A conspiração nossa de cada dia. A estação 39 mostra que o seu mundo pessoal é tão frágil e ameaçável quanto o mundo mundial. Cuide-se bem e embarque, o trem já vai partir.
No meio do show (...) Patrícia convida Robert ao piano. Renata cede o lugar e ele vai.
Rebeca troca as baquetas e ele começa...
-Were
you are? This home is so big without you. The night is so cold and so long,
because my clock stoped the time, and so... About me, I’m still in the else sad
place, were I’m since alone from last time, my love...
O público vai às lágrimas (...) Pedem bis com
insistência, ele dá o bis. Na manhã seguinte, os jornais, rádios e programas de
televisão dão um baita destaque para o show. As rodas de apostas já têm os
primeiros perdedores, que acreditavam que eles perderiam fôlego logo nas
primeiras apresentações. As vendas dos discos disparam e pedidos de reserva
para o próximo álbum pipocam pelo país. A fama já está quase sob controle.
Os dois meses que se seguem são marcados por
trabalho árduo, muita meditação para recondicionarem a mente e foco (...) Dão conta de sete convites para
programas de entrevistas, pelo menos doze aparições em eventos de grandes
corporações, outros tantos para prestigiar entidades filantrópicas, às vezes
combinando ambos, conversas com autoridades, com outros músicos, além de darem
conta dos calhamaços que entregarão aos professores, quando voltarem.
Chegam ao último show, antes da pausa de uma
semana em casa. Farão um show em Daytona Beach (...) Richard é
de imediato avistado por um grupo de surfistas, que chamam sua atenção e dão os
sinais combinados. Têm uma conversa cifrada...
- Fiquem de olho nesses picaretas, eu não
quero eles enchendo nossos motores com óleo vagabundo. Não desprezem um ruído
estranho sequer, pode haver borra com limalha em formação dentro do próprio
cárter. Não poupem esforços para deixar esse motor limpo.
Dá as instruções para a patrulha na praia,
enfatizando que nenhum detalhe é pequeno demais para ser reportado. Dali vai
entregar um blower em um padock (...) ele está comandando cento e doze agentes na Flórida inteira, todos atentos
à possível entrada dos suspeitos no Estado. E um deles aparece, será monitorado
em todos os lugares aonde for.
Em uma sala reservada, Richard vê as
estratégias preliminares. Alguns elementos simplesmente não admitem sutilezas,
terão que ser brutos, mas outros permitem que se aja sem que a população
perceba...
- Aqui temos um corredor natural para a fuga
de civis. É aqui que eles podem fazer uma emboscada para causar maior comoção.
- Às custas de mortes de civis.
- De quem estiver neste caminho, para causar
mais tensões entre rebeldes e situação. Infelizmente não há outro que permita a
essas pessoas uma chance mínima de sobrevivência, eles sabem disso. Eu proponho
um bombardeio aéreo horas antes de a população ser avisada e empreender fuga,
para encontrarem a estrada livre de ameaças. Eles não poderão se manifestar sem
confessar o crime.
O mecânico não se intimida com os uniformes
cheios de estrelas (...) Apenas discute com eles a
forma mais rápida e segura de evitar tensões maiores do que as já instaladas na
região. Uma hora e notam um detalhe que passou despercebido, há um pequeno
ferro velho de viaturas militares abandonadas (...) talvez estejam em condições de reparos e transporte de pessoas.
É uma esperança remota, mas é a única que têm. Contactarão os agentes locais (...) sobre as condições dessas viaturas da segunda guerra.
No hotel os garotos dão uma entrevista
coletiva, com o cansaço já aparente, mas firmes. Os jornalistas questionam
insistentemente sobre o namoro de Renata e Matthew, logo sobrando também para
Enzo. Rebeca e Ronald não fazem a menor questão de dizer que estão juntos, nem
os outros. Alguns perguntam como conheceram Jose de Lane...
- “Nós”? Nós só ficamos sabendo depois
daquela apresentação no albergue, pensando que fosse um trote – diz Ronald!
- Foi ela – diz Renata, apontando para
Patrícia – que conheceu a Jose e pegou todo mundo de calças curtas. A gente não
sabia que já era famoso!
Após rir, ela explica desde o começo,
causando mais espanto ao revelar que é mecânica automotiva. Explica que
trocaram correspondências (...) até Matthew os revelar para o
mundo. Tem ares de lenda, mas a notícia saiu da fonte. Até que esses são
legais, se comparados às aves de rapina que se acostumaram a enfrentar (...) No fim, dão uma palhinha do
que cantarão no fim da tarde do dia seguinte, se despedem e deixam o assessor
de imprensa cuidando do resto.
Richard e os oficiais saem da reunião muito
satisfeitos (...) as viaturas estão em
boas condições de restauro e o mecânico ensinou passo a passo o que devem
fazer. Ligam para a Casa Branca e o presidente também fica muito satisfeito (...) uma explicação a menos a dar para os chacais do
congresso. Por hora, a guerra está só na ameaça.
Jeremy Nelson se aproxima de Richard (...) quer saber se ele pode fornecer um compressor
miniaturizado, para uma motocicleta...
- Possível, sim é. Qual é a moto?
Ele surpreende ao dizer que é motoqueiro, nas
horas de folga. Mostra sua Zundapp com motor boxer e tração por cardã. Ele
estuda, tira medidas, faz alguns cálculos e fecha o negócio. Nelson a trouxe da
Alemanha, no fim da guerra (...) o pouco
que pagou era uma fortuna para a viúva que a vendeu. Agora vão os dois para o
hotel, Nelson quer conhecer os garotos. Vão (...) falando da
vida, dos amores e o general confessando que sente uma falta imensa da
falecida. Um surfista os aborda, avisando que removeram uma borra enorme do
cárter. Estão conseguindo frustrar as tentativas de atentado.
O show é praticamente um luau gigante e super
produzido. Os garotos de calções coloridos, as garotas de biquíni e toalhas
coloridas presas aos quadris. Os noticiários do dia seguinte exaltam a
sensualidade da banda, no show à beira mar. Os dogmopatas no dia seguinte
execram a sensualidade da banda, no show à beira mar. O facto é que a visão de
corpos jovens e bem esculpidos se fixa no imaginário. Matthew não se faz de
rogado (...) cenas do show são transformadas
em pôsteres para venda ao público. Os adjetivos vão de “lindas” a “MEU DEUS, OS
ANJOS EXISTEM!!!”.
Voam para Los Angeles, onde Josephine os
espera com o bom balanço destes meses de trabalho. Mas também quer falar com
Patrícia sobre a carta, à presença de Zigfrida e Nancy, como Richard
recomendou...
- É esta a carta, ma pettit fleur.
Ela lê. Não esconde que a assusta (...) Tem o pai à direita e a mãe à sua
esquerda (...) De repente se lembra dos trajes usados
no último show desta fase da turnê, se lembra de algumas photographias que
foram extremamente felizes (...) Se
achou linda nelas, então imagina que o sujeito esteve à beira da loucura,
quando as viu. Agora sabe a verdade sobre o que aconteceu com aquela camisa...
- Não vou esconder, eu estou assustada.
Imagino os sustos que sua amiga Grace deve ter levado, ao ler esses teores. Mas
entre estar assustada e estar com medo, existe uma distância enorme! Por
gentileza, chamem os outros, eles também têm que saber. E se lhes perguntarem
não desconversem, quanto mais gente estiver de olho nesse tarado, melhor... Mas
eu sei que minha vida agora vai virar uma clausura – se lamenta.
A reação dos outros é cercar sua líder, com
Rebeca procurando instintivamente algo duro, pesado e cortante por perto. A
reação de Patrícia foi muito melhor do que esperavam (...) facilita muito a ajuda. Zigfrida decide começar
lá mesmo a psicoterapia, cada vez mais encantada com a garota. Nancy e Richard
quase explodem de orgulhos, apesar de saberem que o perigo é real.
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