Uma ameaça a menos, agora só faltam todas as outras. A estação 43 Traz a resignação aos ônus da fama, eles são inevitáveis. Preparem seus bloquinhos e embarquem, o trem vai partir.
Os fãs de New York fazem questão de adular os
seis (...) Josephine e Grant voltaram a Los
Angeles sem descer do avião (...) Richard recebe sinal verde da agência e libera as janelas do ônibus,
aqui não haverá riscos aos seis. Chegam ao hotel e Matthew vai imediatamente
para a redação do jornal. Um mensageiro aborda Richard e lhe entrega um
bilhete, fazendo um sinal, e se retira...
- Brain, pode dormir tranqüilo. A Cascavel
Branca está morta. Preferiu se matar a se entregar, o que não faz diferença,
pois já temos todos os nomes de sua organização. Avise à Patty e conte o que
achar prudente.
Ele vai feliz. Chama a filha e conta
resumidamente, sem citar nomes e operações (...) até dizer que os riscos que Enzo corria já foram eliminados...
- A avó da Silvia está morta.
O choro agora é de alívio. A única ameaçada
no momento é ela, mas não pensa nisso. Pede ao pai que dê um jeito de algum
oficial avisar sobre o fim do problema, para os outros também serem tranqüilizados.
Agora vai (...) usufruir de um dos maiores alívios que já
sentiu na vida.
Laura tem um certo pesar, mas não lamenta a
morte da mãe. Talvez até facilite a reaproximação com a filha, que abre a porta (...). Se aproxima devagar da mulher, que só chora
por saber que a menina também era um alvo.
A tradicional coletiva é uma pasmaceira. Todo
mundo quer saber detalhes sórdidos do atentado, que eles não viram (...) Alguns jornalistas ficam frustrados pela falta de
defuntos. Mas Patrícia confirma que Richard foi lá fora, enfrentar os
meliantes, conta toda pimpona a cena de um herói mandando os civis entrarem, para
ir enfrentar os vilões.
Matthew assume, mas quando pensa que vai
arrematar detalhes (...) é feito o novo
entrevistado...
- Onde você estava, durante o tiroteio?
- Vai realmente se casar com Renata?
- Pretende conhecer o Brasil?
- Os ciúmes que sua posição privilegiada
gera, não te preocupam?
- Pronto, estava demorando! Por que isso,
gente?
-Matt, o que houve?
Renata chega e assume o para-raios. Quase ao
mesmo tempo, os outros cinco chegam por trás dos repórteres e ajudam-na,
fazendo perguntas fajutas em série. Se divertem enquanto Richard atende a uma chamada
urgente (...) e manda chamarem o general que
causou a confusão. Manda-o calar a boca antes que ele tenha tempo de dizer
qualquer coisa, e desembucha...
- Eu vou falar uma única vez, animal, por
isso quero que escute até a última palavra. Se um dos boçais que se acham deus
apertar aquele botão, todos nós seremos atingidos. Ainda que nenhum contra
ataque aconteça, já que vidas alheias não importam aos digníssimos cristãos,
uma nuvem radioativa vai tomar conta do mundo inteiro, inclusive dos Estados
Unidos da América (...) Não importa
onde vocês descarreguem esses mísseis, nós seremos atingidos. E se a
argumentação da subsistência não convence, vou te dar uma dica, olha para essa
luminária em forma de maçã à sua esquerda... Não interessa como eu sei (...) Viu? É uma câmera, eu a construí e ensinei centenas
de agentes a construírem similares. É para avisar, satanista de bíblia sob o
braço, que se cometerem esse crime contra a humanidade, vocês e suas famílias
serão seqüestrados e jogados nos locais atacados, ainda com a radioatividade
alta. Mais alguma pergunta estúpida? Óptimo. Espero não precisar dar outro
aviso. Agora chame o general de verdade...
- Richard, o que você disse para ele?
- Uma pequena parcela da verdade, o que
incluiu jogar na cara dele a própria hipocrisia. Eu realmente não sei, Nelson,
quem realmente são os nossos inimigos, se o já declarado exército soviético, ou
se quem deveria zelar pelo nosso bem estar.
- Richard, teremos que mudar algumas
diretrizes, estamos todos nos expondo demais, especialmente você. Tem sido
absolutamente necessário, mas estamos todos nos expondo demais.
- Concordo. Trataremos do assunto na próxima
assembleia, quero que todos os novatos compareçam, é de suma importância que
eles estejam cientes, porque terão que agir por conta própria cedo ou tarde.
Ele ascende rápido na organização. Não tem a
menor pretensão de ser líder, herói ou o raio que o parta, quer evitar o pior,
tão somente isso. Justo por isso eles confiam tanto nele. Agora vai ligar para
a esposa, para ter um pouco de alegria. E a alegria é plena, ela se mostra
orgulhosa de seu marido (...) Ele sai
e dá de cara com a filha, mas com uma carinha bem mais amistosa...
- Às vezes acho que você é mais poderoso do
que o John Kennedy.
- Às vezes acho que você é mais poderosa do
que eu. Sua cabecinha ainda é um mistério para mim, sabia?
- Alguma invasão alienígena agendada para
daqui a pouco? Então vamos logo pro restaurante, a Frida chegou e quer falar
com todo mundo.
Ele sabe do que se trata. Todos sabem. Mas a
sueca não se limita ao atentado (...) vasculha as
ramificações que dizem respeito aos sentimentos suscitados pelo incidente. Para
isso faz uma dinâmica de grupo, conversando sobre correlatos, afrouxando a
vigília, até que grita “Uma barata!” para ver a reação de cada um. Rebeca pula
em cima antes que os outros reajam, antes mesmo que Zigfrida termine de
falar...
- Ei, cadê a barata?
- Menina, você é maluca!
- Então não tinha barata nenhuma?
- Não, era só para testar a reação de vocês,
em situações de emergência. Você tem que aprender a controlar seus impulsos!
- E você queria que eu deixasse a barata ir
embora?
- Não, claro que não!
- Então qual o problema? Nem tinha barata de
verdade!
Ela (...) uma tese de doutorado pela
frente, em seis capítulos. Pega um tarot de sua bolsa e espalha as lâminas
sobre a mesa de acrílico, explica resumidamente o que é cada uma e pede que
cada um dos seis escolha cinco delas, cada uma atribuída a um dos companheiros,
e mais uma para si mesmo (...) Antes que Rebeca se lance sobre a mesa e pegue sem pensar, ela pede
que eles pensem por um minuto sobre cada um dos outros; vale escolher cartas já
dedicadas a outro, se for o caso. Ela anotará tudo em uma tabela com os cruzamentos
dos nomes. Uma hora e ela já tem um material bem rico para análise. A
Imperatriz é unanimidade a respeito de Patrícia.
Vão para o ensaio, cientes da conveniência de
não terem que viajar para o show seguinte (...) Pedem para o ônibus parar em frente a uma loja de discos, onde causam frisson.
Clientes e funcionários ficam estáticos (...) Eles sabem que
não adianta mais passarem incógnitos, nunca mais conseguirão isso. Cada um
compra um disco dos Beatles e outro dos Rolling Stones (...) suas expressões e seu comportamento não os deixam
parecerem tão jovens; ainda mais após sobreviverem a tantas coisas em tão pouco
tempo. Ah, sim, a tietagem não os poupou, até que todos os seis assinassem
todos os discos que os fãs estavam comprando; o dono da loja, malandro, colocou
funcionários na fila e agora tem vários álbuns autographados, que venderá bem
mais caro.
O restante da turnê é ameno, sem
sobressaltos, sem surpresas desagradáveis, apenas com alguns protestos
pontuais (...) O próximo
compromisso oficial será a produção e divulgação do novo álbum, o que incluirá
a gravação de clipes. Por agora se retiram da mídia, para o público não ficar
farto de Dead Train (...) Se
limitarão a administrar os negócios de sua marca, o que não é pouca coisa. Conseguiram
alcançar e controlar o sucesso, mas ele é maior do que imaginavam. Voltam para
casa, exaustos, um pouco menos assustados e muito mais maduros (...) São recebidos como heróis pelos concidadãos, e com
tietagem gritante pelos turistas que já movimentam Sunshadow. Deborah é
recebida com lágrimas por seus amigos de infância...
- Mommy!
Desta vez só Patrícia corre, Nancy está
evitando estripulias por conta da gravidez avançada. A mulher leciona por amor
ao ofício, o que a filha e o marido ganham (...) seria
suficiente para se manterem com folga em Mônaco, mas amam aquela cidade aonde
as pessoas agora querem ir e conhecer.
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