepburn.
- Total.
Entra no Mustang 1965 vermelho e volta para casa
com as compras (...) A neve ainda
glacia o horizonte, por isso a capota está fechada, ao contrário de um certo
Cadillac, que leva seus ocupantes ao ar livre. Albert ao volante, empacotado.
Phoebe, Rose e Serena só com agasalhos simples. Ela identifica um agente da
Mossad e pede que pare o carro, faz sinal e ele se aproxima...
- Shalom, meu amigo. O que faz ao ar livre
neste inverno?
- Shalom... Eu estou vendo o que soubemos por
seu pai.
- Triste, não?
- Na verdade é menor do que nós pensávamos.
Sabe, tem uma turma meio neurótica em Israel e não deixa o premier em paz
enquanto ele não limpa até os rastros da barata.
- No mundo inteiro. Albert, este é Ariel, já
trabalhou com a gente na localização de pragas em plantações noutras partes do
mundo.
- E aí, cara. Vai ficar aí, como um dois de
paus? Entra pra gente conversar no passeio.
Ele aceita (...) O levam à Caixinha de Música, onde Genius lhe
passa o que sabe e avisa da ligação dessa gente com radicais islâmicos...
- Eles são fanáticos, não têm quaisquer
escrúpulos. Se exterminar metade da população alemã os ajudasse a tomar o
poder, o fariam. Não são diferentes de picaretas de igrejas caça-níqueis, que
não o são dos radicais islâmicos.
- Pelo menos eles não se escondem mais. Tem
gente que reclama de terem aparecido, que seriam influências para os jovens,
mas incógnitos seriam muito mais perigosos – afirma Ariel.
Conversam sobre problemas comuns (...) Ele fica até a tarde, quando
voa para Washington. Richard se reporta à mãe e ao avô. Não há novidades, mas
as impressões que ele teve do espião preocupam, lhe pareceu demasiadamente
desanimado para quem viu que o problema era menor do que imaginava (...) Conversam com Star e ela pede informações aos colaboradores em Israel. Eles
falam da resignação de uma parcela demasiadamente grande da população de Israel
e da Palestina com a violência contínua, como se dissessem...
- “Já que vivemos no inferno, vamos tocar a
vida como o diabo quer”? Este ano estava calmo e feliz demais para ser verdade.
Vou falar com a Rê, é uma coisa que ela pode e precisa saber.
Renata suspira de tristeza, quando ouve a
frase. Naomi brinca com Palhaço, mas está atenta à mudança de humor da mãe. A
neve começa a cair e a brasileira avisa que é melhor a amiga voltar para casa.
Dito e feito, uma nevasca cai e só nos subterrâneos as pessoas podem passear
tranqüilas (...) Voltam para casa na
primeira pausa, pelas entradas mais próximas, e tudo fica bem.
&
O tempo passa e a vida começa a voltar ao
normal, com a tristeza dissipada e o Sunshadow Otaku Week se aproximando. Como
resultado do show no Japão, japoneses e coreanos chegam em grandes grupos (...) A surpresa é a
lenda ser verdadeira, muita gente é fluente em japonês, chinês, coreano e até
tagalog. O mix retrô e vintage do acervo da cidade lhe dá ares de mangá
conceitual. A mítica locomotiva 4-4-4-4 fica ilhada com orientais ao redor. A
imprensa se aproveita, cobre a invasão oriental a Sunshadow (...) Mas todos
correm na mesma direção quando vêem os fundadores da Dead Train juntos,
entrando na chocolateria. Klauss também está lá, mas grava falando dos colegas
orientais e seu assombro com a cidade, mais agora à presença dos responsáveis
por tirá-la do ostracismo.
A cidade subterrânea é um assombro e uma
inspiração para desenhistas de mangás, eles clicam como loucos aquela
estrutura (...) Algumas ficções científicas começam a ser gestadas (...) nos quatro pavimentos, eles
podem ver a relação de celebridades correlatas que confirmaram presença (...) algumas em casas de amigos, como Brenda Hust.
Ela ensaia alguns rascunhos, para mostrar seus métodos de criação aos fãs.
Patrícia volta com Glenda e Elvira, deixaram
Klauss e Matthew com Mikomi e Fester (...) A bruxa apresenta sua
pequena assombração, avisa que é mais travessa e independente do que a pouca
idade sugere. A conversa é sobre coisas secretas, falam por mensagens cifradas,
usam Mirtle e Greta para falar de situações e organismos que se tornaram
dramaticamente assimétricos, após eventos adversos. Luppy avisa que o assunto
chegou. Greta traz as meninas, soube que Glenda estava por perto...
- Elas querem ser bruxas. Já expliquei e
esclareci o que pude a respeito, mas estão irredutíveis.
- Vocês têm idéia da encrenca em que vão se
meter?
- Re, re, re, re, re, re...
Elvira dispara a rir, para a mãe é sinal
claro de que aquelas duas sabem sim no que estão se metendo. Pois manda-lhes de
imediato, por e-mail, um material para estudarem com carinho e cuidado...
- Estudem com afinco, porque vocês vão lidar
com seres que simplesmente não podem ser processados (...) Greta, pega no pé, porque eu vou
cobrar.
- Pegar no pé e puxar orelhas! Oi, a gente
não se encontrou da última vez, eu sou fã do seu trabalho! Greta Stewart.
Enquanto as meninas começam a ler o que
receberam, Brenda (...) Lembra-se de que ela fez um tratamento com células-tronco para se
curar e recuperar a capacidade respiratória (...) A deixa falar para compreender sua vida desde
então. É como se nunca tivesse tido aquela crise e descoberto o tumor. Fala com
Patrícia e Arthur à noite...
- Ela foi educada para viver e enfrentar a
vida apesar das limitações. Mirtle teve papel fundamental, ela era o apoio e o
alarme da irmã na pior fase do tratamento, até Greta se estabilizar.
- E mais uma vez meu pai matou a charada, quando
ela estava internada. Ele aventou a possibilidade de um câncer de mama por
eliminação...
Para uma autora de quadrinhos, qualquer boa
conversa serve de inspiração. Está gestando uma graphic novel mais densa e
profunda, o assunto em curso serve como uma luva.
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