sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Dead train in the rain XLIII

    Uma ameaça a menos, agora só faltam todas as outras. A estação 43 Traz a resignação aos ônus da fama, eles são inevitáveis. Preparem seus bloquinhos e embarquem, o trem vai partir.


Os fãs de New York fazem questão de adular os seis (...) Josephine e Grant voltaram a Los Angeles sem descer do avião (...) Richard recebe sinal verde da agência e libera as janelas do ônibus, aqui não haverá riscos aos seis. Chegam ao hotel e Matthew vai imediatamente para a redação do jornal. Um mensageiro aborda Richard e lhe entrega um bilhete, fazendo um sinal, e se retira...

- Brain, pode dormir tranqüilo. A Cascavel Branca está morta. Preferiu se matar a se entregar, o que não faz diferença, pois já temos todos os nomes de sua organização. Avise à Patty e conte o que achar prudente.

Ele vai feliz. Chama a filha e conta resumidamente, sem citar nomes e operações (...) até dizer que os riscos que Enzo corria já foram eliminados...

- A avó da Silvia está morta.

O choro agora é de alívio. A única ameaçada no momento é ela, mas não pensa nisso. Pede ao pai que dê um jeito de algum oficial avisar sobre o fim do problema, para os outros também serem tranqüilizados. Agora vai (...) usufruir de um dos maiores alívios que já sentiu na vida.

Laura tem um certo pesar, mas não lamenta a morte da mãe. Talvez até facilite a reaproximação com a filha, que abre a porta (...). Se aproxima devagar da mulher, que só chora por saber que a menina também era um alvo.

A tradicional coletiva é uma pasmaceira. Todo mundo quer saber detalhes sórdidos do atentado, que eles não viram (...) Alguns jornalistas ficam frustrados pela falta de defuntos. Mas Patrícia confirma que Richard foi lá fora, enfrentar os meliantes, conta toda pimpona a cena de um herói mandando os civis entrarem, para ir enfrentar os vilões.

Matthew assume, mas quando pensa que vai arrematar detalhes (...) é feito o novo entrevistado...

- Onde você estava, durante o tiroteio?

- Vai realmente se casar com Renata?

- Pretende conhecer o Brasil?

- Os ciúmes que sua posição privilegiada gera, não te preocupam?

- Pronto, estava demorando! Por que isso, gente?

-Matt, o que houve?

Renata chega e assume o para-raios. Quase ao mesmo tempo, os outros cinco chegam por trás dos repórteres e ajudam-na, fazendo perguntas fajutas em série. Se divertem enquanto Richard atende a uma chamada urgente (...) e manda chamarem o general que causou a confusão. Manda-o calar a boca antes que ele tenha tempo de dizer qualquer coisa, e desembucha...

- Eu vou falar uma única vez, animal, por isso quero que escute até a última palavra. Se um dos boçais que se acham deus apertar aquele botão, todos nós seremos atingidos. Ainda que nenhum contra ataque aconteça, já que vidas alheias não importam aos digníssimos cristãos, uma nuvem radioativa vai tomar conta do mundo inteiro, inclusive dos Estados Unidos da América (...) Não importa onde vocês descarreguem esses mísseis, nós seremos atingidos. E se a argumentação da subsistência não convence, vou te dar uma dica, olha para essa luminária em forma de maçã à sua esquerda... Não interessa como eu sei (...) Viu? É uma câmera, eu a construí e ensinei centenas de agentes a construírem similares. É para avisar, satanista de bíblia sob o braço, que se cometerem esse crime contra a humanidade, vocês e suas famílias serão seqüestrados e jogados nos locais atacados, ainda com a radioatividade alta. Mais alguma pergunta estúpida? Óptimo. Espero não precisar dar outro aviso. Agora chame o general de verdade...

- Richard, o que você disse para ele?

- Uma pequena parcela da verdade, o que incluiu jogar na cara dele a própria hipocrisia. Eu realmente não sei, Nelson, quem realmente são os nossos inimigos, se o já declarado exército soviético, ou se quem deveria zelar pelo nosso bem estar.

- Richard, teremos que mudar algumas diretrizes, estamos todos nos expondo demais, especialmente você. Tem sido absolutamente necessário, mas estamos todos nos expondo demais.

- Concordo. Trataremos do assunto na próxima assembleia, quero que todos os novatos compareçam, é de suma importância que eles estejam cientes, porque terão que agir por conta própria cedo ou tarde.

Ele ascende rápido na organização. Não tem a menor pretensão de ser líder, herói ou o raio que o parta, quer evitar o pior, tão somente isso. Justo por isso eles confiam tanto nele. Agora vai ligar para a esposa, para ter um pouco de alegria. E a alegria é plena, ela se mostra orgulhosa de seu marido (...) Ele sai e dá de cara com a filha, mas com uma carinha bem mais amistosa...

- Às vezes acho que você é mais poderoso do que o John Kennedy.

- Às vezes acho que você é mais poderosa do que eu. Sua cabecinha ainda é um mistério para mim, sabia?

- Alguma invasão alienígena agendada para daqui a pouco? Então vamos logo pro restaurante, a Frida chegou e quer falar com todo mundo.

Ele sabe do que se trata. Todos sabem. Mas a sueca não se limita ao atentado (...) vasculha as ramificações que dizem respeito aos sentimentos suscitados pelo incidente. Para isso faz uma dinâmica de grupo, conversando sobre correlatos, afrouxando a vigília, até que grita “Uma barata!” para ver a reação de cada um. Rebeca pula em cima antes que os outros reajam, antes mesmo que Zigfrida termine de falar...

- Ei, cadê a barata?

- Menina, você é maluca!

- Então não tinha barata nenhuma?

- Não, era só para testar a reação de vocês, em situações de emergência. Você tem que aprender a controlar seus impulsos!

- E você queria que eu deixasse a barata ir embora?

- Não, claro que não!

- Então qual o problema? Nem tinha barata de verdade!

Ela (...) uma tese de doutorado pela frente, em seis capítulos. Pega um tarot de sua bolsa e espalha as lâminas sobre a mesa de acrílico, explica resumidamente o que é cada uma e pede que cada um dos seis escolha cinco delas, cada uma atribuída a um dos companheiros, e mais uma para si mesmo (...) Antes que Rebeca se lance sobre a mesa e pegue sem pensar, ela pede que eles pensem por um minuto sobre cada um dos outros; vale escolher cartas já dedicadas a outro, se for o caso. Ela anotará tudo em uma tabela com os cruzamentos dos nomes. Uma hora e ela já tem um material bem rico para análise. A Imperatriz é unanimidade a respeito de Patrícia.

Vão para o ensaio, cientes da conveniência de não terem que viajar para o show seguinte (...) Pedem para o ônibus parar em frente a uma loja de discos, onde causam frisson. Clientes e funcionários ficam estáticos (...) Eles sabem que não adianta mais passarem incógnitos, nunca mais conseguirão isso. Cada um compra um disco dos Beatles e outro dos Rolling Stones (...) suas expressões e seu comportamento não os deixam parecerem tão jovens; ainda mais após sobreviverem a tantas coisas em tão pouco tempo. Ah, sim, a tietagem não os poupou, até que todos os seis assinassem todos os discos que os fãs estavam comprando; o dono da loja, malandro, colocou funcionários na fila e agora tem vários álbuns autographados, que venderá bem mais caro.

O restante da turnê é ameno, sem sobressaltos, sem surpresas desagradáveis, apenas com alguns protestos pontuais (...) O próximo compromisso oficial será a produção e divulgação do novo álbum, o que incluirá a gravação de clipes. Por agora se retiram da mídia, para o público não ficar farto de Dead Train (...) Se limitarão a administrar os negócios de sua marca, o que não é pouca coisa. Conseguiram alcançar e controlar o sucesso, mas ele é maior do que imaginavam. Voltam para casa, exaustos, um pouco menos assustados e muito mais maduros (...) São recebidos como heróis pelos concidadãos, e com tietagem gritante pelos turistas que já movimentam Sunshadow. Deborah é recebida com lágrimas por seus amigos de infância...

- Mommy!

Desta vez só Patrícia corre, Nancy está evitando estripulias por conta da gravidez avançada. A mulher leciona por amor ao ofício, o que a filha e o marido ganham (...) seria suficiente para se manterem com folga em Mônaco, mas amam aquela cidade aonde as pessoas agora querem ir e conhecer.

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